FOME
Poema de Jeanne Araújo (RN)
Colaram-se em mim
uma fome antiga de palavras
e uma sede assoberbada de cantigas.
O meu desejo seria par de asas
coladas aos meus pés
e um carro de boi cantante
selado à minha língua.
Porque de pó e terra escura
é a minha estrada
e eu tenho pressa de descobrir
o que há por trás
da tessitura.
Poema de Jeanne Araújo (RN)
Colaram-se em mim
uma fome antiga de palavras
e uma sede assoberbada de cantigas.
O meu desejo seria par de asas
coladas aos meus pés
e um carro de boi cantante
selado à minha língua.
Porque de pó e terra escura
é a minha estrada
e eu tenho pressa de descobrir
o que há por trás
da tessitura.
BALAIO PORRETA 1986
nº 1998
Rio, 17 de abril de 2007
nº 1998
Rio, 17 de abril de 2007
CÂNTICO
Poema de Márcia Maia (PE)
[ in Tábua de Marés ]
eu canto ao avesso teu verso em meu canto
e canto meu verso em teu canto ao avesso
não canto no verso esse canto ao avesso
nem canto ao avesso esse verso em meu canto
se canto o avesso arde o verso que canto
avesso ao meu canto o teu canto faz verso
e avesso ao teu canto o meu canto ousa um verso
um verso de um canto que avesso ao teu canto
no verso e no canto e no avesso do canto
avesso o meu canto ao teu canto une em verso
se avesso arde o canto no canto sem verso
e o verso sem canto no avesso do canto
em verso ousa um canto ao avesso no canto
que avesso esse canto em seu canto quer verso
no avesso do canto teu canto diz verso
sem canto ou avesso o meu verso diz canto
teu canto urde avesso outro verso em meu canto
um canto sem verso sem canto ou avesso
que em canto unge o verso num canto ex-avesso
se eu canto ao avesso teu verso em meu canto
Poema de Márcia Maia (PE)
[ in Tábua de Marés ]
eu canto ao avesso teu verso em meu canto
e canto meu verso em teu canto ao avesso
não canto no verso esse canto ao avesso
nem canto ao avesso esse verso em meu canto
se canto o avesso arde o verso que canto
avesso ao meu canto o teu canto faz verso
e avesso ao teu canto o meu canto ousa um verso
um verso de um canto que avesso ao teu canto
no verso e no canto e no avesso do canto
avesso o meu canto ao teu canto une em verso
se avesso arde o canto no canto sem verso
e o verso sem canto no avesso do canto
em verso ousa um canto ao avesso no canto
que avesso esse canto em seu canto quer verso
no avesso do canto teu canto diz verso
sem canto ou avesso o meu verso diz canto
teu canto urde avesso outro verso em meu canto
um canto sem verso sem canto ou avesso
que em canto unge o verso num canto ex-avesso
se eu canto ao avesso teu verso em meu canto
5 comentários:
Isto já está se tornando um lugar comum, mas fazer o quê?: Clap! Clpa! Clap!
Bela postagem.
Olá Moacy.
Agradeço-lhe a gentileza com meus pequenos versos.
Devo dizer que estou apaixonada por este seu espaço. Há tanto de tudo e tudo tão bom!
Como você disse, certamente voltarei para ler mais e quem sabe aprender.
beijos
Sempre fico feliz ao ser transportada pra cá. Merci. ;)
Agora, esse poema de Jeanne é belíssimo. Me encanta.
Um beijo pra vc e outro pra ela.
Belíssimos poemas, Moacy.
Agora, eu elogiando Márcia é até suspeito: além de pernambucana ela é da torcida Coral!
Um beijo.
Ola, muito obrigada pela visita no meu espaço careca de cabelos, mas não de imaginação.
Beijo Joana
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