sábado, 12 de maio de 2007

OUTONAL

por detrás do temporal
o céu tremula

por Márcia Maia (Recife, PE)

[ in Tábua de Marés ]




BALAIO PORRETA 1986

nº 2017

Rio, 12 de maio de 2007

# Poema/Processo #



A BIBLIOTECA DOS MEUS SONHOS

666 livros indispensáveis (15/111)


Contistas potiguares, de Manoel Onofre Jr. (org.). Natal: Sebo Vermelho, 2003, 278p. [] Há contos ótimos, ou quase: A pegha, de Bartolomeu Correia de Melo; A moenda, de Eulício Farias de Lacerda; Duas Marises, de Francisco Sobreira; A colônia penal, de François Silvestre; O dia em que Tyrone Power esteve em Natal, de Geraldo Edson de Andrade; O sob e o sobre, de Homero Homem; Conto de ninar, de Jaime Hipólito Dantas; A morta na porta, de Moacyr de Góes; Os peixes luminosos, de Nei Leandro de Castro; Os cavalos, de Newton Navarro; Por uma quartinha de água serenada, de Tarcísio Gurgel. E há contos bons e/ou apenas sofríveis. Mas, no geral, trata-se de uma boa antologia: uma das melhores da literatura norte-rio-grandense.


Os ingleses – Antigos e modernos, de Rubem Braga (org.). Rio de Janeiro: Leitura, 1944, 448p. [Livro adquirido em sebo, no Rio.] Excepcional seleção de contos, com apresentação e notas de Vinicius de Morais. Entre os melhores, destacamos: A morte de um jogador (por Thackeray, trad. Sérgio Buarque de Holanda); Os três desconhecidos (Hardy, trad. Afonso Arinos de Melo Franco); O imperador e a menina (Shaw, trad. Rubem Braga); Juventude (Conrad, trad. Edison Carneiro); O homem que podia fazer milagres, (Wells, trad. Carlos Lacerda); O sabe-tudo (Maugham, trad. Tati Morais); Arábia (Joyce, trad. Alfedo Mesquita); O oficial prussiano (Lawrence, trad. Vinicius de Morais); Freiras ao almoço (Huxley, trad. Orígenes Lessa).


Os norte-americanos – Antigos e modernos, de Vinicius de Morais (org.). Rio de Janeiro: Leitura, 1945, 480p. [ Livro adquirido em sebo, no Rio.] São muitos os contos excelentes aqui selecionados, com apresentação de Orígenes Lessa: Rip. Van Winkle (por Irving, trad. Monteiro Lobato); O poço e o pêndulo (Poe, trad. Lívio Xavier); A dama ou o tigre? (Stockton, trad. Dyonélio Machado); Uma ocorrência na ponte de Owl Creek (Bierce, trad. Lourival Gomes Machado). E mais: Quatro encontros (James, trad. Vinícius de Morais); Uma carta da rainha (Lewis, trad. Rubem Braga); Uma rosa para Emily (Faulkner, trad. Lia Corrfea Dutra); O ousado rapaz do trapézio suspenso (Saroyan, trad. João Cabral de Melo Neto). E outros. E outros.


Antologia do conto húngaro, de Paulo Rónai (org. & trad.). Pref. João Guimarães Rosa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1958, 284p. [Livro adquirido em Natal, na primeira metade dos anos 60.] O nosso primeiro contato com a literatura magiar: “Este é um livro feito com competência e com amor” (Guimarães Rosa). Há contos belíssimos e/ou bastante expressivos, alguns deles incluídos no anterior Roteiro do conto húngaro (1954), que nunca constou da nossa Biblioteca das Águas Seridoenses: O ferreiro da catarata (Kálmán), Noite de Natal (Jenö), Na linguagem dos pássaros (Dezsö), Tragédia (Zsigmond), Aventura búlgara (Dezsö), Madelon, a cachorra (Antal). Ao todo, são 30 jóias raras da literatura européia – ou mundial.


Contos latino-americanos eternos, de Alicia Ramal (org. & trad.). Rio de Janeiro: Bom Texto, 2005, 304p. [] Vinte e dois contos, muitos deles pequenas obras-primas da literatura universal. Basta ver, por exemplo, Em memória de Paulina (Casares), Casa tomada (Cortázar), O Aleph (Borges), Macário (Rulfo), Missa do galo (Machado de Assis), O trovão entre as folhas (Bastos). Há outros belos contos: À imagem e semelhança (Benedetti), O inferno tão temido (Onetti), Minha vida com a onda (Paz), Viagem à semente (Carpentier). E mais: Olhos de cão azul (Márquez), O peru de Natal (Mário de Andrade), Feliz Ano Novo (Rubem Fonseca), Dia de domingo (Llosa). Mas também não poderíamos esquecer das produções de Vallejo, Donoso, Fuentes, Lugones.


Antologia cósmica, de Fausto Cunha (org.). Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1981, 160p. [] Relatos centrados em nossos contatos iniciais com seres de outras galáxias. Ou, mesmo, do nosso sistema solar: Primeiro contato (de Murray Leinster), Missão de salvamento (Arthur C. Clarke), Homo Sol (Isaac Asimov), Berom (John Berryman). E a famosa adaptação radiofônica em 1938 de A guerra dos mundos, de H.G. Wells, feita por Howard Koch, com apresentação de Orson Welles. Destacamos, particularmente, os contos de Leinster e Clarke, dois momentos especiais da ficção científica. Registre-se que, nos contos selecionados, Arthur C. Clarke e Isaac Asimov trabalham suas idéias “supostamente” a partir do ponto de vista alienígena.

7 comentários:

Marco disse...

Caro mestre,
sua antologia é deliciosa. Especialmente por citar Rubem Braga, que eu recomendo a todo mundo que quer ver como se escreve bem e simples, com admirável perfeição.
Bom final de semana. Carpe Diem. Aproveite o dia e a vida.

o refúgio disse...

Que delicadeza o poema da Márcia. Gosto muito dela.

Valeu a dica dos livros. Chamou-me a atenção a "Antologia cósmica" (ai ai ai preciso ganhar mais grana pra comprar livros.

Ah, quanto a "A Marcha" pode copiá-la, viu? Meu nome é copilefit!

Beijos.

Francisco Sobreira disse...

Moacy,
Tenho a antologia dos contos norte-americanos e dos latino-americanos. A primeira me parece superior. E os tradutores, hein? Vinicius, João Cabral e gente desse nível. Não conheço essa antologia dos contos ingleses, mas conheço o conto de Maugham, aliás, um excelente contista. Pra mim o título é "Doutos Sabe-Tudo", mas a memória pode estar me pregando uma peça. Só sei que é um conto bom, mas Maugham tem contos bem superiors a esse. Chuva, para citar um só exemplo. Um abraço.

o refúgio disse...

Moacy, vai lá no refúgio, tõ dando a dica de um blogue de uma amiga muito talentosa. Acho que você vai gostar.

Beijos.

Anônimo disse...

SOBREIRA: De fato, se não me falha a memória, em Maravilhas do Conto Inglês (um dos muitos volumes desaparecidos de minha biblioteca) o título em questão é "O doutor Sabe-Tudo". Mas, aqui, é somente "O Sabe-Tudo". Acredito que não seja difícil descobrir, na própria internet, o seu título original. Um abraço.

Anônimo disse...

Fiquei sem internet, Moacy. Só hoje vi. Obrigada sempre. Um beijo grande.

Anônimo disse...

Fiquei sem internet, Moacy. Só hoje vi. Obrigada sempre. Um beijo grande.