sábado, 9 de junho de 2007

Vivo a dizer que considero o ridículo uma das minhas dimensões mais válidas. O medo do ridículo gera as piores doenças psicológicas. (Nelson RODRIGUES. A menina sem estrelas; memórias [1967]. São Paulo: Companhia das Letras, 1993, p.25-26)


BALAIO PORRETA 1986
nº 2033
Natal, 9 de junho de 2007


A BIBLIOTECA DOS MEUS SONHOS
666 livros indispensáveis (118a / 666)

Rio grande do sol, de Marize Castro e Diva Cunha (orgs.). Fotos de Hugo Macedo & outros. Natal: Una / IDEMA, 2007, 180p. [] Belíssima homenagem ao nosso Rio Grande do sol, ao nosso Rio Grande do sal. Seleção de versos que ilustram paisagens/sonhos/magias dos arredores de Lajes, Acari, Martins, Currais Novos, Caicó, Patu, Itajá, Parelhas, Taipu, Natal, Macau, Galinhos, São Rafael, Angicos, Areia Branca... Versos e mais versos de Augusto Severo Neto, Auta de Souza, Berilo Wanderley, Celso da Silveira, Gilberto Avelino, Henrique Castriciano, Homero Homem, Newton Navarro, Zila Mamede... Fotos e mais fotos de Giovanni Sérgio, Ricardo Seabra, Henrique José, Affonso Nunes, Lucas Tinoco, Fernando Chiriboga, Thaís Costa, Alex Souza, Kátia Oliveira, Hugo Macedo...

Cadernos de Literatura Brasileira: João Guimarães Rosa. São Paulo: Instituto Moreira Salles, dezembro de 2006, 348p. [] Indispensável olhar crítico e amoroso, fartamente ilustrado, sobre a obra e o homem João Guimarães Rosa, nosso escritor maior, sob a consultoria de Walnice Nogueira Galvão e Ana Luiza Martins Costa. São muitos os colaboradores, as confluências, as fotos, os manuscritos e os ensaios que fazem desses Cadernos um marco editorial. "A antropologia rosiana é religiosa. O homem é um ser inacabado, como se ainda fosse uma espécie inferior às outras. Mas pelo sexo já se liga à vida. Precisamos criar outras correntes de ligação e de elevação, como o apuro da sensibilidade contra a abstração das idéias, que pode levar à crueldade, ao inumano" (Benedito Nunes, p.242).

A menina sem estrelas; memórias [1967], de Nelson Rodrigues. São Paulo: Companhia das Letras, 1993, 280p. [] As escrevivências de NR são, provavelmente, o mais belo e pungente documento memorialístico já produzido em nosso país. Trata-se, aliás, de um documento importantíssimo para se compreender a obra do autor de Vestido de noiva (teatro), O casamento (romance), A vida como ela é... (contos), O profeta tricolor (crônicas), entre outros textos e/ou livros. No meio de seus fantasmas, há muito a ser dito: "O que eu quero dizer é que estas são memórias do passado, do presente, do futuro e de várias alucinações" (p.11); "O que dá ao homem um mínimo de unidade interior é a soma de suas obsessões" (p.25); "... a verdadeira vocação dramática não é o grande ator ou a grande atriz. É, ao contrário, o canastrão, e quanto mais límpido, líquido, ululante, melhor" (p.63); "Qualquer devoção é linda. Não importa que o santo não a mereça. E mesmo que seja um santo falso. (Quero crer que também existam os santos canalhas.) (p.71); "Mas antes o absurdo do que a imbecilidade" (p.73); "Nada mais pornográfico, no Brasil, do que o ódio ou a admiração" (p.149), Afirmamos, sem medo de errar: trata-se de uma verdadeira obra-prima da nossa literatura.


ALMANAQUE
Os filmes preferidos de FEDERICO FELLINI
[ reproduzido in O Anjo Exterminador ]
Maciste all'inferno (Brignone)
Luzes da cidade (Chaplin)
Fra' diavolo (Roach, Rogers)
Frankenstein (Whale)
No tempo das diligências (Ford)
Paisà (Rossellini)
2001: uma odisséia no espaço (Kubrick)
O discreto charme da burguesia (Buñuel)
Toto e Peppino divisi a Berlino (Bianchi)
Entrevista (Fellini)
MAIS UM NÚMERO DA ZINGU!
Nas bancas virtuais da blogosfera, mais um número da "maldita" Zingu!, revista eletrônica editada por Matheus Trunk, um cabra da peste da paulicéia desvairada [clique aqui para ver o seu blogue]. Na edição de junho, o dossiê enfoca Jairo Ferreira. E há os artigos, sempre bons, de Gabriel Carneiro, Marcelo Carrard, Daniel Salomão Roque, Sérgio Andrade. E outros. Enfim, gostemos ou não da Zingu!, não podemos ignorá-la.

2 comentários:

Anônimo disse...

Gostei do "maldita" hehe!
Valeu pela divulgação, Moacy. Abraço!

Anônimo disse...

Meu caro Moacy,
Recebi ontem seus livros. Claro que já havia chegado, mas precisei ausentar-me uns dias, razão pela qual só hoje inicie a leitura. Muito obrigado pela remessa e por me proporcionar uma leitura enriquecedora.
Forte abraço.