FICAREI MAIS ALGUNS DIAS EM NATAL.
Nada de especial. Nada de muito importante. A rigor, esta tem sido uma viagem atípica. Pouco apareci no Sebo Vermelho. Mal estive na Capitania das Artes. Revi poucos amigos. Não pude me programar para visitar Caicó, São João do Sabugi e São José do Seridó. E o Balaio continuará sendo editado de forma precária, temporariamente.
BALAIO PORRETA 1986
nº 2132
Natal, 6 de outubro de 2007
POESIA DO RIO GRANDE NORTE
Surpresa
de José Bezerra Gomes
Vi
minha
casa
Olhei-a
olhando
Olhei
olhando
para mim
Cena de alcova
de Nei Leandro de Castro
Não representamos
para platéia
nossas cenas
docemente obscenas.
Quando você esfinge finge
eu não finjo.
Quando eu mito minto
você não mente.
E terna mente.
Cárcere
de Marize Castro
É imensa esta dor e não me mata
Os fragmentos da morte estão mais próximos.
Os horrores da vida mais sórdidos
e só tua ausência reinventada
faz-se âncora
e me acalma.
[ Poemas publicados in: Poesia circular, de Aluízio Mathias, coord. ]
Dois ou três comentários sem pretensão crítica
1. Considero José Bezerra Gomes, Jorge Fernandes, Nei Leandro e Zila Mamede os maiores poetas do Estado.
2. Praticamente no mesmo patamar criativo, no campo da poesia verbal, aponto os nomes de Luís Carlos Guimarães, Sanderson Negreiros, Marize Castro e Iracema Macedo, além de Homero Homem, Miguel Cirilo, Adriano de Souza, Gilberto Avelino, Carmen Vasconcelos, Myriam Coeli e Diva Cunha. Decerto, é possível assinalar mais uma dezena (um pouco mais, talvez) de poetas bons/ótimos, incluindo alguns novos, de Lívio de Oliveira a Jeanne Araújo.
3. Há, claro, os poetas experimentais, marcados - ou não - pelo poema/processo: Falves Silva, Jota Medeiros, Dailor Varela, Anchieta Fernandes, Avelino de Araújo, Bianor Paulino, Franklin Capistrano, Bosco Lopes.
Em tempo:
Não levo em conta a poesia de Nísia Floresta: 1) por não considerá-la uma escritora potiguar, embora nascida na antiga Papary; 2) por ser uma poetisa medíocre.
10 comentários:
Ah, Moacy, confessa, cara, é bom tá ao lado da mulher amada, não? ;)
Belíssimos poemas, viu?
Beijos.
Caro mestre Moacy,
gostei muito dos poemas. Especialmente do "Cena de Alcova". Aprecio muitíssimo um jogo de palavras bem jogado. E este é excelente.
Caro mestre, tomei a liberdade de indicá-lo num post-corrente muito interessante. Caso você deseje participar, dê uma chegadinho no Antigas Ternuras.
Carpe Diem. Aproveite o dia e a vida.
Gostei especialmente de Cárcere.
Caro Moacy,
Os poemas de Marize e JBG são bons, mas o de Ney se destaca de maneira especial. Enfim, 3 grandes poetas, ao lado de outros que você mencionou. Abraço.
Ô Moacy:
Flanando por terras potiguares sem compromisso, discutindo literatura aqui e ali... Ê vidão!
Aproveita.
Um abraço.
Enjoy, querido Moacy..
Caro Moacy, tive a felicidade de ver você nessa sua viagem atípica a um lugar atípico (rsrs)como Natal. Tenho a felicidade, tão grande quanto essa, de começar a aparecer em sua lista de bons poetas.
Não sei se mereço, mas que gosto, gosto! E muito!
Abração!
... complementando a minha resposta à sua visita (no blog, ou seja, cdr virtual), na verdade lhe vi, sim, ontem à noite: numa bela foto de g sérgio, q já pedi p publicar. abraços,
Uhuuuuuuuuuuu! Moacy a seleção de poesias está fantástica. Destaco o jogo de palavras de Nei Leandro de Castro em Cena de alcova, e a profundidade de Cárcere.
Beijos amigo.
Temos ótimos poetas potiguares e vc, meu caro, sempre os divulgando, parabéns. Peço licença p/ postar este belíssimo de Marize Castro lá no Receptaculum. Abraço!
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