O Maracanã. O nascer do sol. O Fluminense.
A Folha Seca. A Mangueira. A Berinjela.
O Odeon. O Estação Botafogo. O Art-UFF.
O Catete. Vila Isabel. A Lapa.
O CCBB. O Paço Imperial. O MAM.
O Choro da Feira. O Bar Serafim. A Feira de São Cristóvão.
A Biblioteca Nacional. A Rua do Ouvidor. O Theatro Municipal.
O Rio de Janeiro. O Rio de Fevereiro. O Rio das Águas de Março.
BALAIO PORRETA 1986
n° 2135
Rio, 13 de outubro de 2007
NATAL, NATAL
de Moacy Cirne
O que fizeram com o Grande Ponto?
Com o Grande Ponto o que fizeram?
Cadê o Alberto Maranhão dos velhos tempos?
Conseguiram desfigurá-lo, desfigurá-lo conseguiram.
O que fizeram com as mangueiras e as vacarias?
Em nome do progresso, o passado virou poeira e calor.
E se ontem tínhamos um Arpège com putas respeitosas,
hoje temos uma Ponta Negra com putas raparigosas.
E se ontem tínhamos um Rio Grande com Hawks e Hithcocks,
hoje temos cinemarks com pipocas e filmecos.
E se ontem tínhamos a Ponte de Igapó,
com sua beleza férrea e fluvial,
hoje temos uma ponte que amortece
a foz e a voz do Pontengi.
Contudo, apesar de tudo e do pós-tudo,
Natal resiste:
Com o Parque das Dunas.
E o Bosque dos Namorados.
Com a Capitania das Artes.
E a sempre nova Fortaleza dos Reis Magos.
Com seu povo, sua gente, seus poetas.
E a Poty Livros, a Feira do Alecrim, as manhãs de abril.
E resiste, doce e bravamente,
com o Sebo Vermelho e suas figuras mitológicas.
CINEMA RIO 2007
Os melhores filmes em cartaz, no meu retorno ao Rio, talvez sejam títulos lançados antes do Festival de Cinema: Medos privados em lugares públicos (Resnais) e Santiago (João Moreira Sales). Mas pretendo conferir alguns outros em exibição. Na medida do possível.
UMA RECOMENDAÇÃO LITERÁRIA
Ficção; histórias para o prazer da leitura, de Miguel Sanches Neto (org.). Belo Horizonte : Leitura, 2007528p. [] Primorosa seleção de vários dos contos nacionais que marcaram a revista Ficção - editada por Cícero Sandroni, Fausto Cunha e outros - nos anos 70 do século passado. Contos assinados por Ignácio de Loyola Brandão, Autran Dourado, Luiz Vilela, Moacyr Scliar, Caio Fernando Abreu, João Silvério Trevisan, Sérgio Sant'Anna, José J. Veiga, Salim Miguel, Edfla van Steen, Victor Giudice, João Gilberto Noll, Marina Colasanti, Nélida Piñon, Luiz Fernando Emediato E outros. E outros.
5 comentários:
Só pra te desejar um feliz retorno ao Rio.
Forte abraço, meu caro
minha enxada, mesmo cega, amava a dormência da terra. bom retorno caba bom
Oi Moacy:
é bom estar de volta pro aconchego, né?
***
Depois de uma semana de afastamento involuntário, me atualizei na leitura do Balaio e confesso que gostei a dar com pau, especialmente do teu poema que abre o post do dia 10. ("Rapariga que me anoitecia de carnes e espantos?" Porra, do cacete. Golaço).
***
Um abraço, bom feriadão.
eu adoro o rj. beijos, pedrita
Moacy,
Vejo que já retornou ao Rio. E que bom ver você, ao ver destruída grande parte da Natal dos anos 1960, falar da Arpége. Saudades do cabaré que tinha uma mulher chamada Maria do Céu. Hoje quando passo pela travessa e a vejo ´fechada, carcomida pelo tempo, sinto uma grande saudade daquela época. Mas assim é a vida, não é mesmo? Um abraço.
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