domingo, 25 de novembro de 2007

BALAIO PORRETA 1986
nº 2172
Natal, 25 de novembro de 2007



UM FINAL MARAVILHOSO

O II Encontro Natalense de Escritores terminou de forma deslumbrante, ontem à noite, depois de mais quatro debates envolvendo, entre outros, Bartolomeu Correia de Melo, Chacal, Carlos de Souza, Sérgio Cabral, Luiz Carlos Maciel, Woden Madruga e Nei Leandro de Castro. A Fundação Cultural Capitania das Artes está de parabéns, claro. Mas o nosso deslumbramento, no caso, para além das discussões e colocações feitas pelos debatedores e/ou poetas e ficcionistas, deveu-se a dois espetáculos musicais.

O primeiro deles, de corte docemente apolíneo, com Virgínia Rodrigues: uma voz que, em sendo harmonia pura, arrebata por sua cristalina "verdade sonora". O samba, nela, desponta "arredondada" de forma quase mágica, com uma textura sedosa envolvente, para dizer o mínimo. O canto, em Virgínia Rodrigues, é um brilhante raro. E o seu sorriso e a sua simpatia no palco, ao lado de seu perfeccionismo vocal, transcendem qualquer sentido cênico mais espetacular. Uma verdadeira aula de emoção, enfim.

O segundo deles, de corte furiosamente dionisíaco, com Tom Zé: a energia sonora e performática do músico é mais do que arrebatadora - é transcendental. E delirante. Tivemos, então, um espetáculo político-musical como poucos, com direito ao hino americano ao som de supostas metralhadoras e ao mais genial antibuuuuuuuuuuuuuuuuush dos últimos tempos. Tudo terminou, quando a platéia entrou literalmente na dança, com xaxados e "revisitações tropicalientes". Euforia pura, em síntese.

Nota do Balaio:

O II ENE, como sabemos, homenageou os 70 anos do Livro de poemas de Jorge Fernandes e os 40 anos de lançamento, no Rio e em Natal, do poema/processo. Por feliz coincidência, o espetáculo final de Tom Zé, ontem, como um todo, poderia ser uma "aprontação sonoro-musical" a partir dos postulados básicos do poema/processo. Ou seja, se o nosso movimento tivesse investido com mais ênfase nas possibilidades acústico-semiótico-ambientais das aprontações públicas, o caminho traçado com fúria criativa pelo baiano Tom Zé terminaria por se encontrar, muito provavelmente, com as matrizes (anti)poéticas e (anti)literárias do poema/processo.

14 comentários:

Anônimo disse...

Bons, Moacy, os dois comentários musicais, reafirmando que você conhece tanto de música clássica, quanto de música popular. Abraço.

o refúgio disse...

Virgínia Rodrigues tem uma voz linda mesmo, não tenho disco dela mas já ouvi. E Tom Zé, aiaiai, adoro! amo! Meu gosto musical se balança todo entre o apolíneo e o dionisíaco...rs. Que encerramento maravilhoso! Você gosta de fazer inveja, hein, Moacy? Mas também faço inveja: tá rolando um mini festival de jazz aqui em Recife, encerra hoje. Tá pa tu...rsrs.

Um beijo.

AB disse...

Inveja.. Adoro Tom Zé! Vou procurar algo de Virgínia Rodrigues para conhecer.

Lívio Oliveira disse...

De tudo dou fé, meu amigo Moacy!
O ENE deixa saudades!
Abraço de Lívio

Anônimo disse...

O show da Virgínia foi maravilhoso! E Tom Zé eu nunca tinha visto em palco... adorei também!

Ahh, e foi um prazer te conhecer. Desculpe meu mau jeito, fiquei tímida... risos. :)

Beijão e até a próxima!

Jens disse...

Moacy:
Repito o comentário de sábado: foi bonita a festa, pá! E com a presença de Tom Zé ainda por cima. Na próxima quero ir junto. Beleza pura.
Um abraço.

Anônimo disse...

Moacy, ontem lembrei de vc numa matéria no Entrelinhas feita por Xico Sá em Mossoró RN. Seu estado parece ser movimentado na literatura. um beijo

Sebastião Vicente disse...

Foi boa a festa, hein? Tom Zé, Virgínia Rodrigues e "aprontações públicas" formam uma rara conexão. Sob o vento de Natal, então, já rende uma epifania - e das grandes. Falar em livro, comprei um seu dia desses - da seara dos quadrinhos, e vou guardar pra ler no recesso de ano novo, num cantinho lá de frente pra Serra Dourada, em Goiás Velho.

Lais Mouriê disse...

OI Moacy!

Estou até com vergonha de vc... só hj estou respondendo seu comentário e dando-te a permissão de republicar o poema "Frases (des) Feitas" aqui. Por favor, perdoe-me, mas ando com a cabeça nas nuvens e os dedos na poesia... perdoe as almas lunáticas, tá?

Pode republicar, com os devidos créditos, à vontade. A honra será toda minha!

Bjos atrasados!

Anônimo disse...

Poxa vida! Eu queria estar nesse evento, ver isso.
Muito bom!

Moacyr, desculpe te pedir isso meu caro, mas quando puder dá uma olhada no meu blog. Meus Zaúns taradóides estão lá.

Abração, muita luz e saúde.

Linaldo Guedes disse...

queria ter estado por´aí, mas... fui presenteado com um belo livro. obrigado, amigo. e vc está no bogue do zumbi. abraços

Anônimo disse...

Infelizmente, não pude ver o ENE... fica para a próxima!

Abraço!

Ada (adalima@gmail.com)
(www.meninagauche.blogger.com.br)

o refúgio disse...

Tô passando rapidinho pra dizer que NÃO estou com saudade d'ocê...rs.

BEIJO GRANDE

Ane Brasil disse...

Tom Zé é tudibom!
Eita baiano porreta, sô!

é um troço que não sai mais do prato, aqui em casa...
Sorte e saúde pra todos!