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BALAIO PORRETA 1986
n° 2181
Rio, 7 de dezembro de 2007
QUEBRAS E DOBRAS
Lívio Oliveira (Natal, RN)
Quebra-se o gelo
entre nossas línguas.
O suor escorre
entre os corpos,
atritando-se, alongados,
em bulícios contínuos.
O desassossego de nossa pele
se multiplica e alimenta
o novo ritmo
da dança impudica.
Costas, nádegas,
fronte, peitos, púbis.
Falo,
entrementes,
entredentes,
entrepernas
que não se saciam.
Curvas se delineiam
a todo cedo instante
em que estréiam
e se estufam
inditosos objetos.
As musculaturas
se franzem,
encrespam-se,
e, no momento seguinte,
explodem,
criando uma flora estranha,
indecifrável,
que pulsa,
cumulando espumas
que banham
a hora que nasce.
Lívio Oliveira (Natal, RN)
Quebra-se o gelo
entre nossas línguas.
O suor escorre
entre os corpos,
atritando-se, alongados,
em bulícios contínuos.
O desassossego de nossa pele
se multiplica e alimenta
o novo ritmo
da dança impudica.
Costas, nádegas,
fronte, peitos, púbis.
Falo,
entrementes,
entredentes,
entrepernas
que não se saciam.
Curvas se delineiam
a todo cedo instante
em que estréiam
e se estufam
inditosos objetos.
As musculaturas
se franzem,
encrespam-se,
e, no momento seguinte,
explodem,
criando uma flora estranha,
indecifrável,
que pulsa,
cumulando espumas
que banham
a hora que nasce.
A BIBLIOTECA DOS MEUS SONHOS
Memorial do Convento [1982], de José Saramago. São Paulo : DIFEL/Bertrand Brasil, 1987, 358p. [] Seria a obra-prima do autor lusitano? Talvez sim, talvez não. Trata-se de um romance que envereda pelas trilhas do realismo mágico? Talvez sim, talvez não. Um romance que "cria triunfalmente um mundo imaginário no qual as fantasias mais exuberantes brotam da objetividade da realidade cotidiana" (Reg Grant)? Talvez sim, talvez não. De qualquer modo, tudo começa em Portugal, no início do século XVIII, quando um rei tirano faz a promessa de levantar um grande convento em Mafra. "... descubram José Saramago e façam dele uma possessão ultramarina particular de cada um, e aproveitem" (José J. Veiga).
Memorial do Convento [1982], de José Saramago. São Paulo : DIFEL/Bertrand Brasil, 1987, 358p. [] Seria a obra-prima do autor lusitano? Talvez sim, talvez não. Trata-se de um romance que envereda pelas trilhas do realismo mágico? Talvez sim, talvez não. Um romance que "cria triunfalmente um mundo imaginário no qual as fantasias mais exuberantes brotam da objetividade da realidade cotidiana" (Reg Grant)? Talvez sim, talvez não. De qualquer modo, tudo começa em Portugal, no início do século XVIII, quando um rei tirano faz a promessa de levantar um grande convento em Mafra. "... descubram José Saramago e façam dele uma possessão ultramarina particular de cada um, e aproveitem" (José J. Veiga).
5 comentários:
Moacy,
Na minha opinião Memorial do Convento é o melhor livro de Saramago. É uma escolha difícil porque também gosto muito de O Ano da Morte de Ricardo Reis e Jangada de Pedra. Acho os livros mais antigos dele melhores (exceção de Levantado do Chão). Interminências da Morte, o último que eu li dele, tem umas partes chatas, mas o livro melhora do meio para o fim. Acho que o conjunto da obra de Saramago é significativo. Um grande escritor, sem dúvida alguma.
Tácito Costa
Moacy, gosto muito de Saramago mas só li dois livros dele: Ensaio Sobre a Cegueira e Todos os Nomes. Preciso ler mais, muito mais...
Quanto ao poema de hoje...é... bem....hummm...humpf humpf...aaaaai...ulalá!
um beijo.
Moacy,
É um grande livro "Memorial do Convento". Quanto a ser a obra-prima de Saramago, como você mes diz, talvez sim, talvez não. Eu gosto muito de "O Ano da Morte de Ricardo Reis", de "Todos os Nomes" e mais um ou outro de que não me lembro. Um abraço.
Belo poema de Lívio Oliveira e imagens belas!!!!
Moacy, tem poema no espartilho! Beijos de Maria Maria
Que poema!
Sou fã de Saramago. De Inês Pedrosa. E de Domingos Amaral!!
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