Vaqueiros seridoenses
ao pôr-do-sol,
em Parelhas, RN
Foto
de
Hugo Macedo
BALAIO PORRETA 1986
n° 2204
Rio, 13 de janeiro de 2008
LEMBRETE
Carito (Natal, RN)
[ in Os Poetas Elétricos ]
o distante
existe
POEMA
Sandra Camurça (Recife, PE)
[ in O Refúgio ]
no seu olhar
o meu olhar (di)vaga-
lumes!
Carito (Natal, RN)
[ in Os Poetas Elétricos ]
o distante
existe
POEMA
Sandra Camurça (Recife, PE)
[ in O Refúgio ]
no seu olhar
o meu olhar (di)vaga-
lumes!
A BIBLIOTECA DOS MEUS SONHOS
Bodas em Tipasa [Bodas, 1938, e O verão, 1954], de Albert Camus. Trad. Sérgio Milliet. São Paulo : Difusão Européia do Livro, 1964, 124p. [Adquirido por volta de 1964-65, na Livraria Universitária, em Natal]. Um (duplo) livro extremamente amoroso: um hino à vida, mesmo levando em conta o seu absurdo e as suas perplexidades. Parecia-me uma obra tão apaixonante, e ao mesmo tempo tão "natalense", que, na ocasião de seu lançamento entre nós, a presenteei a vários de meus amigos e amigas potiguares. Era preciso compartilhar a beleza de suas páginas com o maior número possível de pessoas. Era preciso que também saboreassem, com prazer, as palavras do autor franco-argelino, que nos daria O estrangeiro (1942) e A peste (1947): "Compreendo aqui [seja a Argélia, seja o Rio Grande do Norte] aquilo que se chama glória: o direito de amar sem medida" (p.10); "Quando fico algum tempo longe dessa terra [para ele, a Argélia; para mim, o Seridó], sonho com seus crepúsculos como promessas de felicidade" (p.26). Ou, de igual modo, palavras como: "... a esperança, ao contrário do que se imagina, equivale à resignação. E viver não é resignar-se" (p.33); "Não há mais desertos. Não há mais ilhas. Há, entretanto, necessidade de desertos e de ilhas. Para compreender o mundo, é preciso por vezes afastar-se dele; para melhor servir os homens, mantê-los durante um momento a distância" (p.51). Continuemos, continuemos: "Os mitos não têm vida por si mesmos. Aguardam que os encarnemos" (p.82). Uma cidade se mede pela leitura de seus poetas, de seus artistas, de seus professores, de seus estudiosos, pela preservação viva de sua memória e pela paixão que alimenta seus clubes de futebol, dos mais simples aos mais poderosos, dos mais fuleiros aos mais aguerridos. Aliás, é bom registrar, Albert Camus era um verdadeiro entusiasta do futebol. Chegou, inclusive, a praticá-lo.
Bodas em Tipasa [Bodas, 1938, e O verão, 1954], de Albert Camus. Trad. Sérgio Milliet. São Paulo : Difusão Européia do Livro, 1964, 124p. [Adquirido por volta de 1964-65, na Livraria Universitária, em Natal]. Um (duplo) livro extremamente amoroso: um hino à vida, mesmo levando em conta o seu absurdo e as suas perplexidades. Parecia-me uma obra tão apaixonante, e ao mesmo tempo tão "natalense", que, na ocasião de seu lançamento entre nós, a presenteei a vários de meus amigos e amigas potiguares. Era preciso compartilhar a beleza de suas páginas com o maior número possível de pessoas. Era preciso que também saboreassem, com prazer, as palavras do autor franco-argelino, que nos daria O estrangeiro (1942) e A peste (1947): "Compreendo aqui [seja a Argélia, seja o Rio Grande do Norte] aquilo que se chama glória: o direito de amar sem medida" (p.10); "Quando fico algum tempo longe dessa terra [para ele, a Argélia; para mim, o Seridó], sonho com seus crepúsculos como promessas de felicidade" (p.26). Ou, de igual modo, palavras como: "... a esperança, ao contrário do que se imagina, equivale à resignação. E viver não é resignar-se" (p.33); "Não há mais desertos. Não há mais ilhas. Há, entretanto, necessidade de desertos e de ilhas. Para compreender o mundo, é preciso por vezes afastar-se dele; para melhor servir os homens, mantê-los durante um momento a distância" (p.51). Continuemos, continuemos: "Os mitos não têm vida por si mesmos. Aguardam que os encarnemos" (p.82). Uma cidade se mede pela leitura de seus poetas, de seus artistas, de seus professores, de seus estudiosos, pela preservação viva de sua memória e pela paixão que alimenta seus clubes de futebol, dos mais simples aos mais poderosos, dos mais fuleiros aos mais aguerridos. Aliás, é bom registrar, Albert Camus era um verdadeiro entusiasta do futebol. Chegou, inclusive, a praticá-lo.
8 comentários:
Moacy, grata mais uma vez pelo poema meu.
E esse livro deve ser maravilhoso mesmo. Ter esperança significa esperar e a vida não é feita de espera mas do mover-se, do precipitar-se...Adoro Camus.
Um beijo.
o que são vaqueiros seridoenses? bejios, pedrita
PEDRITA: São vaqueiros da região do Seridó, no interior do Rio Grande do Norte, englobando, entre várias outras, a cidade de Parelhas. Um abraço.
Moacy: respeitadas as opiniões, a sua e a do Sobreira, achei legal a definição do Marco Santos sobre as 'listas' que cada um faz. Diz ele: 'lista de filmes é como bunda, cada um tem a sua'. Mas, de qualquer maneira, e em uma primeira visão, gostei muito do filme do Leone. Depois vou revê-lo, já que comprei o dvd. E tb comprei 'Rastros de ódio', para assisti-lo novamente qualquer dia desses.
Olha: tb gostei muito ( e tenho-o comigo) do livro do Camus quando o li, acho que nos anos sessenta ainda.
Um abraço...
SEnti uma vontade de ler este livro...
Vi o link do teu blog e vim sar uma conferida...Amei...
Beijos
http://surtandonodiva.blogspot.com
Olá Moacy,
Linda a imagem.
Boa indicação, e dele só li A peste.
Ó, por causa de seu comentário lá no canto, dediquei um escrito a você.
beijo
Caro Moacy: gracias mais uma vez pela minha poesia aqui. E que bela foto! A foto incendeia o pensamento cá missa em Camurça: divaga lumes! Da aula de hoje, destaco: "Compreendo aqui [seja a Argélia, seja o Rio Grande do Norte] aquilo que se chama glória: o direito de amar sem medida".
Sempre excelentes escolhas, MOACY, especialmente por Sandra!!!
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