n° 2265
Natal, 28 de março de 2008
ANTI-MONOTONIA
Carlos Gurgel (RN)
[ in On The É ]
vagas
aqui e logo ali
rebocando como um alce
a ausência da tua vida
livras
como um traste
o lastro de uma estrela
que te resta
ecoas
por entre parênteses mortos
como se fosse uma sombra
de si lesma
poupas
como uma troca de grutas
o ânimo de tudo que não partiu
semelhante ao próximo que te furtas
lambes
como um azougue do qual curvas
o bagaço de uma pilha de nervos
onde ampara as amarras da fúria
e cortas
como membro dos seus dedos tortos
todas as vísceras das ilhas dos portos
o que só a ti tem para se dar:
o azedume do seu porco sofrer.
Afonso Henriques Neto (RJ)
esta grama de lágrimas forrando a alma inteira
(conforme se diz da jaula de nervos)
recebe os macios passos de toda a família
na casa evaporada
mais os vazios passos
de ela própria menina.
a avó puxava linhas de cor de dentro dos olhos.
uma gritaria de primos e bruxas escalava o vento
escalpelava a tempestade
pedaços de romã podre
no bolor e charco do tanque.
o pai conduzia a festa
como um barqueiro
puxando peixes mortos.
nós
os irmãos
jogávamos no fogo
dentaduras pétalas tranças
fotografias cuspes aniversários
e sempre uma canção
só cal e ossos
a mãe de nuvem parindo orquídeas no cimento.
2 comentários:
Como escreve ruim, esse Carlos Gurgel!!!!
Poeta medíocre assim como outros tantos!!
Pelo amor de Deus, tenham dó... Não é só ele!
Aqui a gente sempre encontra poemas da melhor qualidade... Eita balaio bão! Carpe Diem.
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