Cartão postal
de
Copacabana dos anos 10
in
CopacabAna de Toledo
BALAIO PORRETA 1986
n° 2287
Rio, 16 de abril de 2008
GRITAREI
Poema de SAMIH AL QASSIM (Zarqah, 1939-)
No Século Vinte
Aprendi a não odiar
durante séculos
mas me obrigaram
a brandir uma flecha permanente
diante do rosto de uma píton
a brandir uma espada de fogo
diante do rosto do Baal demente
a transformar-me no Elias do século vinte
aprendi
durante séculos
a não proferir heresias
hoje açoito os deuses
que estavam no meu coração
os deuses que venderam o meu povo
no século vinte
aprendi
durante séculos
a não fechar a porta diante dos hóspedes
mas um dia
abri os olhos
e vi minhas ovelhas roubadas
enforcada a companheira de minha vida
e nas costas de meu filho
sulcos de feridas
então reconheci a traição de meus hóspedes
semeei meu umbral com minas e punhais
e jurei em nome das cicatrizes
que nenhum hóspede ultrapassaria meu umbral
no século vinte
durante séculos
não fui mais do que poeta
assíduo freqüentador dos círculos místicos
mas me transformei
num vulcão em revolta
no século vinte!
[in Poesia palestina de combate. /Trad. não especificada/
Rio de Janeiro: Achiamé, 2ª ed., s/d, p.59-60 ]
Poema de SAMIH AL QASSIM (Zarqah, 1939-)
No Século Vinte
Aprendi a não odiar
durante séculos
mas me obrigaram
a brandir uma flecha permanente
diante do rosto de uma píton
a brandir uma espada de fogo
diante do rosto do Baal demente
a transformar-me no Elias do século vinte
aprendi
durante séculos
a não proferir heresias
hoje açoito os deuses
que estavam no meu coração
os deuses que venderam o meu povo
no século vinte
aprendi
durante séculos
a não fechar a porta diante dos hóspedes
mas um dia
abri os olhos
e vi minhas ovelhas roubadas
enforcada a companheira de minha vida
e nas costas de meu filho
sulcos de feridas
então reconheci a traição de meus hóspedes
semeei meu umbral com minas e punhais
e jurei em nome das cicatrizes
que nenhum hóspede ultrapassaria meu umbral
no século vinte
durante séculos
não fui mais do que poeta
assíduo freqüentador dos círculos místicos
mas me transformei
num vulcão em revolta
no século vinte!
[in Poesia palestina de combate. /Trad. não especificada/
Rio de Janeiro: Achiamé, 2ª ed., s/d, p.59-60 ]
5 comentários:
Emoções linkadas!!
Um beijão
muito forte e belo.
beijos.
Ei Moacy,
que trem mais arretado, rapaz, que isto dá uma vontade, um querer...
que bom que deu certo
abração
Visite o nosso blog:
http://www.blagueblogueeoutrostrecos.blogspot.com/
Ficaremos felizes com a sua visita.
Douglas.
Que beleza!
Postar um comentário