Cidades potiguares:
Carnaúba dos Dantas,
na região do Seridó,
em foto de
Iran Medeiros
in
blogue de João Quintino
BALAIO PORRETA 1986
n° 2314
Rio, 14 de maio de 2008
Quem vive sem loucura
não é tão sensato quanto imagina.
(La Rochefoucauld)
TEXTOPOEMA
de Mario Cezar
[ in Tramela ]
adiante-se. nenhum orvalho atrapalha.
CONFISSÃO
Volonté
[ in Proemas. Natal, 2004 ]
Há alguns anos atrás
achava-me um dândi
hoje sou o começo da
metáfora
Repeteco
UM DIÁLOGO
por GEORGES BOURDUKAN
Dois burros conversavam quando um perguntou ao outro:
- Imagina você que quando um humano quer ofender outro humano o acusa de burro. Por que será?
- Não tenho a mínima idéia.
- Quando será que isso começou?
- E quem sabe?
- Realmente é estranho isso... Humano chamar outro de burro como ofensa.
- Talvez porque chamá-lo de humano fosse ofensa maior.
- Você acha?
- Claro! Você já viu algum burro explorar outro burro?
- Não.
- Você já viu algum burro oprimindo outro burro?
- Não.
- Você já viu algum burro abandonar a cria?
- Não.
- Você já viu algum burro sem teto?
- Não.
- Você já viu algum burro sem terra?
- Não.
- Você já viu algum burro torturando outro burro?
- Não.
- Você já viu algum burro declarando guerra a outro burro?
- Não.
- Você já viu algum burro invadindo o país de outro burro?
- Não.
- Você já viu algum burro matando ou morrendo em nome de Deus?
- Não.
- Então, qual ofensa é maior, chamar de burro ou de humano?
[ in Caros Amigos. São Paulo, nº 106, janeiro 2006, p.33 ]
de Mario Cezar
[ in Tramela ]
adiante-se. nenhum orvalho atrapalha.
CONFISSÃO
Volonté
[ in Proemas. Natal, 2004 ]
Há alguns anos atrás
achava-me um dândi
hoje sou o começo da
metáfora
Repeteco
UM DIÁLOGO
por GEORGES BOURDUKAN
Dois burros conversavam quando um perguntou ao outro:
- Imagina você que quando um humano quer ofender outro humano o acusa de burro. Por que será?
- Não tenho a mínima idéia.
- Quando será que isso começou?
- E quem sabe?
- Realmente é estranho isso... Humano chamar outro de burro como ofensa.
- Talvez porque chamá-lo de humano fosse ofensa maior.
- Você acha?
- Claro! Você já viu algum burro explorar outro burro?
- Não.
- Você já viu algum burro oprimindo outro burro?
- Não.
- Você já viu algum burro abandonar a cria?
- Não.
- Você já viu algum burro sem teto?
- Não.
- Você já viu algum burro sem terra?
- Não.
- Você já viu algum burro torturando outro burro?
- Não.
- Você já viu algum burro declarando guerra a outro burro?
- Não.
- Você já viu algum burro invadindo o país de outro burro?
- Não.
- Você já viu algum burro matando ou morrendo em nome de Deus?
- Não.
- Então, qual ofensa é maior, chamar de burro ou de humano?
[ in Caros Amigos. São Paulo, nº 106, janeiro 2006, p.33 ]
RELENDO A LITERATURA POTIGUAR
As quatro margens do rio,
de Giovanni Sérgio & Angeles Laporta.
Natal: PROFINC, 1997, 152p.
Potengi que te quero Potengi, poemas que se fazem poesia, devaneio e imagem, fotos que nos fazem sonhar e sonhar: a plasticidade que, lírica e amorosamente, envolve a imaginação delirante de leitores & leitoras sensíveis. Potengi (dos meus amores) que se cristaliza como um Rio Grande, o nosso Rio Grande do Norte, o nosso Rio Grande do Nordeste, ao som de Carlos Zens, ao som de Mirabô Dantas, ao som de K-Ximbinho, ao som de Urbano Medeiros, ao som do pernambucano Luiz Gonzaga, um dos gênios maiores da música brasileira. Potengi (dos meus pecados) que se abisma diante dos versos de Luís Carlos Guimarães: "O rio se nutre/ de nuvens. Da/ nascente à foz/ sulca o pulso da// terra, semovente". Ou que se encontra com a magia de Newton Navarro: "A noite caminha com pés de/ água, sobre o dorso do rio". Ou, ainda, que se revela por inteiro na poesia de Diva Cunha: "Esse rio/ que atravessa séculos/ não é Grande, nem Pequeno/ apenas potengi no nome/ que lhe tiraram/ das águas os índios". Enfim, as quatro margens da fotografia e dos iluminamentos poéticos. Que revelam as várias margens do Potengi (dos meus alumbramentos), com sua história e seus mistérios. E seus encantolamentos.
As quatro margens do rio,
de Giovanni Sérgio & Angeles Laporta.
Natal: PROFINC, 1997, 152p.
Potengi que te quero Potengi, poemas que se fazem poesia, devaneio e imagem, fotos que nos fazem sonhar e sonhar: a plasticidade que, lírica e amorosamente, envolve a imaginação delirante de leitores & leitoras sensíveis. Potengi (dos meus amores) que se cristaliza como um Rio Grande, o nosso Rio Grande do Norte, o nosso Rio Grande do Nordeste, ao som de Carlos Zens, ao som de Mirabô Dantas, ao som de K-Ximbinho, ao som de Urbano Medeiros, ao som do pernambucano Luiz Gonzaga, um dos gênios maiores da música brasileira. Potengi (dos meus pecados) que se abisma diante dos versos de Luís Carlos Guimarães: "O rio se nutre/ de nuvens. Da/ nascente à foz/ sulca o pulso da// terra, semovente". Ou que se encontra com a magia de Newton Navarro: "A noite caminha com pés de/ água, sobre o dorso do rio". Ou, ainda, que se revela por inteiro na poesia de Diva Cunha: "Esse rio/ que atravessa séculos/ não é Grande, nem Pequeno/ apenas potengi no nome/ que lhe tiraram/ das águas os índios". Enfim, as quatro margens da fotografia e dos iluminamentos poéticos. Que revelam as várias margens do Potengi (dos meus alumbramentos), com sua história e seus mistérios. E seus encantolamentos.
7 comentários:
Vamos pegar o embalo e contar tudo sobre nossa cidade agora no dia 16/05/08 na blogagem contetiva. Meu abraço.
eu adorei viajar de carro pelo rio grande do norte. repetirei a dose em breve...
e sem um pouco de loucura não tem graça, mesmo...
Moacy,
Sábia a frase de La Rochefoucauld e muito bom o diálogo entre os burros. Um abraço.
a última palavra desse post me trouxe redenção.
hoje o rio por tingido
vive um dorso
duro de roer!
Carnaúba dos Dantas e o Seridó Potiguar lhe agradecem pela fidelidade, Moacy. Abraço!
Agradecendo a sua visita ao meu blogue, devo confessar que este e seu outro blogue me surpreenderam pela altíssima qualidade.
Parabéns.
Um abraço
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