Graffiti da Mona Lisa
em Bristol, Reino Unido
in
Blog da Rua Nove
BALAIO PORRETA 1986
n° 2342
Rio, 16 de junho de 2008
Heresia é apenas um outro nome para
liberdade de pensamento.
(Graham Greene)
RELEMBRANDO UM GRANDE JOGADOR
Moacy Cirne
[ in Balaio, n° 1314, 14/9/2000 ]
Os apreciadores do bom futebol sempre admiraram o estilo elegante e encantatório de Zizinho, o grande craque dos anos 40 e 50. Muitos o consideram, inclusive, um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro, ao lado de um Pelé, de um Garrincha, de um Nilton Santos. Sua técnica impecável fazia qualquer torcida delirar com seus passes mágicos e seus dribles embriagadores. Era um jogador clássico, um jogador que sabia ser clássico.
O que pouca gente sabe, contudo, é que Zizinho - além de ter brilhado no Flamengo, no Bangu e no São Paulo - também defendeu as cores do Fluminense, e o fez, mais precisamente, em 1956. E assim um sonho - um certo sonho - se transformava em realidade. O Fluminense, que já contava com Castilho, Didi e Telê, entre outros ídolos, passava a contar com o mestre Ziza.
Exímio batedor de faltas, Zizinho fez vários e vários golaços para os tricolores, conquistando vitórias e mais vitórias até hoje lembradas com emoção por mim. Baixinho, em apenas três jogadas bailava como uma pluma suavemente mágica em direção ao gol adversário, empolgando o torcedor mais sensível, mesmo que fosse flamenguista, botafoguense, vascaíno. Preciso e precioso, parecia flutuar no campo de jogo, santificando a redondice de seu universo plasmado em matéria, alma e coração.
Lembro-me muito bem: o seu passe - ao se transferir para o Nense - custou uma pequena fortuna para os padrões da época: 10 contos de réis, até então a mais cara transação financeira no mundo juvenil do futebol-de-botão na distante Caicó dos anos 50. Mas valeu a pena; jogando pelo Fluminense, Zizinho, produzido em casca de coco de pele macia, polido com esmero artesanal, me deu muitas e muitas alegrias. Sem dúvida, foi o maior jogador de futebol-de-botão de todos os tempos em Caicó. Ou mesmo no Seridó.
Quando a minha família se mudou para Natal, em 1957, aposentei-o. Rubro-negros, alvinegros, cruzmaltinos e americanos que me desculpem pela ousadia: uma relíquia como aquela, à altura dos melhores sonhos, só poderia terminar sua imortal carreira de goleador nas mesas de futebol-de-botão jogando pelo Fluminense - o meu Fluminense.
Moacy Cirne
[ in Balaio, n° 1314, 14/9/2000 ]
Os apreciadores do bom futebol sempre admiraram o estilo elegante e encantatório de Zizinho, o grande craque dos anos 40 e 50. Muitos o consideram, inclusive, um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro, ao lado de um Pelé, de um Garrincha, de um Nilton Santos. Sua técnica impecável fazia qualquer torcida delirar com seus passes mágicos e seus dribles embriagadores. Era um jogador clássico, um jogador que sabia ser clássico.
O que pouca gente sabe, contudo, é que Zizinho - além de ter brilhado no Flamengo, no Bangu e no São Paulo - também defendeu as cores do Fluminense, e o fez, mais precisamente, em 1956. E assim um sonho - um certo sonho - se transformava em realidade. O Fluminense, que já contava com Castilho, Didi e Telê, entre outros ídolos, passava a contar com o mestre Ziza.
Exímio batedor de faltas, Zizinho fez vários e vários golaços para os tricolores, conquistando vitórias e mais vitórias até hoje lembradas com emoção por mim. Baixinho, em apenas três jogadas bailava como uma pluma suavemente mágica em direção ao gol adversário, empolgando o torcedor mais sensível, mesmo que fosse flamenguista, botafoguense, vascaíno. Preciso e precioso, parecia flutuar no campo de jogo, santificando a redondice de seu universo plasmado em matéria, alma e coração.
Lembro-me muito bem: o seu passe - ao se transferir para o Nense - custou uma pequena fortuna para os padrões da época: 10 contos de réis, até então a mais cara transação financeira no mundo juvenil do futebol-de-botão na distante Caicó dos anos 50. Mas valeu a pena; jogando pelo Fluminense, Zizinho, produzido em casca de coco de pele macia, polido com esmero artesanal, me deu muitas e muitas alegrias. Sem dúvida, foi o maior jogador de futebol-de-botão de todos os tempos em Caicó. Ou mesmo no Seridó.
Quando a minha família se mudou para Natal, em 1957, aposentei-o. Rubro-negros, alvinegros, cruzmaltinos e americanos que me desculpem pela ousadia: uma relíquia como aquela, à altura dos melhores sonhos, só poderia terminar sua imortal carreira de goleador nas mesas de futebol-de-botão jogando pelo Fluminense - o meu Fluminense.
E POR FALAR EM FUTEBOL...
Paraguai (com méritos), 2;
Seleção estrangeira do Brasil (ridícula), 0.
Paraguai (com méritos), 2;
Seleção estrangeira do Brasil (ridícula), 0.
4 comentários:
Os temas futebolísticos, assim como os políticos, começam a cansar!
Lívio Oliveira
Fazendo brincadeirinha, hem, amigo? Só podia ser como jogador de futebol de botão que o extraordinário Zizinho teria atuado no teu tricolor. Me lembro bem (pelo rádio), em 56, ele levando o Bangu nas costas e em 57 se transferindo para o São Paulo e se sagrando campeão. / É uma pena que pessoas da minha geração e que não moravam no Rio, não o puderam ver jogar da maneira como você bem descreveu. Um abraço.
Desisti daquele joguinho de ontem antes mesmo do primeiro gol...
Moacy, muito grata.
Abraço!
Oi Moacy.
Não conheço a técnica de fazer jogador de futebol de botão em casca de coco de pele macia. No meu tempo usávamos plástico aquecido naquelas forminhas de metal que vinham nas latas de leite Ninho. Produzi grandes craques.
***
Dunga não é do ramo, ainda. Tem muito o que aprender para comandar a seleção fora de campo. Mas algo me que diz que vai se dar bem contra a Argentina. Sabe como é, orgulho ferido...
***
Muito legal o postal domingueiro. E também o poema do Chico Doido, é claro.
***
Um abraço. Boa semana.
Postar um comentário