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BALAIO PORRETA 1986
n° 2378
Rio, 24 de julho de 2008
É curioso constatar que o que há de mais intraduzível de uma língua para a outra são os fenômenos do som e da sonoridade. O espaço sonoro de uma língua tem suas próprias ressonâncias.
(Gaston BACHELARD. A chama de uma vela, 1961)
D'UN MOINE ET D'UNE VIEILLE
O MONGE E A VELHA
Clément Marot (1496-1544)
Trad. José Paulo Paes (1926-1998)
Un moine un jour jouant sur la rivière,
Passeando um monge pela beira-rio,
Trouva la vieille en lavant ses drapeaux,
Viu uma velha que lavava a roupa;
Qui lui monstra de sa cuisse heronière
Viu-lhe a perna de garça e o fogo viu
Un feu ardent où joignaient les deux peaux.
Onde uma coxa vem juntar-se à outra.
Le moine eut cueur, lève ses oripeaux,
O monge inflamado ergue a própria roupa,
Il prend son chose, et puis s'approchant d'elle:
Pega o instrumento e se achegando a ela:
Vieille, dit-il, allumez ma chandelle.
Velha, diz ele, acende a minha vela.
La vieille alors lui voulant donner bon,
E, para dar-lhe gosto, a velha então
Tourne son cul, et respond par cautelle,
Vira-lhe o cu e pede por cautela:
Approchez-vous et soufflez au charbon.
Chega mais perto e assopra o meu carvão.
[ in Poesia erótica em tradução. São Paulo, 1990 ]
O MONGE E A VELHA
Clément Marot (1496-1544)
Trad. José Paulo Paes (1926-1998)
Un moine un jour jouant sur la rivière,
Passeando um monge pela beira-rio,
Trouva la vieille en lavant ses drapeaux,
Viu uma velha que lavava a roupa;
Qui lui monstra de sa cuisse heronière
Viu-lhe a perna de garça e o fogo viu
Un feu ardent où joignaient les deux peaux.
Onde uma coxa vem juntar-se à outra.
Le moine eut cueur, lève ses oripeaux,
O monge inflamado ergue a própria roupa,
Il prend son chose, et puis s'approchant d'elle:
Pega o instrumento e se achegando a ela:
Vieille, dit-il, allumez ma chandelle.
Velha, diz ele, acende a minha vela.
La vieille alors lui voulant donner bon,
E, para dar-lhe gosto, a velha então
Tourne son cul, et respond par cautelle,
Vira-lhe o cu e pede por cautela:
Approchez-vous et soufflez au charbon.
Chega mais perto e assopra o meu carvão.
[ in Poesia erótica em tradução. São Paulo, 1990 ]
ALGUMAS GÍRIAS CARIOCAS
DOS ANOS 40 DOS SÉCULO PASSADO (3/4)
[ Fonte : Raul Pederneiras ]
Ovo atravessado : Contrariedade. Situação esquisita.
Pancadão : Mulher atraente.
Sabão, sabonete : Descompostura. Repreensão.
Sardinha : Navalha.
Suco : Coisa boa, de primeira ordem.
Sururu : Escândalo. Desordem.
Tangolomango : Enguiço. Má sorte. Praga.
Teimosa : Cachaça.
Turumbamba : Escândalo. Desordem.
Turuna : Chefe. Valente.
DOS ANOS 40 DOS SÉCULO PASSADO (3/4)
[ Fonte : Raul Pederneiras ]
Ovo atravessado : Contrariedade. Situação esquisita.
Pancadão : Mulher atraente.
Sabão, sabonete : Descompostura. Repreensão.
Sardinha : Navalha.
Suco : Coisa boa, de primeira ordem.
Sururu : Escândalo. Desordem.
Tangolomango : Enguiço. Má sorte. Praga.
Teimosa : Cachaça.
Turumbamba : Escândalo. Desordem.
Turuna : Chefe. Valente.
9 comentários:
Eita Moacy, que esta foto está de uma sensualidade nunca antes navegada!
Um abraço...
Belíssima a foto e muito divertida a trdução.
Que fogo, hein!
beijos
Em pensar que muitas destas gírias antigas ainda são usadas, especialmente por mim e pela minha família! E esta tradução pegou o gancho direitinho... Abração!
ovo atravessado é ótimo!!!
abç
Que foto, Moacy, que foto!
***
Esperta (e sacana) a velhinha do poema.
Abraço.
olá Moacy, estou aqui novamente nesse seu espaço tão agradável, bj
Ótimo Moacy, que danada a velha, e só pra variar, belíssima a foto.
abração
Caro mestre Moacy,
Bela foto, heim... Adorei o poema. Parece uma coisa assim dos bufões medievais...
As gírias são ótimas! Eu revivi algumas do final do século 19/início do século 20 em meu livro. Inclusive o Raul Pederneiras é personagem dele. Carpe Diem. Aproveite o dia e a vida.
Moacy,
A qualidade de sempre, mas com postagens especialíssimas hoje.
Pegando o gancho do texto do Bachelard, como é difícil traduzir poesia, em que sonoridades são levadas a extremos!
Ab,
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