quinta-feira, 3 de julho de 2008


Pin-up
de
Zoe Mozert
(1907-1993)
em calendário para 1950,
o ano da
tragédia do Maracanã


BALAIO PORRETA 1986
n° 2358
Rio, 3 de julho de 2008


Perdemos sem o gosto da derrota
e vencemos sem o gosto da vitória.
(Cleber Melllo)


E TROPEÇOU NO CÉU COMO SE FOSSE UM BÊBADO
(Chico Buarque)
Há derrotas e derrotas. Há derrotas que humilham; há derrotas que dignificam. Depois de uma festa absolutamente incrível - a mais emocionante que já vi em 40 anos de Maracanã, de uma beleza ímpar -, vencemos o jogo, mas perdemos o título. Terá faltado ousadia ao FLUMINENSE depois dos 3a1? Terá faltado a necessária frieza (ou simplesmente técnica) aos jogadores na hora dos amaldiçoados penâltis? Terá faltado coração a Dodô? Inspiração (ou apenas habilidade) a Washington? O mínimo de competência futebolística a Ygor? Ganhamos e perdemos. Eis o fato que se abateu sobre todos nós. Inexorável. Duro. Terrível para aqueles que aprenderam a amar o FLUMINENSE durante anos e anos, séculos e séculos, milênios e milênios. Nas vitórias e nas derrotas. A mais bela campanha da Libertadores se dissolveu em poucos minutos, embora, a rigor, sua tragédia tenha se desenhado no primeiro tempo do jogo em Quito. Se ontem "vencemos sem o gosto da vitória", perdemos o título com dignidade. Nossos cantos iluminavam o céu, mas, no final, nele tropeçamos como se estivéssemos bêbados. E a embriaguez da empolgação "acabou no chão como um pacote flácido" (Chico Buarque). Só que, embalados por um amor eterno, resistiremos
à fúria dos Deuses e às tempestades do Além.
A vida continua. Para todos nós.

5 comentários:

Jeanne Araujo disse...

Passei para te deixar um grande beijo.

Cinecasulófilo disse...

e o fluminente hein moacy... que coisa hein... mas com aquele juiz fica dificil ne... um abraço

Maria Maria disse...

Seu balaio é sempre repleto de lindas imagens.
ah, tem gozo- folha no espartilho. Beijos verdes de Maria Maria

Marcelo F. Carvalho disse...

No final foi isso, Moacy. Belíssimo resumo.

Marco disse...

Texto bonito. Eu sei o que é perder em pleno Maraca... Carpe Diem.