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Gláucia Chris,
cantora/autora independente do Rio,
no videoclipe Imagem dirigido por
Felipe Pitrez
BALAIO PORRETA 1986
n° 2474
Rio, 9 de novembro de 2008
no livro desse nosso romance ardente
não cabe vírgulas nem apresentação
vou direto ao conto.
(Carito, in Os Poetas Elétricos)
RELEMBRAMENTOS CAICOENSES
Moacy Cirne
[ in Rio Vermelho, 1998 ]
Depois da chuva,
depois das borboletas,
o cheiro da terra molhada.
E a vontade de abraçar crepúsculos
e trovoadas.
Depois dos cajus,
depois dos cajás,
a Festa de Santana e as romãs
guardavam poentes escandalosos
de vermelhos
e carnavais.
[][][]
Colecionei gibis, fotogramas
e estampas
eu
calol. Colecionei
espantos, devaneios e paixões
platônicas.
À distância,
a cidade caicó sertão seridÓ,
uma história que não acabou
para os colecionadores
de sonhos
ambrosias
e chocolates.
[][][]
Caicó
Caicó
serra
serrote
solidão aridez
e um
sorvete de baunilha.
[][][]
Antes de mim,
entre o Seridó e o Barra Nova,
Caicó já existia.
As fotos
de José Ezelino,
uma só poeira um só antigamente,
não me deixam mentir.
POEMA DA BUCETA CABELUDA
Bráulio Tavares
[ in Antolorgia, 1984;
republicado in
Balaio, n° 177, de 8/9/1989 ]
A buceta de minha amada
tem pêlos barrocos,
lúdicos, profanos.
É faminta
como o polígono das secas
e cheia de ritmos
como o recôncavo baiano.
A buceta de minha amada
é cabeluda
como um tapete persa.
É um buraco-negro
bem no meio do púbis
do universo.
A buceta de minha amada
é cabeluda,
misteriosa, sonâmbula.
É bela como uma letra grega:
é o alfa-e-ômega dos meus segredos,
é um delta ardente sob os meus dedos
e na minha língua
é lambda.
A buceta de minha amada
é um tesouro
é o Tosão de Ouro
é um tesão.
É cabeluda, e cabe, linda,
em minha mão.
A buceta de minha amada
me aperta dentro, de um tal jeito
que quase me morde;
e só não é mais cabeluda
do que as coisas que ela geme ao meu ouvido
quando a gente fode.
Bráulio Tavares
[ in Antolorgia, 1984;
republicado in
Balaio, n° 177, de 8/9/1989 ]
A buceta de minha amada
tem pêlos barrocos,
lúdicos, profanos.
É faminta
como o polígono das secas
e cheia de ritmos
como o recôncavo baiano.
é cabeluda
como um tapete persa.
É um buraco-negro
bem no meio do púbis
do universo.
é cabeluda,
misteriosa, sonâmbula.
É bela como uma letra grega:
é o alfa-e-ômega dos meus segredos,
é um delta ardente sob os meus dedos
e na minha língua
é lambda.
é um tesouro
é o Tosão de Ouro
é um tesão.
É cabeluda, e cabe, linda,
em minha mão.
me aperta dentro, de um tal jeito
que quase me morde;
e só não é mais cabeluda
do que as coisas que ela geme ao meu ouvido
quando a gente fode.
9 comentários:
Moacy.
Reencontrei o caminho...q versos intrigantes:"...E a vontade de abraçar crepúsculos
e trovoadas..." Muito lindo. Parabéns!
p.s: Finalmente saiu o verso c uma das imagens q "roubei" do balaio, espero q vá conferir o rabisco q fiz.
Beijos Poéticos.
;**
adorei a voz de Glaucia, super bacana.
e três poetas-feras juntos nesse post pra lá de cabeludo, eita coisa boa!
Com saudades do balaio, volto e o vejo cheinho de coisas boas. Depois da chuva que se faz em mim, aí sim, sinto-me aliviada e renovada para recomeçar, abrançando o que a vida reserva prá mim.
Um abraço
sensacional esse balaio hoje!!!
Moacy, belos versos. (adoro a palavra Caicó...rsrs)
tava com saudade!
e bota cabeludo nisso!
que beleza moaci, vamos que a vida não nos deixa parar nunca!!!!!
Glaucia
www.myspace.com/glauciachris
Adorei teus poemas, Menino! E esse de Bráulio Tavares, aiaiai...
um beijo.
esse balaio tá bom pra cacete!
cacete de poema!
giulianoquase.
gostei dos relembramentos caicoenses!
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