quarta-feira, 19 de novembro de 2008


Postal francês dos anos 20
do século passado
via
Canta Piriquito Canta


BALAIO PORRETA 1986
n° 2484
Rio, 19 de novembro de 2008


As palavras preferem os poetas tristonhos.
(Ada Lima. Menina guache, 2008)


SEU METALÉXICO
José Paulo Paes
[ in Meia palavra. São Paulo, 1973 ]

economiopia
desenvolvimentir
utopiada
consumidoidos
patriotários
suicidadãos


PEDRA
Francisco Marcelo Cabral
[ in Livro dos poemas. Cataguases, 1003 ]

Escrevemos
porque sabemos
que vamos morrer.

Escrevemos
porque não sabemos
por quê.


TRÊS POEMAS de
Vivi Fernandes de Lima
[ in Atos da folia. Rio, inédito ]

Filme antigo

O amor da gente é tão antigo,
mas tão antigo
que ontem,
ao sonhar com você,
sonhei em preto e branco.

Patetice

Descobri que não sou poeta
quando me apaixonei por você.
O que eu sou mesmo
é uma pateta.

Expectativa

A criança, o ônibus,
o jornal, o banco,
o olhar, o mendigo,
a pipoca, o carro,
a tristeza, o orelhão,
o poste, o desânimo,
a árvore, o pombo,
o papel, a caneta,
a lágrima, o lenço,
a rua, a casa,
a saudade, a foto.
Enquanto te espero, nada rima.

BALAIO 2500

Em 9 de abril de 1996, no Balaio 810

Informação cultural
DE COMO O POPULAR FURICO É CONHECIDO
PELA BRAVA GENTE BRASILEIRA
- Alguns exemplos

Arroto choco [] Ás de copas [] Arroz queimado
Almanaque [] Boga [] Bebê chorão [] Bainha de bosta
Bode rouco [] Bufante [] Bassoura [] Ceguinho [] Curioso
Demagogo [] Deputado [] Dólar furado [] Decente [] Digníssimo
Drácula [] Excomungado [] Excelência [] Foba [] Fi-o-fó
Frinfa [] Fedegoso [] Foreba [] Fogoió [] Fim de linha
Furiba [] Farinha azeda [] Fole gemedor [] Furioso
Flozardo [] Graduado [] Impaciente [] Inté logo
Janeiro [] Lamparina de cego [] Merdante
Oião [] Oritombó [] Plim-plim [] Sibazó
Trololó [] Tribufu [] Triscado [] Usina
Viajante [] Zeguedegue [] Zefini

( Fonte: Oxente, nous avons buchê,
de Orlando Caboré. Natal, 1996 )

7 comentários:

Anônimo disse...

a fotografia é
totalmente daltoniana

abraços

giulianoquase

Francisco Sobreira disse...

Moacy,
Bem criativo esse poema do falecido José Paulo Paes. Sobre outros nomes da bunda, conheço só uns poucos. Um abraço. EM TEMPO - Fiquei maravilhado com Arca Russa. Uma grandíssima proeza técnica, mas não é apenas isso. É perfeita a junção de cinema com a pintura, entre outras qualidades.

Anônimo disse...

Moacy, tô aqui achando muita graça dessa última parte do seu post.
Poemas lindos. Muito grata de ver o meu no meio deles.
Bjo!!

Meg disse...

Caro Moacy,
Visitar o seu blog é uma verdadeira aventura... uma espécie de montanha russa, tal a diversidade dos temas... você sabe!

Um cheiro

Adrianna Coelho disse...


ah, tô com a meg: esse balaio é uma aventura mesmo.

uma ventura à ventura!

adoro!

beijos, moacy.

Luma Carvalho disse...

afi! maria... minha mãe vive me dando "carão" porque digo demais "furico"... acho lindo! que é que tem?

beijos na alma
com sabor de "ei, passe lá em casa e me diga: o que é a poesia?"

luciana
luma
lua

Marco disse...

Além dos ótimos poemas, tem esta belezura de estampa em que mostra que mulher sempre foi uma delícia, em todas as décadas e séculos. Carpe Diem.