Capa da edição brasileira
(por Jonathan Yamakami) de
CHE -
Os últimos dias de um herói,
quadrinhos argentinos de
Héctor Oesterheld
& Alberto e Enrique Breccia
(lançamento da Conrad, de São Paulo)
BALAIO PORRETA 1986
n° 2529
Rio, 7 de janeiro de 2009
"Demos um sumiço nele [o roteirista Héctor Oesterheld], por ter feito a mais bela história do Che que já foi escrita".
(De um militar argentino para o escritor italiano
Alberto Ongaro, citado por Rogério de Campos)
UMA OBRA-PRIMA DAS HQs
EDITADA NO BRASIL PELA PRIMEIRA VEZ
Arte. Política. Quadrinhos. Historietas. Humanismo. Socialismo. Guerrilha. América latrina? América Latina! América ladina... Uma obra-prima: sobre Che. Che Guevara. Ernesto Che Guevara. O homem. O revolucionário. O mito. E há o grafismo renovador. O claro-escuro definido. O preto no branco. O branco no preto. A iluminação crua. A narrativa modelar. A decupagem precisa. A fluência-textura gráfica e temática. O final antológico. A rigor, 78 páginas antológicas: luminosas, iluminadas - verdadeiras iluminagens. O traço de Alberto Breccia influenciaria Hugo Pratt, influenciaria Frank Miller. Quem mais? Quem mais? A considerar outras obras de sua autoria igualmente importantes. A considerar, também, o desenho de Enrique Breccia, seu filho. E o texto de Héctor Oesterheld, que foi assassinado pela didatura militar argentina em 1977 (assim como praticamente o foi toda a sua família), por ter ousado, em 1968 - ano da primeira edição da HQ em pauta -, louvar a vida de um líder cubano. Che - Os últimos dias de um herói. Contra toda e qualquer ditadura. Sim, a ditadura. Seja no Brasil. Seja no Uruguai. Seja no Chile. Seja na Argentina. Seja em outros países. "Primeiro matamos os subversivos, depois seus colaboradores e então os que continuam indiferentes, até, finalmente, matamos os tímidos", dizia o general Ibérico Saint Jean exatamente em 1977 (cf. a ótima Nota da edição brasileira, assinada por Rogério de Campos). Mas o mito Che resistiu ao tempo. Como resiste a hq Che. Não só um dos grandes lançamentos editoriais de 2008/2009. Desde 68, uma obra para ficar. Como ficou O encouraçado Potemkin, de Eisenstein. Como ficou a poesia de Vladimir Maiakóvski.
(por Jonathan Yamakami) de
CHE -
Os últimos dias de um herói,
quadrinhos argentinos de
Héctor Oesterheld
& Alberto e Enrique Breccia
(lançamento da Conrad, de São Paulo)
BALAIO PORRETA 1986
n° 2529
Rio, 7 de janeiro de 2009
"Demos um sumiço nele [o roteirista Héctor Oesterheld], por ter feito a mais bela história do Che que já foi escrita".
(De um militar argentino para o escritor italiano
Alberto Ongaro, citado por Rogério de Campos)
UMA OBRA-PRIMA DAS HQs
EDITADA NO BRASIL PELA PRIMEIRA VEZ
Arte. Política. Quadrinhos. Historietas. Humanismo. Socialismo. Guerrilha. América latrina? América Latina! América ladina... Uma obra-prima: sobre Che. Che Guevara. Ernesto Che Guevara. O homem. O revolucionário. O mito. E há o grafismo renovador. O claro-escuro definido. O preto no branco. O branco no preto. A iluminação crua. A narrativa modelar. A decupagem precisa. A fluência-textura gráfica e temática. O final antológico. A rigor, 78 páginas antológicas: luminosas, iluminadas - verdadeiras iluminagens. O traço de Alberto Breccia influenciaria Hugo Pratt, influenciaria Frank Miller. Quem mais? Quem mais? A considerar outras obras de sua autoria igualmente importantes. A considerar, também, o desenho de Enrique Breccia, seu filho. E o texto de Héctor Oesterheld, que foi assassinado pela didatura militar argentina em 1977 (assim como praticamente o foi toda a sua família), por ter ousado, em 1968 - ano da primeira edição da HQ em pauta -, louvar a vida de um líder cubano. Che - Os últimos dias de um herói. Contra toda e qualquer ditadura. Sim, a ditadura. Seja no Brasil. Seja no Uruguai. Seja no Chile. Seja na Argentina. Seja em outros países. "Primeiro matamos os subversivos, depois seus colaboradores e então os que continuam indiferentes, até, finalmente, matamos os tímidos", dizia o general Ibérico Saint Jean exatamente em 1977 (cf. a ótima Nota da edição brasileira, assinada por Rogério de Campos). Mas o mito Che resistiu ao tempo. Como resiste a hq Che. Não só um dos grandes lançamentos editoriais de 2008/2009. Desde 68, uma obra para ficar. Como ficou O encouraçado Potemkin, de Eisenstein. Como ficou a poesia de Vladimir Maiakóvski.
ESPELHO
Bosco Sobreira
[ in A Pedra e a Fala ]
Estrangeiro de mim
já não me reconheço o rosto
que o espelho
(esse serviçal do Tempo)
me devolve
agora
sem nenhum pudor
Serão minhas
estas cicatrizes
que de tão antigas
ainda sangram
dor?
Bosco Sobreira
[ in A Pedra e a Fala ]
Estrangeiro de mim
já não me reconheço o rosto
que o espelho
(esse serviçal do Tempo)
me devolve
agora
sem nenhum pudor
Serão minhas
estas cicatrizes
que de tão antigas
ainda sangram
dor?
SIMPLES ASSIM
Pavitra
[ in Metamorfraseando ]
ao adorável poeta
eu queria uma palavra
apenas uma
e meus olhos te mostrariam
dois sóis
(um em cada pupila)
por trás do inevitável arco-íris
eu te darei um sorriso
só isso
e já me clareava o dia
POEMA
Mary Morena
[ in Versos deLírios ]
dentro de mim
minas
todos os meus esconderijos
e um desejo de ser garimpada
Pavitra
[ in Metamorfraseando ]
ao adorável poeta
eu queria uma palavra
apenas uma
e meus olhos te mostrariam
dois sóis
(um em cada pupila)
por trás do inevitável arco-íris
eu te darei um sorriso
só isso
e já me clareava o dia
POEMA
Mary Morena
[ in Versos deLírios ]
dentro de mim
minas
todos os meus esconderijos
e um desejo de ser garimpada
QUATRO POEMAS de
Chico Doido de Caicó
[ in Balaio, n° 288, maio de 1991 ]
No Cais Sodré
Eu conheci um menino paneleiro
Que comia muito chocolate
E derramava lágrimas de açúcar e sal
Por marujos do Brasil e de Portugal.
[][][]
O algodão doce de Mamede
Alegrava a criançada
O algodão doce de Rosalva
Alegrava a rapaziada.
[][][]
Marujo era um cara legal
Morreu pobre e botafoguense
Sem nunca ter experimentado melhoral.
[][][]
Uma tristeza do tamanho de quê?
Do tamanho do silêncio no campo do Maracanã
Que eu cheguei a ouvir de Natal
Em mil novecentos e 50.
Chico Doido de Caicó
[ in Balaio, n° 288, maio de 1991 ]
No Cais Sodré
Eu conheci um menino paneleiro
Que comia muito chocolate
E derramava lágrimas de açúcar e sal
Por marujos do Brasil e de Portugal.
[][][]
O algodão doce de Mamede
Alegrava a criançada
O algodão doce de Rosalva
Alegrava a rapaziada.
[][][]
Marujo era um cara legal
Morreu pobre e botafoguense
Sem nunca ter experimentado melhoral.
[][][]
Uma tristeza do tamanho de quê?
Do tamanho do silêncio no campo do Maracanã
Que eu cheguei a ouvir de Natal
Em mil novecentos e 50.
7 comentários:
bom dia, moacy!
eu adoro figurar por aqui, ainda mais com essas boas companhias...
vou visitar o bosco, que eu ainda não conhecia.
e ainda tem o cdc, que eu amo!
vou querer ler a che tbm.
beijos.
moacy, teu nome, rastro de mar ou parte do barro? teu nome, perfume líquido ou fruto clandestino? sede do beijo ou punhal faminto? abraços
moacy:
tudo muito bom.esse menino
paneleiro do cdc é especial.
romério
Meu caro Moacy,
Obrigado, mais uma vez, pela honra de estar em tão boa companhia.
Sinto-me lisonjeado, mais uma vez, em estar em seu blogue.
Forte abraço, Caro Mestre.
Bom amigo, amanhã voltarei para ver Maysa!
Aquele abraço
Eu sempre visito seu balaio e hoje fiquei muito feliz em participar dele.
Obrigada pela lembrança, Moacy!
Ainda mais em companhia de Bosco, Pavitra e Chico Doido de Caicó... Maravilha! :)
Um beijo!
Bela lembrança, Moacy. Aliás, não sei se foi esta HQ que li sobre o Che (é a que conta a história a partir da visão do homem que matou o comandante?). Seja como for, louvar um idealista como Guevara, principalmente nestes tempos sem ideais, é extremamente oportuno.
No mais, dá-lhe CDC.
Um abraço.
Postar um comentário