BALAIO PORRETA 1986
n° 2601
Natal, 18 de março de 2009
Os que julgam sem regras uma obra estão em relação aos outros como os que não têm relógios em relação aos demais.
(Blaise PASCAL. Pensamentos, 1670)
OFERENDA
Paulo Celso Pucciarelli
[ in Germina Literatura ]
para Júlia
Batizei o reino da infância com o nome das coisas:
água pedra chão vento estrela
Fiz garatujas azuis
Pintei de verde o canto dos grilos
Havia um arco-íris em mim
e eu carregava a tarde e as chuvas do quintal
Uma princesa sem nome prometeu-se o corpo
por causa de um segredo que selei nos lábios
Palavras sufocadas ficaram-me ao peito,
desastres que não pude evitar por mais que evitasse.
O resto do corpo é um brinquedo de inventos
Fruto que se abre em gomos, mel de carícias.
Dádivas que e entrego sem saber o nome.
ANOTAÇÕES DE INUTILIDADE PÚB(L)ICA
Carito
[ in Os Poetas Elétricos ]
***
um movimento em fosso
e tudo logicamente
cai por água abaixo.
***
molho por molho
prefiro al dente.
***
o bigode ar parado
de filme noir.
***
não sei porque
quando morro
vivo
assim
cultivo
desertos
dentro de mim.
***
só na lua
eu piso filme.
***
essa menina
me ganha na manha
passou a noite
virada no truque.
***
tu me ensina a fazer fenda:
tu me ensina a namorar...
***
divagar...
...e sempre!
Paulo Celso Pucciarelli
[ in Germina Literatura ]
para Júlia
Batizei o reino da infância com o nome das coisas:
água pedra chão vento estrela
Fiz garatujas azuis
Pintei de verde o canto dos grilos
Havia um arco-íris em mim
e eu carregava a tarde e as chuvas do quintal
Uma princesa sem nome prometeu-se o corpo
por causa de um segredo que selei nos lábios
Palavras sufocadas ficaram-me ao peito,
desastres que não pude evitar por mais que evitasse.
O resto do corpo é um brinquedo de inventos
Fruto que se abre em gomos, mel de carícias.
Dádivas que e entrego sem saber o nome.
ANOTAÇÕES DE INUTILIDADE PÚB(L)ICA
Carito
[ in Os Poetas Elétricos ]
***
um movimento em fosso
e tudo logicamente
cai por água abaixo.
***
molho por molho
prefiro al dente.
***
o bigode ar parado
de filme noir.
***
não sei porque
quando morro
vivo
assim
cultivo
desertos
dentro de mim.
***
só na lua
eu piso filme.
***
essa menina
me ganha na manha
passou a noite
virada no truque.
***
tu me ensina a fazer fenda:
tu me ensina a namorar...
***
divagar...
...e sempre!
POEMAS de
Lúcia Nobre
[ in O bom trepador, 2000 ]
Bom trepador
menage à trois
quatro cinco seis seis sete oito nove dez
Bom trepador
sexo oral vaginal anal
tudo é carnaval
Bom trepador
segreda coisas obscenas
como poemas
POEMA de
Chico Doido de Caicó
Gosto de mulher de tudo que é jeito
Até das muito bonitas
Que não sabem foder muito bem
E até mesmo daquelas
Que nunca deram o xibiu
Para o meu consumo
Lúcia Nobre
[ in O bom trepador, 2000 ]
Bom trepador
menage à trois
quatro cinco seis seis sete oito nove dez
Bom trepador
sexo oral vaginal anal
tudo é carnaval
Bom trepador
segreda coisas obscenas
como poemas
POEMA de
Chico Doido de Caicó
Gosto de mulher de tudo que é jeito
Até das muito bonitas
Que não sabem foder muito bem
E até mesmo daquelas
Que nunca deram o xibiu
Para o meu consumo
11 comentários:
esse chico doido...
besos
Bom, adoro seu blog e marco presença. Adorei o poema )in OS POETAS ELÉTRICOS!
Belíssima pescaria!
Beijos
Mirze
o poema do caicó é bastante machista. nessa atual crise, qualquer atração cultural que precise de compra de ingresso está descartada. ainda mais o cinema a 20 reais em média, mais estacionamento. totalmente inviável. beijos, pedrita
chico doido foi despudoradamente verdadeiro nesse poema. adorei!
Olá garoto, sobre o livro Veredas do Seridó não sei como conseguir ele pois ganhei, mas se quiser como eu já o li, pode mandar seu endereço no meu email liene-morena@hotmail.com, que eu envio ele pra você tá. bj carinhoso
É um livro muito legal, vc vai gostar
tudo muito bom!
vim em visita e fiquei fã!
grande abraço!
grande CDC e sua sabedoria empírica... rsrs
o Carito afiadíssimo como sempre, genial.
beijos
execlente tudos
: imagem, gostos
sensações
e que poemas
e que fendas
me prov(oc)am...
li os dois postes anteriores. há uma ins-pirocação aqui. aqui em mim...
Caraca, rapá, hoje você se puxou à vera!
Que lindo tudo!
tudo, a foto, o poema da infância... e chico doido do caíco... cara, vou te dizer uma coisa: de doido o cabra tem é nada, ele tá é muito certo!
Sorte e saúde pra todos!
Olá menino!
Estou de volta e espero poder visitá-lo mais vezes. O balaio continua uma beleza para os olhos e o espírito.
Abraço do Seridó!
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