Foto:
Gerhard Grasinger
BALAIO PORRETA 1985
n° 2701
Natal, 23 de junho de 2009
Uma cidade é uma casa. Necessita ser cuidada, acariciada. Ter suas paredes, seu teto e chão limpos. Sem zelo, não há cidade. Uma cidade deseja ser amada, descoberta, revelada. Ao oferecer um claro céu azul, uma cidade quer ser olhada, admirada por homens e mulheres, sejam seus moradores, sejam seus visitantes.
(Marize CASTRO, in Perigo Iminente. Natal, 2009)
Gerhard Grasinger
BALAIO PORRETA 1985
n° 2701
Natal, 23 de junho de 2009
Uma cidade é uma casa. Necessita ser cuidada, acariciada. Ter suas paredes, seu teto e chão limpos. Sem zelo, não há cidade. Uma cidade deseja ser amada, descoberta, revelada. Ao oferecer um claro céu azul, uma cidade quer ser olhada, admirada por homens e mulheres, sejam seus moradores, sejam seus visitantes.
(Marize CASTRO, in Perigo Iminente. Natal, 2009)
POEMAS de
Zemaria Pinto
[ in Fragmentos de silêncio. Manaus, 1995 ]
Zemaria Pinto
[ in Fragmentos de silêncio. Manaus, 1995 ]
garçom, traga-me uma navalha
e um chope espumando nuvens
[][][]
o pouso silente
da borboleta de seda
celebra a manhã
[][][]
paixão
a nona sinfonia explode
tua lâmina me rompe o ventre
e faz jorrar o sangue da minha carne
plantando-me tua semente
a paixão violenta - o grito
a lágrima sufocada - ah, a alegria
língua que lambe o mundo
o beijo a dentada
contigo, eu pelo espaço:
Beethoven & boleros
sou uma égua de fogo
Da série
ALFARRÁBIO
de Cássio Amaral (MG)
[ in Enten Katsudatsu ]
1
a palavra
sangra vogais
nas nuvens
2
a palavra brinca
com o silêncio
onde urra o ovo da fábula
ALFARRÁBIO
de Cássio Amaral (MG)
[ in Enten Katsudatsu ]
1
a palavra
sangra vogais
nas nuvens
2
a palavra brinca
com o silêncio
onde urra o ovo da fábula
DOIS POEMAS de
Márcia Carrano
[ in Vento Leve.
Juiz de Fora, 2007 ]
minha cabeça
virou um grande
texto
totalmente fora
do contexto.
[]
afasta esta poesia doida
pousando incômoda
em meus dias:
preciso viver
de pão-sal-e-dor.
Márcia Carrano
[ in Vento Leve.
Juiz de Fora, 2007 ]
minha cabeça
virou um grande
texto
totalmente fora
do contexto.
[]
afasta esta poesia doida
pousando incômoda
em meus dias:
preciso viver
de pão-sal-e-dor.
ALGUNS NORDESTINISMOS PORRETAS
[] Tomando a bença a cachorro e chamando gato de meu tio
= Quando a pessoa está muito embriagada.
[] Um roçado de xibiu
= Um bocado de mulheres no mesmo ambiente.
[] Comer na frente que nem enxada
= Diz-se do casal que mantém relações sexuais antes do casamento.
[] Quebra-cu
= Ônibus desconfortável.
[] Afoimosiou
= Ficou linda.
[] Puetera
= Poetisa.
[] Vá prantar galinha enquanto os pintos não nascem
= Vá pra puta que o pariu.
[ in Nem Kombi, nem Ford, nem sai de Sinca (PB, 2005),
de Myriam Gurgel Maia ]
[] Tomando a bença a cachorro e chamando gato de meu tio
= Quando a pessoa está muito embriagada.
[] Um roçado de xibiu
= Um bocado de mulheres no mesmo ambiente.
[] Comer na frente que nem enxada
= Diz-se do casal que mantém relações sexuais antes do casamento.
[] Quebra-cu
= Ônibus desconfortável.
[] Afoimosiou
= Ficou linda.
[] Puetera
= Poetisa.
[] Vá prantar galinha enquanto os pintos não nascem
= Vá pra puta que o pariu.
[ in Nem Kombi, nem Ford, nem sai de Sinca (PB, 2005),
de Myriam Gurgel Maia ]
14 comentários:
Bom Dia, Moacy!
Linda imagem de Gerhard Grasinger!
Adoro imagens em blak and white, mas esse tom ficou fora de série.
Marize de Castro -Vou colocar na geladeira....quem sabe acordo uma pessoa. Lindo!
Os poemas de Zemaria : show!
Cassia Amaral , demais!
Márcio Carrano, idem.
Se baiana fosse, diria: Onde buscas, meu Rei tantos poemas lindos? Melhor para nós seus leitores.
Amei os Nordestinos Porretas.
só não esperava ser Puetera!
AH AH AH!
Muito bom o Balaio de joje.
Beijos
Mirse
a minha prole - um roçado de xibiu - tenho quatro filhas!!! risos
besos
Caro Moacy,
Mais uma bela foto. E muito bom o curto texto de Marize. Quanto aos nordestinismos, mesmo sendo da região, não conhecia nem um deles. Há uma variante para quem está bêbado, que você deve conhecer: "chamando Jesus de Genésio". Roçado de xibiu é ótima. Um abraço.
Eita balaio porreta danado!
ótimos poemas de Zemaria Pinto. Adorei as regionalidades e a fotografia está linda!
beijos muitos!
SOBREIRA, meu caro: Aproveitei apenas o início do artigo de Marize. O texto completo encontra-se na revista citada. O espaço em questão (do Balaio) comporta citações, fragmentos, pedras-de-toque. Assim tem sido desde que o instituí (a não ser nos casos especiais de poemas com um ou dois versos).
Um abraço.
Gostei dos poemas do Zé e do Cássio e me diverti com os nordestinismos. Eta balaio porreta!
Abraços.
olá :)
sim, é ótimo o texto da marize, infelizmente, deveria ser gritado aos cantos todos (infelizmente porque nao deveria ser preciso gritar obviedades). vc viu que o governador do ceará vai gastar 250 milhões na construção de um aquário? pois.. é só aquele trecho, visse. pra inglês ver. que o resto da cidade, quiça do estado, capenga até no saneamento. eu mesmo tenho um esgoto que "morre" na porta da minha casa. isso porque é na praia do futuro, a única propícia pra banho na capital.
gostei demais do pinto e do cássio. só fina a coisa :)
dos regionalismos, sem eles não vivo. pra mim "nextante" acoplados à língua culta :)
beijo, e leia o orélio cearense ;)
O balaio porretando como sempre.
Parabéns a todos os participantes!
"Um roçado de xibiu" é absolutamente sensacional. adorei!
Moacy, "Roçado de xibiu" é simplesmente genial!
Um abraço.
moacy, sempre espio tua estocada. teu gesto de carne altiva. tua lasca de perfume, tão rente. inté
Oi Moacy! Estou indignada que os seguidores dos blogs sumiram e já estavam desaparecendo desde o fim de semana passada...será que sou só eu que noto essas coisas? Olha a tua lista aí? Zeradddddddddddaaaaaaaaa!!!
um abraço, depois volto pra comentar!!!
Olá, Moacy.
Um balaio recheado de poemas e enfeitado de nordestinismos pra cabra da peste nenhum botar defeito :"comer na frente que nem enxada", "um roçado de xibiu" e quebra-cu".
Beijos, menino danado!
difícil dizer qual o melhor poema...então prefiro dizer simplesmente: volto logo!
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