Foto:
Andrew V. Pashis
BALAIO PORRETA 1986
nº 2732
Rio, 24 de julho de 2009
Hoje à noite estaremos em Caicó. Amanhã, no Colégio Diocesano Seridoense, participaremos da Festa dos Ex-Alunos (da turma concluinte de 1959). No domingo, pela manhã, o Bar de Ferreirinha nos aguarda para uma dupla homenagem. Enquanto isso a cidade já vive e respira a Festa de Sant'Ana. É possível que o Balaio só volte a "circular" na próxima segunda, diretamente de Natal.
LETRAS BRANCAS SOBRE UM FUNDO NEGRO
Antônio Mariano
[ in Poesia e outras bobagens ]
para Sérgio Mattos
Hermético, me abro.
As palavras, leitor,
acendem todas as chaves.
As trancas são os não-ditos
que fazem.
Às vezes, me fecho
quando sou claro.
QUERERES
de Acantha
[ in La Vie Bohème ]
Sigo tua letra em minha carne
riscando lentamente
histórias de desejo e desespero
abandono e sedução.
MARACUJÁ
Napoleão de Paiva Sousa
[ in Substantivo Plural ]
de tão redondo e belo
estabelece a dúvida:
fruta ou bibelô?
se da fruteira sai, ponche é.
se fica, bruxuleia em rugas
na atrofia lenta, seca
do enfeite que envelhece
quieto.
Andrew V. Pashis
BALAIO PORRETA 1986
nº 2732
Rio, 24 de julho de 2009
Hoje à noite estaremos em Caicó. Amanhã, no Colégio Diocesano Seridoense, participaremos da Festa dos Ex-Alunos (da turma concluinte de 1959). No domingo, pela manhã, o Bar de Ferreirinha nos aguarda para uma dupla homenagem. Enquanto isso a cidade já vive e respira a Festa de Sant'Ana. É possível que o Balaio só volte a "circular" na próxima segunda, diretamente de Natal.
LETRAS BRANCAS SOBRE UM FUNDO NEGRO
Antônio Mariano
[ in Poesia e outras bobagens ]
para Sérgio Mattos
Hermético, me abro.
As palavras, leitor,
acendem todas as chaves.
As trancas são os não-ditos
que fazem.
Às vezes, me fecho
quando sou claro.
QUERERES
de Acantha
[ in La Vie Bohème ]
Sigo tua letra em minha carne
riscando lentamente
histórias de desejo e desespero
abandono e sedução.
MARACUJÁ
Napoleão de Paiva Sousa
[ in Substantivo Plural ]
de tão redondo e belo
estabelece a dúvida:
fruta ou bibelô?
se da fruteira sai, ponche é.
se fica, bruxuleia em rugas
na atrofia lenta, seca
do enfeite que envelhece
quieto.
ÓRFÃ
Maria Maria
[ in Espartilho de Eme ]
Sou órfã
de tua boca e músculos
Muito!
de teu músculo generoso
Sou órfã
de tudo que lembra
o teu olhar fogoso
Sou órfã de tua mão,
que feito cão,
me morde o pescoço
Órfã de teu cheiro doce.
Muito, de teu calor
Órfã do teu amor.
OFERENDA
Laura Amélia Damous
[ in A poesia maranhense no século XX, de Assis Brasil ]
Venho te oferecer meu coração
como o cansaço se oferece aos amantes
o suor aos corpos exaustos
depois de definitivo abraço
Venho te oferecer meu coração
como a lua se oferece à noite
e o vento à tempestade
Venho te oferecer meu coração
como o peixe se oferece à captura
no engano do anzol
SAUDADE
Gilka Machado
[ in Velha poesia, 1965 ]
De quem é esta saudade
que meus silêncios invade,
que de tão longe me vem?
De quem é esta saudade,
de quem?
Aquelas mãos só carícias,
Aqueles olhos de apelo,
aqueles lábios-desejo...
E estes dedos engelhados,
e este olhar de vã procura,
e esta boca sem um beijo...
De quem é esta saudade
que sinto quando me vejo?
Nota:
Gilka Machado nasceu em 1893 e faleceu em 1980.
Publicou, entre outros, os seguintes livros de poesia:
Cristais partidos (1915),
Mulher nua (1922),
Sublimação (1938) e Velha poesia (1965).
Maria Maria
[ in Espartilho de Eme ]
Sou órfã
de tua boca e músculos
Muito!
de teu músculo generoso
Sou órfã
de tudo que lembra
o teu olhar fogoso
Sou órfã de tua mão,
que feito cão,
me morde o pescoço
Órfã de teu cheiro doce.
Muito, de teu calor
Órfã do teu amor.
OFERENDA
Laura Amélia Damous
[ in A poesia maranhense no século XX, de Assis Brasil ]
Venho te oferecer meu coração
como o cansaço se oferece aos amantes
o suor aos corpos exaustos
depois de definitivo abraço
Venho te oferecer meu coração
como a lua se oferece à noite
e o vento à tempestade
Venho te oferecer meu coração
como o peixe se oferece à captura
no engano do anzol
SAUDADE
Gilka Machado
[ in Velha poesia, 1965 ]
De quem é esta saudade
que meus silêncios invade,
que de tão longe me vem?
De quem é esta saudade,
de quem?
Aquelas mãos só carícias,
Aqueles olhos de apelo,
aqueles lábios-desejo...
E estes dedos engelhados,
e este olhar de vã procura,
e esta boca sem um beijo...
De quem é esta saudade
que sinto quando me vejo?
Nota:
Gilka Machado nasceu em 1893 e faleceu em 1980.
Publicou, entre outros, os seguintes livros de poesia:
Cristais partidos (1915),
Mulher nua (1922),
Sublimação (1938) e Velha poesia (1965).
FEIRA DE CITAÇÕES ESPORRENTAS
A arte é uma mentira que nos faz compreender a verdade.
(Pablo PICASSO)
(Pablo PICASSO)
Uma simples linha pintada com o pincel pode levar à Liberdade e à Felicidade.
(Joan MIRÒ)
(Joan MIRÒ)
Fecho meus olhos para ver.
(Paul GAUGUIN)
(Paul GAUGUIN)
Onde reina o amor, o impossível pode ser alcançado.
(Provérbio Indiano)
(Provérbio Indiano)
Certas mulherem amam tanto seu marido que, para não gastá-lo, usam o de suas amigas.
(Alexandre DUMAS Fº)
(Alexandre DUMAS Fº)
Você não pode confiar em seus olhos quando sua imaginação está fora de foco.
(Mark TWAIN)
(Mark TWAIN)
16 comentários:
Moacy, tá tudo pronto.Estamos apenas esperando o domingo chegar. Pode ter certeza vc vai presenciar e participar do maior evento profano da Festa de Santana.Profano é legal, né.Boa viagem e seja muito bem vindo.O evento terá duas autoridades, vc e Ferreirinha.
moacy,
aproveite os festejos. deve ter samanaú a dar com pedra!
quanto a foto, só da pra dizer: ai como é bela a beleza.
abraço!
Caprichado!
voa, moa - caicó te espera!
escolhi este:
Fecho meus olhos para ver.
(Paul GAUGUIN)
besos
Ai, ai, essas fotos que aprumas por aqui, com essas modelos... Vá, meu caro, e aproveite a longa lista de compromissos sociais e homenagens, você merece! Especialmente porque acho que, pelo menos por aqui, trabalhas demais: enquanto escrevo um 'post' por semana, quando pisco os olhos, cá já há uns 3! E fizeste a lição de casa: deixaste farto material até segunda: ótimas Poesias e citações idem! Abração e boas viagens!
P.S.: saí da feira de blogues?! Ela é rotatória (a minha é fixa) ou foi porque fui pra Lua e não dei mais notícia, ré, ré?!
Aproveita, Mestre Moa. Sem juízo, visse?!
Excelentes os textos de cá!
- Henrique Pimenta
Oi Moacy!
Excelente a foto, onde os contrastes, a juventude X a aurora da vida. Lindo amei!
Aproveite os festejos, mas no dia de Santana, ateu como dizes ser, peço, pede à santana por mim que nasci nesse dia.
Todos os poemas belíssimos!
E das citações, escolhi Gauguin!
Bons festejos!
Uma só Ave-Maria por mim?
Beijos
|Mirse
Olá, Moacy!
O balaio está show, especialmente com a abertura fotográfica. Linda!
Obrigada mais uma vez!
Beijos e boa Festa de Santa"Ana
Mestre querido!
Olhei a foto e pensei logo nas minhas mulheres sempre nuas, em situações corriqueiras. Sempre surpreende!
Boa folga, eceba as homenagens merecidadas e volte com toda força!
Beijos
Eita, Moa à toa e o balaio feito um raio! Parabéns e daqui te espio, pelas festas, da janela, d' alma...
Meu caro Moacy!
Você é indicado ao selo Blog de Ouro.
Passe no Flores do Seridó e pegue-o para postar no seu blog. O seu balaio é o meu favorito, viu?
Beijos,
Maria maria
Tbm estaremos, eu e andreia, no ferreirinha tirando umas fotos para o subterraneo...
=)
Antonio Mariano...amei!!! Mais do que os outros.
estou de volta
esmaques pra ti!!!
Marisete Zanon
Moacy,
adorei tê-lo encontrado na festa do ex-aluno. Amanhã se tudo ocorrer bem, nos reencontraremos na comemoração do Ferreirinha.
Belíssimo este número do Balaio. Novamente, parabenizo pela reunião de tão preciosas vozes.
Abraços em todos e todas que visitam o Balaio.
Beijos,
H.F.
Moacy
Está de férias ou mudou? e essa foto?:) Amei os textos, os picotes, mas Picasso é demais:
"A arte é uma mentira que nos faz compreender a verdade"
beijos, poeta
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