sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O Potengi e a Redinha, em Natal
Foto de
Pedro Morgan


BALAIO PORRETA 1986
n° 2794
Natal, 25 de setembro de 2009

A memória é uma coisa mágica. Não me admira que Proust tenha escrito páginas e mais páginas só com a fugaz lembrança de um aroma. A obra de Proust é um calo no meu sapato. Eu já comecei a lê-lo uma série de vezes e nunca passo da metade do segundo livro de Em Busca do Tempo Perdido (ou À Procura do Tempo Perdido, como queiram), À Sombra das Raparigas em Flor. Só o título já é suficiente para despertar inumeráveis lembranças para qualquer um com o mínimo de sensibilidade.
(Carlos de SOUZA, 'Diário de bordo', in Substantivo Plural)


Memória 1997
A POESIA E O POEMA BRASILEIROS:
DEZ LIVROS FUNDAMENTAIS
segundo
Jarbas Martins
[ in Balaio n° 986, de 8 de julho de 1997 ]

1. Agreste (João Cabral)
2. Cantaria barroca (Affonso Ávila)
3. A rosa do povo (Carlos Drummond de Andrade)
4. Eu e outras poesias (Augusto dos Anjos)
5. Viva vaia (Augusto de Campos)
6. A ave (Wlademir Dias Pino)
7. O homem e sua hora (Mário Faustino)
8. Poemas apócrifos (Franklin Jorge)
9. Viagem a São Saruê (Manuel Camilo do Santos)
10. Libertinagem (Manuel Bandeira)


PACTO
Maria Maria
[ in Espartilho de Eme ]

Fizemos um pacto, meu amado!
Rompi as amarras
e revelei mentiras.
As verdades já são translúcidas.
Desarrumei todas as estruturas
e estou cumprindo a minha parte
no plano:
há dias, não durmo
de baby doll.


EXIGÊNCIA
de Lisbeth Lima
[ in Felice. Natal, 2004 ]

Quero um colo que me cale;
que me fale enquanto calo.


UMA HISTÓRIA DE CÂMARA CASCUDO

Exame oral. O estudante é Sylvio Piza Pedroza, que depois seria governador do Rio Grande do Norte.

Cascudo pergunta: - Como o rei de Portugal teve notícias do descobrimento da Ilha de Vera Cruz?

- Pedro Álvares Cabral passou um telegrama.

O aluno foi aprovado.

5 comentários:

líria porto disse...

achei que só eu voava no meio do proust..

há muito não durmo de baby doll - eles nem me cabem mais!

beso - o primeiro do dia!

assis freitas disse...

Carlos de Souza e o seu Proust. O meu Proust é meio chatinho, mesmo no parco francês que consigo ler, e mesmo que as traduções para o português sejam primorosas e feitas por mestres. Continuo exercitando os conselhos de Como falar dos livros que não li, do aprendiz de feiticeiro Pierre Bayard.

Marcelo Novaes disse...

Moa,


As listas de livros de poesia brasileira, desta e da postagem anterior, encaminham qualquer interessado a alguma da melhor poesia brasileira.



O que grita, enquanto se cala a personagem, é o título da poesia de Lisbeth: Exigência. Claro que a moça estava bem ciente da antítese. Por sua vez, Maria Maria sabe fazer acordos...




Bons textos.




Assim como os Prousts são [inclusive, mas não só] subjetivos, os critérios de aprovação em exames orais também parecem sê-lo... [Exclusivamente, no caso].







Abração,







Marcelo.

Mme. S. disse...

Lisbeth é uma pérola que dispensa o colar inteiro. Um cheiro meu querido. S.

nina rizzi disse...

esse camara é (sim, conjugado assim) um cascudo mesmo.. rsrs..

sabe, confesso sem muita vergonha: nunca tive muita paciência com o proust.. rsrsr..

quanto aos beibes... prefiro calças de moletons. alheias. lenços também vão bem...

um beijo.