Cidades do Mundo que eu gostaria de conhecer (9)
Maputo - Moçambique
[ Foto: Rosino ]
Maputo nasceu em 1781 como a portuguesa
Lourenço Marques.
População atual: 1.200.000 habitantes.
BALAIO PORRETA 1986
n° 2833
Natal, 5 de novembro de 2009
Não escrevo todos os dias, mas escrevo sempre. Preciso de silêncio, muito silêncio. Não consigo escrever com barulho. Ouço música quando o poema está finalizado. Depois leio – várias vezes – o poema em voz alta. É neste momento que percebo problemas na estrutura, se falta harmonia, se o ritmo está frágil, entre outras coisas. Observo que esse processo pode durar meses.
(Marize CASTRO, in Entrevista para Michelle Ferret)
LÁBIOS-ESPELHOS LÁBIOS-ESPELHOS
MARIZE CASTRO MARIZE CASTRO
LANÇAMENTO LANÇAMENTO
HOJE 18 E TRINTA HOJE
NO MIDI VAI MAL
SICILIANO
Maputo - Moçambique
[ Foto: Rosino ]
Maputo nasceu em 1781 como a portuguesa
Lourenço Marques.
População atual: 1.200.000 habitantes.
BALAIO PORRETA 1986
n° 2833
Natal, 5 de novembro de 2009
Não escrevo todos os dias, mas escrevo sempre. Preciso de silêncio, muito silêncio. Não consigo escrever com barulho. Ouço música quando o poema está finalizado. Depois leio – várias vezes – o poema em voz alta. É neste momento que percebo problemas na estrutura, se falta harmonia, se o ritmo está frágil, entre outras coisas. Observo que esse processo pode durar meses.
(Marize CASTRO, in Entrevista para Michelle Ferret)
LÁBIOS-ESPELHOS LÁBIOS-ESPELHOS
MARIZE CASTRO MARIZE CASTRO
LANÇAMENTO LANÇAMENTO
HOJE 18 E TRINTA HOJE
NO MIDI VAI MAL
SICILIANO
AFORISMO
José Craveirinha
(Moçambique)
Havia uma formiga
compartilhando comigo o isolamento
e comendo juntos.
Estávamos iguais
com duas diferenças:
Não era interrogada
e por descuido podiam pisá-la.
Mas aos dois intencionalmente
ajoelhar-nos.
José Craveirinha
(Moçambique)
Havia uma formiga
compartilhando comigo o isolamento
e comendo juntos.
Estávamos iguais
com duas diferenças:
Não era interrogada
e por descuido podiam pisá-la.
Mas aos dois intencionalmente
podiam por-nos de rastos
mas não podiamajoelhar-nos.
CONFISSÃO DO LATIFÚNDIO
D. Pedro Casaldáliga
[ cf. Barbaridades críticas, de Marcius Cortez ]
Tudo é relativo
menos Deus e a fome.
(Noemas 34)
Por onde passei,
plantei
a cerca farpada,
plantei a queimada.
Por onde passei,
plantei
a morte matada.
Por onde passei,
matei
a tribo calada,
a roça suada,
a terra esperada...
Por onde passei,
tenfo tudo em lei,
eu plantei o nada.
D. Pedro Casaldáliga
[ cf. Barbaridades críticas, de Marcius Cortez ]
Tudo é relativo
menos Deus e a fome.
(Noemas 34)
Por onde passei,
plantei
a cerca farpada,
plantei a queimada.
Por onde passei,
plantei
a morte matada.
Por onde passei,
matei
a tribo calada,
a roça suada,
a terra esperada...
Por onde passei,
tenfo tudo em lei,
eu plantei o nada.
POEMA
Líria Porto
[ in Putas Resolutas ]
não queiras ser o único
o último
o primeiro
sê aquele de quem eu me lembre
todas as noites
Eu caio direitinho, pois, perfeito.
Eu caibo perfeitinho no que enreda.
As tramas cordiais são uma seda
De laços e de nós que há no seu peito.
Em rede me deserdo do deserto.
Há limo, leite, lótus no seu colo,
Há lírio, lodo, ludo onde me evolo...
Que venha ao meu encontro o não desperto.
Que o sonho seja à lente inconsciente
Efêmero e, portanto, permanente.
O NOME DO SOL
Jairo Lima
[ in Bar & Cachaçaria Papo Furado ]
árvores, silêncio, montes, ventos
mastigam lentos os alvos panos da luz
como se, de incriados tempos,
a mesma canção, em renovado alento,
deitasse um verde imenso sob imenso azul
a canção da sexta te diz apenas um nome
que de tão exato, tão manso, tão sereno
só hoje o terás
pois este nome se colou com tal ardor às sílabas do tempo
que este dia não precisa de outro sol
só hoje, no mapa do teu corpo, se desenhou este fulgor intenso
e não são doces brisas, mas vândalos incêndios
que anunciam o teu és na aurora deste tempo
que terá um dia só
(estrela concebida entre uma e outra madrugada
a tua memória terá para sempre em suas retinas ofuscadas
este clamor tremendo
este teu nome de hoje
estas migalhas incandescentes
consubstanciando para sempre
o nome do teu nome
com o nome do mesmo sol).
Líria Porto
[ in Putas Resolutas ]
não queiras ser o único
o último
o primeiro
sê aquele de quem eu me lembre
todas as noites
Dormindo nos seus olhos, sob efeito,
Acabo repentino numa queda,
Vou certo do mistério que me seda
Direto para os braços do seu leito.
Acabo repentino numa queda,
Vou certo do mistério que me seda
Direto para os braços do seu leito.
Eu caio direitinho, pois, perfeito.
Eu caibo perfeitinho no que enreda.
As tramas cordiais são uma seda
De laços e de nós que há no seu peito.
Em rede me deserdo do deserto.
Há limo, leite, lótus no seu colo,
Há lírio, lodo, ludo onde me evolo...
Que venha ao meu encontro o não desperto.
Que o sonho seja à lente inconsciente
Efêmero e, portanto, permanente.
VERSÍCULO
Carlos Gurgel
permita-me
que o silêncio
e seus últimos avisos
declarem:
a terra com suas enormes serpentes
e com suas feridas e girassois
será alvo de cobiça
prlo escuro
que dos olhos do desconhecido
palpitam
assim sendo
o que se aconselha
é fruto de muito sono
e perdição.
Carlos Gurgel
permita-me
que o silêncio
e seus últimos avisos
declarem:
a terra com suas enormes serpentes
e com suas feridas e girassois
será alvo de cobiça
prlo escuro
que dos olhos do desconhecido
palpitam
assim sendo
o que se aconselha
é fruto de muito sono
e perdição.
O NOME DO SOL
Jairo Lima
[ in Bar & Cachaçaria Papo Furado ]
árvores, silêncio, montes, ventos
mastigam lentos os alvos panos da luz
como se, de incriados tempos,
a mesma canção, em renovado alento,
deitasse um verde imenso sob imenso azul
a canção da sexta te diz apenas um nome
que de tão exato, tão manso, tão sereno
só hoje o terás
pois este nome se colou com tal ardor às sílabas do tempo
que este dia não precisa de outro sol
só hoje, no mapa do teu corpo, se desenhou este fulgor intenso
e não são doces brisas, mas vândalos incêndios
que anunciam o teu és na aurora deste tempo
que terá um dia só
(estrela concebida entre uma e outra madrugada
a tua memória terá para sempre em suas retinas ofuscadas
este clamor tremendo
este teu nome de hoje
estas migalhas incandescentes
consubstanciando para sempre
o nome do teu nome
com o nome do mesmo sol).
Diretamente do Bar de Ferreirinha
Estudo mostra relação entre consumo e ataques cardíacos
SOBRE GORDURA, VINHO E SEXO
GORDURA
VINHO
SEXO
CONCLUSÃO:
Beba, coma e trepe sem culpa, pois o que mata mesmo é falar inglês!
Estudo mostra relação entre consumo e ataques cardíacos
SOBRE GORDURA, VINHO E SEXO
O Malmstain Institute, uma das mais importantes organizações europeias de estudos e pesquisas, acaba de divulgar o resultado de uma pesquisa, feita em vários países do mundo, que aferiu os hábitos alimentares, etílicos e sexuais das pessoas, e relacionou-os com a ocorrência de ataques cardíacos.
O estudo reuniu três temas que despertam grande interesse: gordura, vinho e sexo.
Com exclusividade pelo Bar de Ferreirinha, as conclusões seguem abaixo:
GORDURA
No Japão o povo consome pouca gordura e o índice de ataques cardíacos é menor do que na Inglaterra e nos EUA. Na França o consumo de gorduras é alto e, ainda assim, o índice de ataques cardíacos é menor do que na Inglaterra e nos EUA.
VINHO
Na Índia, bebe-se pouco vinho tinto, mas o índice de ataques cardíacos é menor do que na Inglaterra e nos EUA. Já na Espanha se bebe muito vinho tinto e o índice de ataques cardíacos é infinitamente menor do que na Inglaterra e nos EUA.
SEXO
Na Argélia, namora-se muito pouco e o índice de ataques cardíacos é menor do que na Inglaterra e nos EUA. Em compensação, no Brasil se transa muuuuuito e o índice de ataques cardíacos é menor do que na Inglaterra e nos EUA.
Depois de cruzados todos os dados, o estudo chegou à seguinte
Depois de cruzados todos os dados, o estudo chegou à seguinte
CONCLUSÃO:
Beba, coma e trepe sem culpa, pois o que mata mesmo é falar inglês!
13 comentários:
bonita a foto de moçambique. beijos, pedrita
Caríssimo Moacy,
Tudo bem que você não goste de estrangeirismos, nem de shoppings, marca do capitalismo selvagem, cruel. Mas, toda vez que você coloca que um lançamento vai acontecer no MIDUEI VAI MAL, ou algo parecido, penso em não comparecer. Fico com medo do bicho cair. rsrsrsrsrsrsrs
Não daria pra você colocar um apelido menos negativista? rsrsrsrsrs
Abraço.
Lívio
p.s. Acredito que o lançamento de Marize vai ser maravilhoso. A festa e o livro.
Me agrada estar aqui. Obrigado. Beijo a todos!
Caro LÍVIO: Não fui eu quem inventou o estrangeirismo. E algumas palavras estrangeiiras, na medida certa, e nos lugares adequados, são mesmo interessantes. Nada contra. Mas o xópim da Salgado Filho, com o seu nome besta e servil à história dos Estados Unidos, "pede" para ser chamado de 'Midi Vai Mal' ou 'Me Dei Mal'. Todos sabem a que xópim estou me referindo; não há como deixar de ir a um lançamento (quando importante) só por causa disso. Aliás, de minha parte muito raramente frequento um xópim, seja qual for o seu nome.
Um abraço.
é por isso que implico com o inglês!!!
gostei de tudo moa, ainda mais de estar no balaio!
besosssssss
Poesia da boa e filosofia do Ferreirinha. E a foto de lascar...
Oi MOacy.
Gostei especialmente dos poemas do Craveirinha e do D. Pedro Casaldáliga, que me fizeram recordar os tempos de militância política.
Sobre gordura, vinho e sexo estou tranquilo: sou monoglota.
Um abraço.
Sempre achei que falar inglês era furada...
_________________
Roubados dois poemas!
Moa,
Excelente o poema-aforismo do Craveirinha.
Henrique também é ourives, lapidando sonetos.
Abração,
Marcelo.
Pois é, caro mestre Moacy...
Falar inglês deve causar problemas, mesmo. O pior deles é a bestice de achar que é melhor que o português, que é mais chique...
Carpe Diem. Aproveite o dia e a vida.
Foi bom, Moacy, encontrar você no lançamento de Marize.
Abração.
Moacy, passar por aqui é muito legal.O Balaio é Porreta mesmo.Já está curado?Se cuida cara.Liria,quando estudava sempre matava as aulas de Inglês.Fiz bem?Um abraço em todos.Pituleira.
Muito bom...muito bom... destaque, como sempre, para o Bardo. bj
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