em foto de
Ailton Cruz
No Dia da Dipanda (Independência),
um kandandu mwangolé (abraço angolano) para todos
a partir de Namibiano Ferreira
BALAIO PORRETA 1986
n° 2839
Natal, 11 de novembro de 2009
Escrever não é apenas uma operação da inteligência.
É uma necessidade do coração.
(Hildeberto BARBOSA Filho. O escritor e seus intervalos, 2008)
Carlos Gurgel
há pouco
trilhei
cactus e estrelas
outrora
como um retorno
vigio o meu olho
que não se acostuma
com nada
tudo
é tão raso
me anoiteço
de sonhos e espartilhos
e o riso de anjo
que ontem vesti
respira ofegante
como o rio
que amanhece
sobre os meus pés.
A mais hilária das definições de um Orson Welles nada entusiasmado com o grande Michelangelo Antonioni, foi esta: “trata-se de um solene amontoador de caixas vazias”…
É impossível não achar graça, pero también é impossible (diria Collor, imortal mestre de pontunhol) não ver o que havia de simplesmente invejoso na frase disparada contra o autor da “Trilogia da Incomunicabilidade” e de Blow-up.
Welles sofria de um certo ostracismo (injustíssimo, é claro), sendo obrigado a aparecer, como ator secundário, em filmecos tipo Estrela do Sul e até em comerciais de lâminas de barbear etc, quando lapidou essa “pérola” venenosa de ressentimento a respeito do então cultuado Antonioni (como ainda hoje, merecidamente).
Michelangelo poderia ter respondido – mas não o fez – lembrando que havia algo de “charlatanesco”, digamos, na personalidade artística de Orson, assim como alguma coisa um tanto desonesta no jovem diretor genial que nunca reconheceu ser o roteiro de Cidadão Kane muito menos dele do que de Herman J. Mankiewicz, com colaboração também de John Houseman (este, Welles nem aceitava que fosse citado, depois que brigaram na fase pós-”Mercury Theatre on the Air”).
Passados os anos, eles estão mortos, o céu do cinema tem muitas moradas e Orson e Michelangelo ocupam seus lugares, com justiça, no panteão cinematográfico, onde igualmente se dá o crédito devido ao talento de Mankiewicz e à capacidade inspiradora de Houseman.
GITANA
Adrianna Coelho
[ in Metamorfraseando ]
meus passos não te serão
leves
nem meus saltos
nem mesmo quando levito,
ou ergo as mãos, danço e canto
sem acompanhamento
pelo ângulo certo, porém,
verás meu coração nos abetos,
os pássaros rasgarem azuis
e amanhecerem os meus beijos
vermelhos
Repeteco
AUTOBIOGRAFIA COM FARINHA E RAPADURA
Moacy Cirne
(17 de julho de 2004)
12 comentários:
Moa,
O sorriso da angolana é nascente e foz de todos os suspiros. O poema da Dri é um diálogo comigo, então não vale comentar. Sua autobiografia é porreta, atemporal e imparcial. Diria, até, que parcimoniosa, a se julgar por outras façanhas sabidas. Ou entre-vistas.
O black-out nos atrapalhou um pouco. Mas a flor branca parida em plena negritude (o sorriso da angolana) nos redime a todos. E nos salva do breu, assimilando-nos.
Abração,
Marcelo.
Um sorriso angolano, cçareando o nosso dia!
Beleza, Moacy!
Adriana Coelho reina em sua Gitana!
Belíssimo!
A autobiografia está o máximo!
Beijos
Mirse
Moacy, lindo sorriso de uma ainda mais bela mulher para o Dia da Dipanda, kandandu meu kamba!
Sakidila, Baketu, Twapandula = Obrigado!
VIVA ANGOLA & O POVO ANGOLANO!!
Oi Moacy!
Passei para matar a saudade e deixar meu beijo pra vc!
Um sorriso largo e angolano para sua autobiografia, meu querido.
S.
Um sorriso largo e angolano para sua autobiografia, meu querido.
S.
Farinha, rapadura e esse sorriso. Vixe coisa boa.
caraca, que sorriso é este, que me olhar é este, que cabelos são estes? eu tenho uma pista... "meu doirado sonho de ser preta pura".
deve ser bom voar, amanhecer nas vaus dos rios com bons amigos, farinha, rapadura, obras-primas...
aiai, dá uma seridolência...
pra vc, por ter bebido com bandeira, sido amigo dos tapuias, guerreado com meus conterrâneos e pescado as minhas auroras: meu beijo mais seridolente.
Oi Moacy.
Mau tempo por aqui. O Belluzo ferrou com o Chefe Simon. Estamos apagando o incêndio.
Um abraço.
oi, moa, essa foto me remete a um poema meu publicado na agenda datribo de 2009:
monóico
líria porto
deus é menina
tem cachos eu acho
talvez seja negra
não a vi de frente
percebi pelo cheiro
de flores queimadas
incenso e fumaça
que veio com o vento
foi tal o deleite
na manhã de sol
que pensei
tão bonita
e assim
perfumada
só deus
*
besossssss
ah, tenho certeza que te conheço faz óoooooo - muitos séculos!!!
Nossa, que lindo esse sorriso! E que linda essa moça!
Andava com um bocado de saudade daqui, Moacy. Que bom te ver de novo./
Beijo beijo.
Moacy, sua autobiografia é um barato.Mas meu irmão,essa gata é do outro mundo...Pituleira.
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