Cartão postal antigo,
de origem francesa
BALAIO PORRETA 1986
n° 2857
Natal, 2 de dezembro de 2009
Quero te sonhar até me lambuzar de auroras e tangerinas.
(Raimundo DIADORIM, in Madrugadas de abril)
NOVAS CARTAS DO SERTÃO
"Hoje tem o lançamento de Novas Cartas dos Sertões do Seridó, o missivista Paulo Bezerra chegando cedo (18:30) na Livraria Siciliano, do Miduei, onde se abanca, a partir daí, para autografar este seu terceiro livro, uma continuação de Cartas dos Sertões do Seridó, que saiu em 2000, e de Outras cartas dos Sertões do Seridó, de 2004. Tudo começou nos idos de março de 1985 quando publiquei, neste canto de página, carta assinada por doutor Paulo Balá dando conta de um caso acontecido com um touro de nome Jagunço que pesou 51 arrobas e 9 quilos, rendendo 744 quilos de carcaça. Um espanto no sertão do Acary" (Woden Madruga, in Tribuna do Norte).
A MENTIRA RAIVOSA DE CÉSAR BENJAMIN
RESÍDUO
Sônia Brandão
[ in Pássaro Impossível ]
Tenho apenas um punhado de areia
em minhas mãos.
Mas o mar ainda canta em meus ouvidos.
de origem francesa
BALAIO PORRETA 1986
n° 2857
Natal, 2 de dezembro de 2009
Quero te sonhar até me lambuzar de auroras e tangerinas.
(Raimundo DIADORIM, in Madrugadas de abril)
NOVAS CARTAS DO SERTÃO
"Hoje tem o lançamento de Novas Cartas dos Sertões do Seridó, o missivista Paulo Bezerra chegando cedo (18:30) na Livraria Siciliano, do Miduei, onde se abanca, a partir daí, para autografar este seu terceiro livro, uma continuação de Cartas dos Sertões do Seridó, que saiu em 2000, e de Outras cartas dos Sertões do Seridó, de 2004. Tudo começou nos idos de março de 1985 quando publiquei, neste canto de página, carta assinada por doutor Paulo Balá dando conta de um caso acontecido com um touro de nome Jagunço que pesou 51 arrobas e 9 quilos, rendendo 744 quilos de carcaça. Um espanto no sertão do Acary" (Woden Madruga, in Tribuna do Norte).
A MENTIRA RAIVOSA DE CÉSAR BENJAMIN
"Poucas vezes encontramos na grande imprensa do país um ataque tão direto ao caráter de um presidente da República e o que mais impressiona que poucas vezes tivemos refutações tão veementes quanto à fidedignidade do ataque. Um pouco mais de apuração jornalística faria cair por terra o excesso de paixão ideológica que como sarampo vive contaminando amplos setores de imprensa. Afinal, a maior parte dos protagonistas do almoço citado por Benjamin está viva, e de facílima localização. Um celular e um pouco de vontade e mais umas pitadas de amor à verdade reduziriam aquela página A-8 inteira a rodapé de coluna social... ou policial" (Washington Araújo, texto completo in CartaMaior).
RESÍDUO
Sônia Brandão
[ in Pássaro Impossível ]
Tenho apenas um punhado de areia
em minhas mãos.
Mas o mar ainda canta em meus ouvidos.
Para o Marcelo Novaes
Eu queria falar contigo que tem a saudade na cara lavada.
Tem o pé descalço na infância,
mas não tem a fome das unhas.
Eu queria falar contigo sobre a adolescência
sobre a mão no bolso de vergonha
sobre a velhice de amar.
E também queria falar sobre o lado torto do travesseiro
e sobre a importância que dou ao café e ao jornal.
Queria falar contigo que se importa com a nuvem estufada de chuva
mas não esquece a capa.
Queria falar contigo que tem a boca vermelha
mas oferece os ombros.
Queria falar que estou aqui e lá
Queria falar que já sei do meu lugar
Queria falar contigo que não se importa em escutar.
Eu queria falar contigo que tem a saudade na cara lavada.
Tem o pé descalço na infância,
mas não tem a fome das unhas.
Eu queria falar contigo sobre a adolescência
sobre a mão no bolso de vergonha
sobre a velhice de amar.
E também queria falar sobre o lado torto do travesseiro
e sobre a importância que dou ao café e ao jornal.
Queria falar contigo que se importa com a nuvem estufada de chuva
mas não esquece a capa.
Queria falar contigo que tem a boca vermelha
mas oferece os ombros.
Queria falar que estou aqui e lá
Queria falar que já sei do meu lugar
Queria falar contigo que não se importa em escutar.
IN GANA
Nina Rizzi
[ in Ellenismos ]
i-
não coma qualquer coisa!
caminhe, sangre, ame a terra:
eu-alimento.
ii-
moi, amina, amim:
mastigo a terra, suo sementes
e te chovo.
iii-
eu escrevi teu nome em minhas paredes,
arranhei os azulejos e comi
a terra de terra de te construir.
POEMA
Ada Lima
[ in Menina Gauche ]
não eram só as asas coladas
ao corpinho frágil
e os olhinhos sem brilho
que me entristeciam
quando eu observava o pássaro
na gaiola pendurada sob a cobertura do terraço
eu chorava também
ao pensar nas flores
que jamais ouviriam aquelas canções.
Nina Rizzi
[ in Ellenismos ]
i-
não coma qualquer coisa!
caminhe, sangre, ame a terra:
eu-alimento.
ii-
moi, amina, amim:
mastigo a terra, suo sementes
e te chovo.
iii-
eu escrevi teu nome em minhas paredes,
arranhei os azulejos e comi
a terra de terra de te construir.
POEMA
Ada Lima
[ in Menina Gauche ]
não eram só as asas coladas
ao corpinho frágil
e os olhinhos sem brilho
que me entristeciam
quando eu observava o pássaro
na gaiola pendurada sob a cobertura do terraço
eu chorava também
ao pensar nas flores
que jamais ouviriam aquelas canções.
10 comentários:
Meu caro,
O que mais me chama a atenção nesses cartões postais é que a nudez suscita uma certa pureza, que não se vê nas fotos de nus de hoje. Dos poemas, gostei, especialmente , do de Ada, que revela uma intensa sensibilidade, sobretudo nos 3 últimos versos. Por fim, respondo a sua pergunta lá no Luzes: não citei, na primeira lista, o final de Ladrões de Bicicletas. Ele ficará pra próxima, pois pretendo fazer mais algumas. São tantos e tantos os filmes de grande final... Um abraço.
Poemas inspirados de Sonia e Nina, essas mulheres são retadas.
Moa,
que surpresa boa...fiz esse poema em resposta ao que o Marcelo fez pra mim...estou muito feliz de estar aqui em meio a tantas poesias inspiradas.bj,amigo!
tem tido tanto evento nessa época q é difícil dar conta. beijos, pedrita
Sobre César Benjamin, acredito que a extrema esquerda finalmente achou o seu nicho: a direita raivosa. Os opostos(?) se encontraram.
Um abraço.
Moa,
Fica aqui reiterado meu agradecimento à Adriana Karnal.
Abração,
Marcelo.
Moacyr, mais uma vez acertou na escolha dos poemas. Destaque para Karnal e Nina. beijo.
mestre,
mulheres podereosas e letras muito bem escolhidas!
o postal merece destaque especial pela delicada luz e beleza.
um beijo!
Moacy, como diria o poetinha (um aluno seu disse que o "relegava".. rsrs) "é um prazer inenarrável" estar aqui.
O poema da Ada, nossa, lembra "eu te amo como se ama um passarinho morto". Em algum tempo, longe, pegar um passarinho morto na palma da mão e levá-lo junto ao rosto, me deixava em irmandade, me fazia mais real. Oh, eu quero ressuscitar passarinho morto.
Vou-me sentindo as tangerinas que a francesa avista, longe.
Um beijo.
Esse Balaio me embala! Que gostoso estar aqui em tão boa companhia.
Me encantou o poema da Ada.
bjs
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