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Pascal Renoux
BALAIO PORRETA 1986
n° 2878
Natal, 23 de dezembro de 2009
Você pode levá-lo [o livro] para sua banheira sem ter medo de morrer eletrocutado; pode ler numa ilha deserta, enquanto o pobre Robinson Crusoé não saberia o que fazer com as baterias descarregadas de um e-book. Este livro em papel sobrevive mesmo que o deixemos cair do 5º andar de um prédio, mas tente fazer o mesmo com um livro eletrônico.
(Umberto ECO, via Bar Papo Furado)
DEZ MIL-SÓIS, ALHURES QUALQUER
Nina Rizzi
[ in Ellenismos ]
pela ânsia do velho me curvei
a ouvir as falésias amareladas:
choravam, açoitadas, sua finitude.
o arenito era um homem, hálito de
pedras que me existem.
caminhá-lo, nos fez eternos.
Pascal Renoux
BALAIO PORRETA 1986
n° 2878
Natal, 23 de dezembro de 2009
Você pode levá-lo [o livro] para sua banheira sem ter medo de morrer eletrocutado; pode ler numa ilha deserta, enquanto o pobre Robinson Crusoé não saberia o que fazer com as baterias descarregadas de um e-book. Este livro em papel sobrevive mesmo que o deixemos cair do 5º andar de um prédio, mas tente fazer o mesmo com um livro eletrônico.
(Umberto ECO, via Bar Papo Furado)
POEMA de
CHICO DOIDO DE CAICÓ
Enfrento onça
Enfrento jacaré
Porque sou caralhudo pra caralho.
Encaro bunda
De qualquer mulher
Porque sou caralhudo pra caralho.
Sou de paz, sou de papo
Seja aqui, seja em Sapé
Porque sou caralhudo pra caralho.
E também já broxei
Comendo uma dona em pé
Porque sou caralhudo pra caralho.
CHICO DOIDO DE CAICÓ
Enfrento onça
Enfrento jacaré
Porque sou caralhudo pra caralho.
Encaro bunda
De qualquer mulher
Porque sou caralhudo pra caralho.
Sou de paz, sou de papo
Seja aqui, seja em Sapé
Porque sou caralhudo pra caralho.
E também já broxei
Comendo uma dona em pé
Porque sou caralhudo pra caralho.
DEZ MIL-SÓIS, ALHURES QUALQUER
Nina Rizzi
[ in Ellenismos ]
pela ânsia do velho me curvei
a ouvir as falésias amareladas:
choravam, açoitadas, sua finitude.
o arenito era um homem, hálito de
pedras que me existem.
caminhá-lo, nos fez eternos.
MÚLTIPLOS CAIS
Lou Vilela
[ in Nudez Poética ]
Soube-te,
desde o primeiro olhar, oceano:
alumbramento,
perdição.
Sim, soube-te!
boca, tato, narinas,
múltiplos cais.
Duo, ouvidos,
referência em signos.
Lunáticos sentidos,
mananciais.
Eu, bicho do asfalto,
quedei-me, esquisito,
entre flores e atos,
estrelas, afins.
Refiz o caminho,
anagramas per versos,
aceso estopim.
Lou Vilela
[ in Nudez Poética ]
Soube-te,
desde o primeiro olhar, oceano:
alumbramento,
perdição.
Sim, soube-te!
boca, tato, narinas,
múltiplos cais.
Duo, ouvidos,
referência em signos.
Lunáticos sentidos,
mananciais.
Eu, bicho do asfalto,
quedei-me, esquisito,
entre flores e atos,
estrelas, afins.
Refiz o caminho,
anagramas per versos,
aceso estopim.
DECL/AR/AÇÃO
Moacy Cirne
[ in Balaio, em 1992 ]
Declaro,
para os devidos fins,
que
este
poema
contém apenas
algumas palavras cansadas
um crepúsculo doidão
e várias bucetas prateadas
Repeteco
UMA PEQUENA HISTÓRIA CASCUDIANA
Cascudo é convidado por um amigo, velho mestre de fandango, para assistir a um ensaio [em Natal]. Estão compostas as duas alas de marujos e, ao som de instrumentos de cordas, marinheiros e oficiais começam a cantar:
- Nas ôndias do mar...
- Pára, pára! - ordena o mestre. - Respeitem o professor Cascudo. Eu já disse mais de mil vezes que a palavra não é ôndias. A palavra certa é ôndegas!
[ cf. Câmara Cascudo, um brasileiro feliz,
de Diógenes da Cunha Lima ]
FEIRA DE CITAÇÕES ESPORRENTAS
[ in O livro dos insultos de H.L Mencken,
editado pela Companhia das Letras, de São Paulo ]
|| Digam o que quiserem sobre os Dez Mandamentos, devemos nos dar por felizes por eles não passarem de dez.
|| Mostre-me um puritano e eu lhe mostrarei um filho da puta.
|| O principal conhecimento que se adquire lendo livros é o de que poucos livros merecem ser lidos.
|| O adultério é a democracia aplicada ao amor.
|| Imoralidade é a moralidade daqueles
que se divertem mais do que nós.
9 comentários:
Poesia especialmente porreta hoje, neste "caralhudo" Balaio!!!
Ewá, meu mano!!!
Isso, isso, um balaio do caralho. Chico Doido, a Nina e o crepúsculo doidão do Moacy. E a foto ...
Meu caro,
Todos os amantes do livro, embora devam reconhecer a importância da Net, endossam as palavras de Eco. Um abraço.
sobre os puritanos - eles são ph...
philhos de la phutana!
ademais, o balaio está do caralho!
besos
Moacy, olha que coisa vc publica um meu poema desses, de finitude, logo hoje: esta madrugada vi um sujeito morrer, foi atropelado, ele voou longe. Eu fiquei passada, claro, a imagem não me sai da cabeça...
Mas farei um esforço, delicioso, de ficar com a imagem da negra na cabeça. que negra, meus dez-mil sóis!
Gosto do poema de Chico Doido, mas esse seu, hein, camarada! ulalá, é brilhante! brilha bucetas o balaio! rsrs... que prazer figura-las, uhhhhh... valeu, valeu, valeu!
sim, no banheiro o papel também não pode ser substituído pelo pc, hm?!
um beijo.
Pohhhh Moacy, o Balaio está a arrasar, meu caro.
Hoje você se esmerou, nem vou comentar, ahahahah!!!
Olha, venho deixar os meus votos de umas FESTAS FELIZES, com muita alegria e muita paz no coração.
Um beijo natalino para você também, com todo o carinho, deste lado do Atlântico, cheio de neve.
E um cheiro
vesperando bem: lou, nina, chico, cirne, cascudo...
:)
Muito bom mesmo, gostei das poesias, alias, mara.
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