domingo, 20 de dezembro de 2009

OBRAS-PRIMAS DO CINEMA
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Fargo - Uma comédia de erros
(Joel Coen & Ethan Coen, 1996)
Se o enredo não é propriamente novo, em se tratando de filmes policiais, o humor cáustico que o envolve, com suas pinceladas acinzentadas, transforma-o numa obra cheia de surpresas temáticas e narrativas, a partir de uma direção segura e de interpretações envolventes (vide a policial grávida vivida por Frances McDormand). Há que observar também o tom irônico de muitas situações retrabalhadas com extrema competência dramática. Enfim, um grande filme. Com a marca inconfundível dos irmãos Coen.


BALAIO PORRETA 1986
n° 2875
Natal, 20 de dezembro de 2009

Técnica! Quantos crimes cometidos em teu nome!
(Luis da Câmara CASCUDO, in Ontem. Natal, 1998 [1972])


GRANDES FILMES PRODUZIDOS EM 1996
segundo a nossa leitura
marcada por dúvidas e tangerinas:

1. Gosto de cereja (Kiarostami)
2. Fargo - Uma comédia de erros (Joel & Ethan Coen)
3. Ricardo III - Um ensaio (Pacino)
4. A comédia de Deus (Monteiro)
5. Conto de verão (Rohmer)
6. A estrada perdida (Lynch)
7. Viagem ao princípio do mundo (Oliveira)
8. Os chefões (Ferrara)
9. Bela aldeia, bela chama (Dragojevioc)
10. Segredos e mentiras (Leigh)



NOS DENTES
Sandra Camurça
[ in O Refúgio, 19/10/2006 ]

eu sempre soube
sempre soube
mesmo quando tudo parecia acabado
eu sempre soube
sempre soube
mesmo quando o mundo dizia que nada adiantava
eu sempre soube
sempre soube
mesmo sem ver a luz no fim do túnel
eu sempre soube
sempre soube
mesmo me sentindo derrotada
eu sempre soube
sempre soube
mesmo quando ninguém acreditava em mim
eu sempre soube
sempre soube
mesmo quando me sentia só
eu sempre soube
sempre soube
mesmo com o tesão ausente
eu sempre soube
sempre soube
mesmo desesperadamente descrente
eu sempre soube
sempre soube
mesmo sem paciência de esperar
eu sempre soube
sempre soube
Que a vida se agarra nos dentes.


UNHAS SUJAS DE TERRA
Marcos Losnak
[ in Medusa, n° 3. Curitiba, fev.-março 1999 ]

No fundo do olho do pássaro
um resto de nuvem
acena um melancólico adeus

Enquanto brincamos na floresta
o lobo afia seus dentes
nos seios de nossa mãe

Escolhemos ser alguma coisa
e não conseguimos suportar
aquilo que escolhemos

Escolhemos ser algo mais
e nem ao menos sabemos
o que é algo que é mais

O céu se despede das penas
entoa um vento quase cinza
e agora somos nós os coveiros


RECORDANDO 1958
[ cf. Feliz 1958; o ano que não devia acabar,
de Joaquim Ferreira dos Santos, 1997 ]

Alguns ícones:
O maiô Catalina / O bambolê / A lambreta
A taça Jules Rimet / O violão do João / O rádio de pilha
A televisão / O LP de 12 polegadas / A escada rolante
O elevador com música ambiente / O lança-perfume Rodouro
O DKW-Vemag / A camisa Volta ao Mundo / O vestido trapézio

Algumas gírias:
É sopa : É fácil
Sopa no mel : Fácil
Café pequeno : Ninharia
Borogodó : Charme
É de chuá : É ótimo
Que mocotó! : Que coxa!
É fogo na roupa : É complicado
Matusquela : Maluco
Mixa : Sem importância
Meu chapa : Meu amigo
É da pontinha : É bom
Mandraque : Homossexual
Eu quero é rosetar : Ir atrás das mulheres
Garota do barulho : Garota sensacional

Melhores filmes exibidos no Rio:
Glória feita de sangue (Kubrick)
Moby Dick (Huston)
A embriaguez do sucesso (Mackendrick)
As grandes manobras (Clair)
Em busca de um homem (Tashlin)
Os que sabem morrer (Mann)
Os boas vidas (Fellini)
Doze homens e uma sentença (Lumet)
Por ternuta também se mata (Clair)
Amor na tarde (Wilder)


HOJE, NA ESPN-BRASIL,
às 21h (em Natal, às 20h)
GUERREIROS! GUERREIROS! TIME DE GUERREIROS!
A história de uma saga futebolística.

12 comentários:

líria porto disse...

oi, moa - bom dia, bom domingo, boas festas - tudo que tens direito! obrigada pelas alegrias vindas do balaio! és o cara!!!
besos

Pedrita disse...

ah, não vi fargo, já anotei várias vezes pra ver mas nunca deu. eu gosto da programação de natal e dos eventos nessa época. esse ano então, parece q tudo culturalmente só passou a acontecer mesmo depois de outubro. fiquei com muita vontade de ver os concertos de natal na candelária e os concertos na sala cecília meireles. amei ricardo iii. beijos, pedrita

Unknown disse...

Doze homens e uma sentença é o bicho. Henry Fonda está estupendo. Clássico dos clássicos. Bom domingo.

Anônimo disse...

Oi querido,
vim te desejar um Feliz Natal e um ano novo cheio de realizações.
Bjs.

Francisco Sobreira disse...

Meu caro,
Sem dúvida, um grande filme (não o acho uma obra-prima), um dos melhores dos irmãos Coen. E muito bom você relembrar, através de JFS, esses ícones da década de 1950, anos dos quais tenho muita saudade. Um abraço.

Nathi disse...

Nooossa!
Bem diferente este teu blog do que estou acostumada a ler e ver.
Gostei!

Não assisti a estes filmes =/, mas quando tiver a oportunidade...estamos aí!

Beijo senhor madrugador [postar às 6 horas da manhã é pra quem tem coragem!]

Paulo Jorge Dumaresq disse...

Concordo com o comentário sobre Fargo. Adoro a obra. Irmãos Coen na veia. Abs dominicais, arlequinais, fraternais.

Jens disse...

UAU! De arrepiar, a Sandrix.

Um abraço.

Bené Chaves disse...

Moacy: Fargo é, realmente, ao lado de Gosto de Sangue, um dos melhores trabalhos da dupla de irmãos Coen.
Eu o vi somente em vídeo em 1997.

Um abraço...

Sergio Andrade disse...

Também adoro Fargo!
Não vi Ricardo III; já o Bela Aldeia, Bela Chama achei bem fraquinho.

Um abraço!

Paulo Jorge Dumaresq disse...

Moacy, vc tbm tem lista de gírias da década de 1940? É pra uma pesquisa sobre a Ribeira de guerra. Se sim, faça o obséquio de me enviar por e-mail. Antecipadamente, agradeço a gentileza.

o refúgio disse...

Ah, querido
é incrível como você coloca o poema certo, no momento certo: eu tou assim mesmo, agarrando a vida nos dentes, tá dificil, a vida tá difícil... Acredita que eu enchi os olhos d'água, agora? culpa sua,rsrs e tenho que disfarçar pois estou numa lan house, rsrs.
Vou passar natal em Garanhuns e ano novo em João Pessoa, portanto: um natal de paz e um 2010 maravilhoso procê e pros seus!

te quero muito bem, sempre!
Um beijo carinhoso