sábado, 5 de dezembro de 2009

UM FILME É UM FILME É UM FILME
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para verouvir o trâiler de
O Mágico de Oz
(Victor Fleming, 1939)
Continuará um filme deslumbratório, para todas as idades, ainda hoje? Ainda o vemos com prazer, sem dúvida. Ainda nos encantamos com a sua marca infanto-juvenil, entre a fábula e o musical. Aliás, acaba de ser considedrado um dos 50 filmes mais importantes do cinema por Érico Borgo, Marcelo Fiorani e Marcelo Hessel, in Almanaque do Cinema (Ediouro, 2009). Talvez o seja (dentro de uma perspectiva histórica), embora a nossa relação seja diferente, é claro. Mas
O mágico de Oz é O mágico de Oz, com seu colorido, com suas canções - incluindo a famosa Over the rainbow -, com sua temática centrada no sonho delirante. Terá sido exibido em Caicó nos anos 40? Infelizmente, não há como sabê-lo.


BALAIO PORRETA 1986
n° 2860
Natal, 5 de dezembro de 2009

Grandes filmes produzidos em 1939,
numa relação sujeita
a pitombas, alucinações e seridoísmos:
1. A regra do jogo (Renoir)
2. A mocidade de Lincoln (Ford)
3. No tempo das diligências (Ford)
4. Paraíso infernal (Hawks)
5. Crisântemos tardios (Mizoguchi)
6. Trágico amanhecer (Carné)
7. O morro dos ventos uivantes (Wyler)
8. O mágico de Oz (Fleming)
9. Ninotchka (Lubitsch)
10. A mulher faz o homem (Capra)
11. E o vento levou (Fleming & outros)
12. Aliança de aço (DeMille)
Nota: A regra do jogo & E o vento levou foram contemplados pelos autores do Almanaque do cinema entre os 50 mais importantes. De John Ford selecionaram Rastros de ódio (1956). O Nascimento de uma nação (Griffith, 1915), O encouraçado Potemkin (Eisenstein, 1925) e Aurora (Murnau, 1927) inauguram a lista; Os imperdoáveis (Eastwood, 1992), Pulp fiction (Tarantino, 1994) e Os excêntricos Tenenbaums (Anderson, 2001) a encerram.


ANTI-ELEGIA N° 1
Murilo Mendes
[ in Os quatro elementos, 1935 ]

O dia e a noite são ligados pelo prazer
E pelas ondas do ar
A vida e a morte são ligados pelas flores
E pelos túneis futuros
Deus e o demônio são ligados pelo homem


DECÁLOGO DO MACHÃO
Millôr Fernandes
[ in O Cruzeiro, Rio, 1953 ]

1. Machão vai à caça, passa seis meses na floresta, quando volta a mulher telefona, ele diz: 'Não'.

2. Machão não come mel, come abelha.

3. Machão, na hora da morte, não confessa: vai pro inferno logo.

4. Entre um sorvete de creme e um uísque, o machão não hesita: mistura.

5. Machão não tem automóvel: faz ligação direta no primeiro que encontra.

6. Machão não se deixa levar pelo destino: segue enredo próprio.

7. Machão jamais é encurralado no apartamento pelo marido inesperado: anda sempre de para-quedas.

8. Machão não casa: cumpre a pena.

9. Machão não fuma, não joga, nem bebe: fuma maconha.

10. Machão, ao ir pra cama, não se descalça. Trepa de chuteira e tudo.


POEMA de
Chico Doido de Caicó

Suave como um tanque de guerra
Delicado como um fuzil morteiro
Doce como uma bala perdida
O machão nada respeita:
Não respeita a puta
Não respeita o padre
Não respeita o coronel
Respeita apenas o seu traseiro.

O machão adora ser enrabado.


7 comentários:

Unknown disse...

No tempo das diligências foi um dos primeiros filmes da minha vida, assistido no Cine Íris quando ele ainda possuía dois pavimentos. Hoje reformado apenas exibe as famosas dobradinhas pornôs, no centro comercial de Feira de Santana. Bom sábado.

Sergio Andrade disse...

Faz tempo que vi "O Mágico de Oz", mas a lembrança é de um filme encantador.
E que ano o de 1939 para o cinema, hein?

Um abraço!

NAMIBIANO FERREIRA disse...

Moacy, achei muito bem humorado o Balaio de hoje. O poema do Chico Doido tá otimo e o decálogo tambem, eheheheheh
Obrigado por considerar Viriato da Cruz no Balaio,
Kandandu

Francisco Sobreira disse...

Meu caro,
Que O Mágico de OZ tem o seu encanto, não há dúvida. Listá-lo entre os 50 filmes mais importantes, aí não dá. Como não dá pra engolir Os Imperdoáveis (a não ser numa relação dos mais importantes westerns) e, sobretudo, Pulp Fiction. Espero que esses caras desse Almanaque não tenham esquecido Cidadão Kane. Um abraço.

nina rizzi disse...

Que delícia de balaio, Moacy :)

Omágico de Oz assisti, e delirei, procurando as simbioses do Dark side of the Moon, do pink floyd. Mais tarde, fui uma gorduchita de corticóides em meio a cartas humanas a priocurar uma falso-mágico: Tatro Pedro II, um dos mais belos de SP (e, sabe, no final do século XIX e início do XX, foi um antro de belas putinhas francesas com figurões).

Ninóthcka está na minha lista por motivos óbvios; Encouraçado Potemkim é offconcourse; Os imperdoáveis e inesquecível; O morro dos ventos uivantes é tão bom quanto Bronté?; Pulp Fiction tem uma trilha excitante; Os excêntricos Tenembauns me revelam; Crisântemos Tardios tem o título tão ternurante quanto a película...

Mas fico com "No tempo das diligências", assistido, de novo, com meu pai lá nos cafundós. Mas se fosse pra combinar com o balaio, "A mulher faz o homem".

Delicioso esse Doido. Um dos "repertórios ao gosto popular é assim:
ix- o rap
eu menti só pra podê
a vagabunda fudê
eu sou galinha, eu sou machão
mas gostei mesmo
do seu dedão.

Pra terminar, só mesmo os entremeios de Mendes. Um bom final de semana pra nós. Um cheiro.

Marcelo Novaes disse...

Moa,


Os machões de Millor e Chico Doido se complementam. Até mais do que os quatro elementos.





Abração,








Marcelo.

Marisete Zanon disse...

Essa do MACHÃO...PAKABÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ!!!
esmaques pra ti!!!