OBRAS-PRIMAS DO CINEMA
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para ver & sentir
uma das sequencias da segunda parte de
Tropical malady
(Apichatpong Weerasethakul, 2004)
De origem tailandesa, em sistema de coprodução, Mal dos trópicos é um filme fascinante, um dos mais radicais dramas cinematográficos dos últimos anos: se a primeira parte é marcada pela temática homossexual entre um soldado e um jovem do campo, vivenciada na modernidade de um centro urbano, com seus conflitos e seus problemas, a segunda parte é uma experiência quase religiosa, em plena selva tropical da Tailândia, entre a magia e o fantástico, entre o lirismo e o desconhecido. Sob certos aspectos, um filme único.
BALAIO PORRETA 1986
n° 2889
Rio, 3 de janeiro de 2010
Um livro se parece sempre com uma criança nascida prematuramente, e os meus me parecem criaturas bastante repugnantes se comparados com os que eu gostaria de ter trazido ao mundo, e não me sinto muito orgulhoso deles quando estão expostos ao olhar atento de outras pessoas ...
(Claude LÉVI-STRAUSS, in New Left Review 62, jul-ag 1970,
cf. Vozes do século, de Emir Sader, org., 1997)
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uma das sequencias da segunda parte de
Tropical malady
(Apichatpong Weerasethakul, 2004)
De origem tailandesa, em sistema de coprodução, Mal dos trópicos é um filme fascinante, um dos mais radicais dramas cinematográficos dos últimos anos: se a primeira parte é marcada pela temática homossexual entre um soldado e um jovem do campo, vivenciada na modernidade de um centro urbano, com seus conflitos e seus problemas, a segunda parte é uma experiência quase religiosa, em plena selva tropical da Tailândia, entre a magia e o fantástico, entre o lirismo e o desconhecido. Sob certos aspectos, um filme único.
BALAIO PORRETA 1986
n° 2889
Rio, 3 de janeiro de 2010
Um livro se parece sempre com uma criança nascida prematuramente, e os meus me parecem criaturas bastante repugnantes se comparados com os que eu gostaria de ter trazido ao mundo, e não me sinto muito orgulhoso deles quando estão expostos ao olhar atento de outras pessoas ...
(Claude LÉVI-STRAUSS, in New Left Review 62, jul-ag 1970,
cf. Vozes do século, de Emir Sader, org., 1997)
ACONTECEU EM 1970
Pedagogia do oprimido, de Paulo Freire (exilado)
Realização de sequestros políticos
Censura prévia em jornais e revistas
Sob Médici, repressão cada vez maior
Criação do MOBRAL
Foi um rio que passou em minha vida, de Paulinho da Viola
Apesar de você, de Chico Buarque
Azul da cor do mar, de Tim Maia
Bandeira branca, de Max Nunes & Laércio Alves
Copa do Mundo: Brasil, campeão pela 3ª vez
No futebol:
Fluminense, campeão brasileiro
Bahia, campeão baiano
Vasco, campeão carioca
Ferroviário, campeão cearense
Internacional, campeão gaúcho
Maranhão, campeão maranhense
Atlético, campeão mineiro
Botafogo, campeão paraibano
São Paulo, campeão paulista
Santa Cruz, campeão pernambucano
ABC, campeão potiguar
Pedagogia do oprimido, de Paulo Freire (exilado)
Realização de sequestros políticos
Censura prévia em jornais e revistas
Sob Médici, repressão cada vez maior
Criação do MOBRAL
Foi um rio que passou em minha vida, de Paulinho da Viola
Apesar de você, de Chico Buarque
Azul da cor do mar, de Tim Maia
Bandeira branca, de Max Nunes & Laércio Alves
Copa do Mundo: Brasil, campeão pela 3ª vez
No futebol:
Fluminense, campeão brasileiro
Bahia, campeão baiano
Vasco, campeão carioca
Ferroviário, campeão cearense
Internacional, campeão gaúcho
Maranhão, campeão maranhense
Atlético, campeão mineiro
Botafogo, campeão paraibano
São Paulo, campeão paulista
Santa Cruz, campeão pernambucano
ABC, campeão potiguar
SONETO EM PRETO E BRANCO
Jarbas Martins
para meu irmão Jamilson
Driblava por driblar impunemente
como quem dança, brinca, bebe e caça.
Um interiorano. Trouxe de sua praça
a mania infantil de ser contente.
A estrela solitária e pendente,
bem mais que seu emblema, era uma farsa.
Às vezes era o cúmplice do vento,
pra alegria do Diabo - grão comparsa.
Jogava certo com sua vida torta,
afeito ao ledo engano e ao desconcerto
de um drible, sua arte preciosa,
e driblaria qualquer frincha ou porta,
o além, o intransponível, o encoberto.
Não a vida, sua amante caprichosa.
A MULEMBA SECOU
Aires de Almeida Santos
[ in Angola: Os Poetas ]
a mulemba secou.
pisadas
por toda a gente,
ficaram as folhas
secas, amareladas
a estalar sob os pés de quem passava.
depois o vento as levou…
como as folhas da mulemba
foram-se os sonhos gaiatos
dos miúdos do meu bairro.
(de dia,
espalhavam visgo nos ramos
e apanhavam catuituis,
viúvas, siripipis
que o chiquito da mulomba
ia vender no palácio
numa gaiola de bimba.
de noite,
faziam roda, sentados,
a ouvir,
de olhos esbugalhados,
a velha jaja a contar
histórias de arrepiar
do feiticeiro catimba).
mas a mulemba secou
e com ela,
secou também a alegria
da miudagem do bairro:
o macuto da ximinha
que cantava todo o dia
já não canta.
o zé camilo , coitado,
passa o dia deitado
a pensar em muitas coisas.
e o velhote camalindo,
quando passa por ali,
já ninguém o arrelia,
já mais ninguém lhe assobia,
já faz a vida em sossego.
como o meu bairro mudou,
como o meu bairro está triste
porque a mulemba secou…
só o velho camalundo
sorri ao passar por lá!...
Jarbas Martins
para meu irmão Jamilson
Driblava por driblar impunemente
como quem dança, brinca, bebe e caça.
Um interiorano. Trouxe de sua praça
a mania infantil de ser contente.
A estrela solitária e pendente,
bem mais que seu emblema, era uma farsa.
Às vezes era o cúmplice do vento,
pra alegria do Diabo - grão comparsa.
Jogava certo com sua vida torta,
afeito ao ledo engano e ao desconcerto
de um drible, sua arte preciosa,
e driblaria qualquer frincha ou porta,
o além, o intransponível, o encoberto.
Não a vida, sua amante caprichosa.
A MULEMBA SECOU
Aires de Almeida Santos
[ in Angola: Os Poetas ]
a mulemba secou.
pisadas
por toda a gente,
ficaram as folhas
secas, amareladas
a estalar sob os pés de quem passava.
depois o vento as levou…
como as folhas da mulemba
foram-se os sonhos gaiatos
dos miúdos do meu bairro.
(de dia,
espalhavam visgo nos ramos
e apanhavam catuituis,
viúvas, siripipis
que o chiquito da mulomba
ia vender no palácio
numa gaiola de bimba.
de noite,
faziam roda, sentados,
a ouvir,
de olhos esbugalhados,
a velha jaja a contar
histórias de arrepiar
do feiticeiro catimba).
mas a mulemba secou
e com ela,
secou também a alegria
da miudagem do bairro:
o macuto da ximinha
que cantava todo o dia
já não canta.
o zé camilo , coitado,
passa o dia deitado
a pensar em muitas coisas.
e o velhote camalindo,
quando passa por ali,
já ninguém o arrelia,
já mais ninguém lhe assobia,
já faz a vida em sossego.
como o meu bairro mudou,
como o meu bairro está triste
porque a mulemba secou…
só o velho camalundo
sorri ao passar por lá!...
ACONTECEU EM 1980
Fundação do PT - Partido dos Trabalhadores
Surgimento das Comunidades Eclesiais de Base
Eleições diretas para governadores
Seca no Nordeste, de 1979 a 1985
A Idade da Terra, de Glauber Rocha
Mimesis e modernidade, de Luiz da Costa Lima
Sonho de um sonho, samba-enredo de Martinho da Vila
Canção da América, de Milton Nascimento & Fernando Brant
Feira de mangaio, de Sivuca & Glorinha Gadelha
Meu bem querer, de Djavan
Primeiro Encontro Brasileiro de Homossexuais, em SP
No futebol:
Flamengo, campeão brasileiro
Vitória, campeão baiano
Fluminense, campeão carioca
Ceará, campeão cearense
Grêmio, campeão gaúcho
Sampaio Corrêa, campeão maranhense
Atlético, campeão mineiro
Campinense, campeão paraibano
São Paulo, campeão paulista
Sport, campeão pernambucano
América, campeão potiguar
Fundação do PT - Partido dos Trabalhadores
Surgimento das Comunidades Eclesiais de Base
Eleições diretas para governadores
Seca no Nordeste, de 1979 a 1985
A Idade da Terra, de Glauber Rocha
Mimesis e modernidade, de Luiz da Costa Lima
Sonho de um sonho, samba-enredo de Martinho da Vila
Canção da América, de Milton Nascimento & Fernando Brant
Feira de mangaio, de Sivuca & Glorinha Gadelha
Meu bem querer, de Djavan
Primeiro Encontro Brasileiro de Homossexuais, em SP
No futebol:
Flamengo, campeão brasileiro
Vitória, campeão baiano
Fluminense, campeão carioca
Ceará, campeão cearense
Grêmio, campeão gaúcho
Sampaio Corrêa, campeão maranhense
Atlético, campeão mineiro
Campinense, campeão paraibano
São Paulo, campeão paulista
Sport, campeão pernambucano
América, campeão potiguar
ISTO É UMA VERGONHA, CASOY!
[ Cf. Tudo em Cima, Bodega Cultural
e vários outros blogues ]
Casoy: "Que merda, dois lixeiros desejando felicidades
do alto da sua vassoura."
Millena: apenas ri (condescendente)
Casoy: "O mais baixo da escala do trabalho..."
Operador: "Deu pau, deu pau..."
[ Cf. Tudo em Cima, Bodega Cultural
e vários outros blogues ]
"Jornal da Band, 31 de dezembro de 2009. Os âncoras Boris CCCasoy e Joelmir Beting não percebem que o microfone ficou aberto e, pensando que ninguém mais os ouvia, fizeram comentários, no mínimo preconceituosos e constrangedores, acerca da dupla de garis que desejava a todos, inclusive aos dois, um feliz 2010. A colega dos dois âncoras da Band, Millena Machado, também não deixou de dar sua risadinha, que pode ser ouvida igualmente. Lamentável!"
Transcrição:Casoy: "Que merda, dois lixeiros desejando felicidades
do alto da sua vassoura."
Millena: apenas ri (condescendente)
Casoy: "O mais baixo da escala do trabalho..."
Operador: "Deu pau, deu pau..."
13 comentários:
Boa leitura, sempre!
Bonito o soneto para Garrincha, a alegria do povo. /gente anônima como os garis/ A década de 80 que eu carrego na memória, foi um tempo de viver. Abraço.
Sempre em cima do acontecimento... denunciando os hipócritas.
E a minha Angola, de novo aqui!
Bem haja, Amigo!
Um cheiro
Caros amigos:
Sobre o episódio Boris, a melhor resposta é não ver seus programas.
Abraços:
Marcos Silva
sempre comento que brincadeiras preconceituosas precisam ser suprimidas. é difícil, é chato às vezes ser politicamente correto demais, mas gera menores desconfortos e menos derespeito. beijos, pedrita
Olá moço sertanejo! Queria desejar muitas felicidades para 2010 e muita criatividade para continuar com essas maluquices que adoro! Beijo carinhoso com gosto de Sertão.
Feliz Ano Novo e Parabens pelo Balaio Porreta, mesmo para quem, como eu, nao se liga tanto em futibol.
Abraço
Oi Moacy!
Filme muito bom, mas dá medo, poxa!
Aquele elefante branco deveria ser um espectro...sei lá!
Jarbas Martins, que lindo soneto com direito à estrela solitária no peito!
Parabéns!
O poema angolano...muito lindo!
Quanto ao Boris, será que não foi de propósito? Sei lá... faz-se de tudo para ganhat IBOPE.
No mais tudo perfeito!
Bom domingo!
Beijos
Mirse
mestre,
em primeiro lugar fui saber mais sobre o "Tropical Malady" e achei que se trata de um filme curiosíssimo, a começar pela pordução improvável que une
"Tailândia-França-Alemanha-Itália", depois as cenas que vi são fortes, cheias de simbolismos, um achado!
mais uma boa coisa que o balaio me apresenta e assistirei com toda a certeza.
os acontecimentos, se comparadas décadas de 70 e de 80, ficarei com a de 80, que trouxe mais liberdade, mais possibilidade.
os textos, ótimos.
garrincha, meu solitário da estrela do meu querido botafogo, o soneto ficou muito bom!
angola, "a mulemba secou" me pareceu tão perto daqui que comoveu na lembrança,
o comentário de claude, no caso de se referir aos livros de claude, é muito pertinente!
quanto ao casoy, meu deus! estou cansada de hipócritas, nunca mais este senhor terá seu nome por mim dito ou o jornal por mim assistido (na verdade, já não era mesmo...). está morto e vou divulgar a morte com prazer!
eu gosto muito de vir aqui, moa-mestre,
um beijo!
Um beijo de ano-novo, meu querido.
O soneto pro Garrincha, achei-o preciosíssimo: "trouxe de sua praça a mania infantil de ser contente", lembra Mário de Andrade (Macunaíma), lembra interior do Brasil. Não me esquecerei.
Aconteceu em 1970: eu nasci aí, aos nove de setembro. Gostei de conhecer um pouco mais (embora deletasse vários fatos) do ano em que eu vim ao lume.
Ah! Também cometi um soneto com terças pro Pelé e Garrincha, publicado em 2000 no jornal da minha cidade, interior de Minas. Ei-lo:
FUTEGRAFIA
Gol é música muda, melodia
Que vemos da arquibancada,
encantados.
Futebol! Épico de alva grafia,
Com rimas lidas nos passes
traçados.
Posso ouvir, com olhos esverdeados
Que tenho, o que adia minha miopia:
Bola, a que o jogador, pelos
gramados,
Firula entre os pés, tecer
cantoria.
Ah! Dá na gente vontade de dançar
Quando se lembra dos gols do Pelé
E daqueles que ele inventou de
errar.
Cada drible do Garrincha eu sei
que é
Um acorde de canção a ressoar
Em nosso ouvido colado em seu pé.
(Pedro Ramúcio)
Parabéns pelo blog,
Ramúcio.
Quanto ao Bóris Casoy só tenho a dizer que "malandros demais viram bichos". Ele mostrou que é um bicho-artista. Mas a carapuça serve pra muitas outras "personas non gratas" também, infelizmente. Uma vergonha!!!
Feliz 2010 a todos,
Pedro Ramúcio.
Moa,
Instrutivo retrospecto. Destaque negativo para o diálogo dos jornalistas. Não sei se essa Milenna riu por covardia (aquele riso tolo de quem não sabe o que fazer) ou se pensava tão mancamente quanto ambos os citados.
De qualquer forma, destaque negativo. Anti-destaque.
Abração,
Marcelo.
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