OBRAS-PRIMAS DO CINEMA
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para verouvir os dez minutos iniciais
do filme alemão
M, o vampiro de Dusseldorf
(Fritz Lang, 1931)
"Embora tenha feito filmes importantes, inclusive em Hollywood, não resta dúvidas que M... é o maior de todos. E dos maiores do cinema. Na enquete que Moacy Cirne promoveu recentemente no seu Balaio Vermelho, consultando mais de 60 cinéfilos sobre os 20 maiores filmes de todos os tempos, o de Lang figurou entre eles, recebendo, inclusive, o voto do cineasta Luiz Rosemberg Filho (Assuntina das América). É o seu primeiro filme falado. Ele levou quatro anos para aderir ao som, e, nesse período, realizou dois filmes mudos. Esse fato, contudo, não indica uma atitude misoneísta de Lang em relação à inovação técnica; inclusive, não se sabe de nenhuma opinião dele desfavorável ao emprego do som. Ao contrário de René Clair e, principalmente, de Chaplin, Lang viu certamente no som mais um recurso à disposição para os fins pretendidos; e se não o experimentou na primeira hora é porque, talvez, tivesse preferido antes avaliar as suas potencialidades para, então, usá-lo como um elemento que servisse à linguagem. E de fato em M... o som foi utilizado de uma forma não apenas criativa, mas, para a época, revolucionária."
(Francisco SOBREIRA, in Luzes da Cidade)
BALAIO PORRETA 1986
n° 2918
Rio, 31 de janeiro de 2010
Penso que quando se tem uma teoria sobre qualquer coisa já se está morto. Não tenho tempo para pensar em teorias. Devem-se criar emoções, não criar a partir de regras.
(Fritz LANG, in Entrevista para o Cahiers, setembro 1959,
cf. A política dos autores, ed. port. 1976)
PARA UMA BIBLIOTECA PORRETA
( 35 / 43 )
A política dos autores (Entrevistas com cineastas, ed. port. 1976)
Enquanto agonizo (Faulkner, 1930)
Uma centena de poemas (Dickinson, ed. bras. 1985)
Poema sujo (Ferreira Gullar, 1975)
Cândido ou O otimismo (Voltaire, 1759)
A vida e as opiniões de Tristram Shandy (Sterne, 1759-67)
Os frutos da terra (Gide, 1947)
Sidarta (Hesse, 1922)
O homem sem qualidades (Musil, 1933)
Desonra (Coetzee, 1999)
NINFOMANÍACA
Sandra Terra
[ in Antolorgia, 1984 ]
trepo com tudo
e com todos
tarada por opção
gozo gozo gozo
e nunca perco o tesão
FILMES FUNDAMENTAIS
dos anos 30
segundo a leitura crítico-afetivo-libertinária de
Moacy Cirne
[ 1 ]
1. Um dia no campo (Renoir, 1936)
2. A regra do jogo (Renoir, 1939)
3. Entusiasmo (Vertov, 1930)
4. A grande ilusão (Renoir, 1937)
5. M, o vampiro de Dusseldorf (Lang, 1931)
6. No tempo das diligências (Ford, 1939)
7. A mocidade de Lincoln (Ford, 1939)
8. Luzes da cidade (Chaplin, 1931)
9. A terra (Dovjenko, 1930)
10. Levada da breca (Hawks, 1938)
11. O homem de Aran (Flaherty, 1934)
12. Atalante (Vigo, 1934)
[ 2 ]
O Anjo Azul (Sternberg, 1930)
Sangue de um poeta (Cocteau, 1930)
Tabu (Murnau, 1931)
A cadela (Renoir, 1931)
Limite (Mário Peixoto, 1931)
Que viva México! (Eisenstein, 1932)
Boudou salvo das águas (Renoir, 1932)
Toni (Renoir, 1934)
Quermesse heróica (Feyder, 1935)
Tempos modernos (Chaplin, 1936)
Pépé, le Moko / O demônio da Argélia (Duvivier, 1937)
Do mundo nada se leva (Capra, 1938)
An optical poem (Fischenger, 1938), curta/abstração
O mágico de Oz (Fleming, 1939)
[ 3 ]
A idade de ouro (Buñuel, 1930)
Sem novidades no front (Milestone, 1930)
Viva a liberdade (Clair, 1931)
Frankenstein (Whale, 1931)
Drácula (Browning, 1931)
Scarface, a vergonha de uma nação (Hawks, 1932)
O fugitivo (LeRoy, 1932)
Vampiro (Dreyer, 1932)
Ganga bruta (Humberto Mauro, 1932)
Monstros (Browning, 1932)
Terra sem pão (Buñuel, 1932), curta
Zero em comportamento (Vigo, 1932), curta
Duck soup / O diabo a quatro (McCarey, 1933)
Êxtase (Machaty, 1933)
Três cantos sobre Lênin (Vertov, 1934)
O delator (Ford, 1935)
Fúria (Lang, 1936)
Alexander Nevsky (Eisenstein, 1937)
As aventuras de Robin Hood (Curtiz & Keighley, 1938)
Anjos de cara suja (Curtiz, 1938)
A besta humana (Renoir, 1938)
Paraíso infernal (Hawks, 1939)
O morro dos ventos uivantes (Wyler, 1939)
Trágico amanhecer (Carné, 1939)
Ninotchka (Lubitsch, 1939)
Filhos do deserto (Seiter, 1939)
[ No próximo domingo: Os filmes fundamentais dos anos 40 ]
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do filme alemão
M, o vampiro de Dusseldorf
(Fritz Lang, 1931)
"Embora tenha feito filmes importantes, inclusive em Hollywood, não resta dúvidas que M... é o maior de todos. E dos maiores do cinema. Na enquete que Moacy Cirne promoveu recentemente no seu Balaio Vermelho, consultando mais de 60 cinéfilos sobre os 20 maiores filmes de todos os tempos, o de Lang figurou entre eles, recebendo, inclusive, o voto do cineasta Luiz Rosemberg Filho (Assuntina das América). É o seu primeiro filme falado. Ele levou quatro anos para aderir ao som, e, nesse período, realizou dois filmes mudos. Esse fato, contudo, não indica uma atitude misoneísta de Lang em relação à inovação técnica; inclusive, não se sabe de nenhuma opinião dele desfavorável ao emprego do som. Ao contrário de René Clair e, principalmente, de Chaplin, Lang viu certamente no som mais um recurso à disposição para os fins pretendidos; e se não o experimentou na primeira hora é porque, talvez, tivesse preferido antes avaliar as suas potencialidades para, então, usá-lo como um elemento que servisse à linguagem. E de fato em M... o som foi utilizado de uma forma não apenas criativa, mas, para a época, revolucionária."
(Francisco SOBREIRA, in Luzes da Cidade)
BALAIO PORRETA 1986
n° 2918
Rio, 31 de janeiro de 2010
Penso que quando se tem uma teoria sobre qualquer coisa já se está morto. Não tenho tempo para pensar em teorias. Devem-se criar emoções, não criar a partir de regras.
(Fritz LANG, in Entrevista para o Cahiers, setembro 1959,
cf. A política dos autores, ed. port. 1976)
PARA UMA BIBLIOTECA PORRETA
( 35 / 43 )
A política dos autores (Entrevistas com cineastas, ed. port. 1976)
Enquanto agonizo (Faulkner, 1930)
Uma centena de poemas (Dickinson, ed. bras. 1985)
Poema sujo (Ferreira Gullar, 1975)
Cândido ou O otimismo (Voltaire, 1759)
A vida e as opiniões de Tristram Shandy (Sterne, 1759-67)
Os frutos da terra (Gide, 1947)
Sidarta (Hesse, 1922)
O homem sem qualidades (Musil, 1933)
Desonra (Coetzee, 1999)
NINFOMANÍACA
Sandra Terra
[ in Antolorgia, 1984 ]
trepo com tudo
e com todos
tarada por opção
gozo gozo gozo
e nunca perco o tesão
FILMES FUNDAMENTAIS
dos anos 30
segundo a leitura crítico-afetivo-libertinária de
Moacy Cirne
[ 1 ]
1. Um dia no campo (Renoir, 1936)
2. A regra do jogo (Renoir, 1939)
3. Entusiasmo (Vertov, 1930)
4. A grande ilusão (Renoir, 1937)
5. M, o vampiro de Dusseldorf (Lang, 1931)
6. No tempo das diligências (Ford, 1939)
7. A mocidade de Lincoln (Ford, 1939)
8. Luzes da cidade (Chaplin, 1931)
9. A terra (Dovjenko, 1930)
10. Levada da breca (Hawks, 1938)
11. O homem de Aran (Flaherty, 1934)
12. Atalante (Vigo, 1934)
[ 2 ]
O Anjo Azul (Sternberg, 1930)
Sangue de um poeta (Cocteau, 1930)
Tabu (Murnau, 1931)
A cadela (Renoir, 1931)
Limite (Mário Peixoto, 1931)
Que viva México! (Eisenstein, 1932)
Boudou salvo das águas (Renoir, 1932)
Toni (Renoir, 1934)
Quermesse heróica (Feyder, 1935)
Tempos modernos (Chaplin, 1936)
Pépé, le Moko / O demônio da Argélia (Duvivier, 1937)
Do mundo nada se leva (Capra, 1938)
An optical poem (Fischenger, 1938), curta/abstração
O mágico de Oz (Fleming, 1939)
[ 3 ]
A idade de ouro (Buñuel, 1930)
Sem novidades no front (Milestone, 1930)
Viva a liberdade (Clair, 1931)
Frankenstein (Whale, 1931)
Drácula (Browning, 1931)
Scarface, a vergonha de uma nação (Hawks, 1932)
O fugitivo (LeRoy, 1932)
Vampiro (Dreyer, 1932)
Ganga bruta (Humberto Mauro, 1932)
Monstros (Browning, 1932)
Terra sem pão (Buñuel, 1932), curta
Zero em comportamento (Vigo, 1932), curta
Duck soup / O diabo a quatro (McCarey, 1933)
Êxtase (Machaty, 1933)
Três cantos sobre Lênin (Vertov, 1934)
O delator (Ford, 1935)
Fúria (Lang, 1936)
Alexander Nevsky (Eisenstein, 1937)
As aventuras de Robin Hood (Curtiz & Keighley, 1938)
Anjos de cara suja (Curtiz, 1938)
A besta humana (Renoir, 1938)
Paraíso infernal (Hawks, 1939)
O morro dos ventos uivantes (Wyler, 1939)
Trágico amanhecer (Carné, 1939)
Ninotchka (Lubitsch, 1939)
Filhos do deserto (Seiter, 1939)
[ No próximo domingo: Os filmes fundamentais dos anos 40 ]
9 comentários:
desonra é impressionante! beijos, pedrita
Excelente o texto do Sobreira sobre essa obra-prima do Lang.
Um abraço.
Nostalgia dominical. Um dos primeiros filmes da minha vida foi No tempo das diligências, a tela de repente ficou muito grande para os meus olhos. O Sangue de um poeta tenho uma cópia e revejo sempre. Que viva México é do tempo da Ufba, a arte tinha sabor de inquietação social. Abraço.
Caro Moacy,
Eis um filme que estou sempre vendo e, a cada vez que o vejo, mais me convenço de sua grandiosidade. Nesses fabulosos 10 minutos iniciais, destaco, como um dos inúmeros grandes momentos, o assassinato da garota, sugerido pela bola rolando e o balão pousado no poste e, em seguida, levado pelo vento. E obrigado por me citar. Um abraço.
mestre
sensacional o filme de lang. e sem recuruso!
o seu balaio está se tornando um objeto de desejo! tem páginas dele que estou colecionando tamanha a importância das informações,
já está guardada a de hoje.
sobre livros e cinema então, nada está sendo mais informativo para mim do que a tua "re-vista".
um beijo, querido.
ps: recurso*
Domingo recheado de filmes. Vou esperar o próximo: anos 40 :)
Abraços
Jefferson
não sei se minha cine-curiosidade aguenta - esperar até domingo pelos anos quarenta...
... nin
feias belíssimas...
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