Praia do Futuro, em Fortaleza
1. As barrracas e o mar. Foto de Carlos Eduíno
2. Sábado à noite. Foto de Morena Marina
BALAIO PORRETA 1986
n° 2951
Natal, 5 de março de 2010
SEGUNDA VARIAÇÃO PRA FAROL
Nina Rizzi
[ in Ellenismos ]
o que será de mim
- toda prosa, toda presa -
quando nossas águas se econtrarem?
CANTARES - I
Jeanne Araújo
Porque aqui dentro tudo me cabe
Espalho lótus pelos corredores.
Do outro lado da mesa
Meu coração amadurece espinhos
E já não sou essa que sou
Meu coração está plantando farpas.
O que antes era cortina e aconchego
Caiu terrivelmente sobre mim
(sentimento que conheço de antemão).
Antecipo ciúmes e indagações.
A alma lateja, reveste-se de prece
O coração emudece nos corredores da boca.
GRANDES FIGURAS NATALENSES
( 6 / 6 )
Celso da Silveira
(1929-2004. Poeta, nasceu em Assu)
Zé Menininho
(1901-1984. Artista popular, nasceu em Cascavel, CE)
Bosco Lopes
(1949-1998. Poeta, nasceu em Natal)
Auta de Souza
(1876-1901. Poeta, nasceu em Macaíba)
Caldas Moreira
(1889-1992. Fandanguista, nasceu em Natal)
Paulo Lira
(1903-1979. Pianista boêmio, nasceu em Natal)
Vulpiano Cavalcanti
(1911-1988. Médico, nasceu em Fortaleza, CE)
Pastor Machado
(1932-1982. Professor, nasceu em Natal)
Paulo Maux
(1934-1984. Rei Momo, nasceu em Recife, PE)
Pedro Velho
(1856-1907. Político, nasceu em Natal)
Helio Galvão
(1916-1981. Etnógrafo, nasceu em Tibau do Sul)
Clementino Câmara
(1888-1954. Professor, nasceu em Tibau do Sul)
[ Fonte principal: 400 nomes de Natal, 2000 ]
A GERINGONÇA DO NORDESTE
de CLEMENTINO CÂMARA
Geraldo Queiroz
[ in A fala proibida do povo ]
Como se falava em Natal nos anos 30:
alguns exemplos
Acatitar os olhos : Arregalá-los, fixando-os.
Aparar os peidos : Adular.
Assuntar : Refletir.
Bangalafumenga : João-ninguém. Zé-cuecas.
Bê-da-merda : Indivíduo sem valia.
Boni-t-o-tó, macaxera, mocotó! : Locução: Pois não!
Burundanga : Feitiçaria.
Cabra da rede rasgada : Indivíduo desabusado.
Cafifa : Azar.
Caquear : Apalpar.
Catrevage : Grande quantidade de coisas imprestáveis.
Cruviana : Friagem.
Cu-de-boi : Confusão.
Dar Linha : Namorar.
Embiocar : Entrar.
Espilique : Pessoa muito magra.
Estrovenga : Coisa complicada.
E mais -
Ficar de venta inchada : Zangado.
Ficar sem mel nem cabaça : Perder tudo.
Fiofó : Ânus.
Flautear : Não levar o caso a sério.
Ganhar a lapa do mundo : Fugir (para lugar ignorado).
Lambecu : Bajulador, subserviente.
Mãe do corpo : Útero.
Mundrunga : Feitiçaria, catimbó.
Perequeté : Faceiro, faceira.
Priquito : As partes genitais, especialmente das meninas.
Quebrar a tigela : Vestir qualquer roupa pela primeira vez.
Tiorega : História lamurienta e desinteressante.
Vadiar na corda : Mentir.
1. As barrracas e o mar. Foto de Carlos Eduíno
2. Sábado à noite. Foto de Morena Marina
BALAIO PORRETA 1986
n° 2951
Natal, 5 de março de 2010
SEGUNDA VARIAÇÃO PRA FAROL
Nina Rizzi
[ in Ellenismos ]
o que será de mim
- toda prosa, toda presa -
quando nossas águas se econtrarem?
CANTARES - I
Jeanne Araújo
Porque aqui dentro tudo me cabe
Espalho lótus pelos corredores.
Do outro lado da mesa
Meu coração amadurece espinhos
E já não sou essa que sou
Meu coração está plantando farpas.
O que antes era cortina e aconchego
Caiu terrivelmente sobre mim
(sentimento que conheço de antemão).
Antecipo ciúmes e indagações.
A alma lateja, reveste-se de prece
O coração emudece nos corredores da boca.
GRANDES FIGURAS NATALENSES
( 6 / 6 )
Celso da Silveira
(1929-2004. Poeta, nasceu em Assu)
Zé Menininho
(1901-1984. Artista popular, nasceu em Cascavel, CE)
Bosco Lopes
(1949-1998. Poeta, nasceu em Natal)
Auta de Souza
(1876-1901. Poeta, nasceu em Macaíba)
Caldas Moreira
(1889-1992. Fandanguista, nasceu em Natal)
Paulo Lira
(1903-1979. Pianista boêmio, nasceu em Natal)
Vulpiano Cavalcanti
(1911-1988. Médico, nasceu em Fortaleza, CE)
Pastor Machado
(1932-1982. Professor, nasceu em Natal)
Paulo Maux
(1934-1984. Rei Momo, nasceu em Recife, PE)
Pedro Velho
(1856-1907. Político, nasceu em Natal)
Helio Galvão
(1916-1981. Etnógrafo, nasceu em Tibau do Sul)
Clementino Câmara
(1888-1954. Professor, nasceu em Tibau do Sul)
[ Fonte principal: 400 nomes de Natal, 2000 ]
A GERINGONÇA DO NORDESTE
de CLEMENTINO CÂMARA
Geraldo Queiroz
[ in A fala proibida do povo ]
Como se falava em Natal nos anos 30:
alguns exemplos
Acatitar os olhos : Arregalá-los, fixando-os.
Aparar os peidos : Adular.
Assuntar : Refletir.
Bangalafumenga : João-ninguém. Zé-cuecas.
Bê-da-merda : Indivíduo sem valia.
Boni-t-o-tó, macaxera, mocotó! : Locução: Pois não!
Burundanga : Feitiçaria.
Cabra da rede rasgada : Indivíduo desabusado.
Cafifa : Azar.
Caquear : Apalpar.
Catrevage : Grande quantidade de coisas imprestáveis.
Cruviana : Friagem.
Cu-de-boi : Confusão.
Dar Linha : Namorar.
Embiocar : Entrar.
Espilique : Pessoa muito magra.
Estrovenga : Coisa complicada.
E mais -
Ficar de venta inchada : Zangado.
Ficar sem mel nem cabaça : Perder tudo.
Fiofó : Ânus.
Flautear : Não levar o caso a sério.
Ganhar a lapa do mundo : Fugir (para lugar ignorado).
Lambecu : Bajulador, subserviente.
Mãe do corpo : Útero.
Mundrunga : Feitiçaria, catimbó.
Perequeté : Faceiro, faceira.
Priquito : As partes genitais, especialmente das meninas.
Quebrar a tigela : Vestir qualquer roupa pela primeira vez.
Tiorega : História lamurienta e desinteressante.
Vadiar na corda : Mentir.
15 comentários:
Jeanne escreve bem!
Gente, que lugar! Nina mora ali?? Oh Jisuis!!!
Minha Uvinha
Tenho medo delas
Que amaram muito
Medo do Amor ter
Sido estruído.
Medo de dar meu amor pequinininho
Que não sabe dizer coisas novas
Só sabe brincar de esconde-esconde
Pontinho
Advinha
E diz coisas que elas sorriem
Só uma vez uma ficou vermelha
Quando falei: minha uvinha.
damata
Bom dia, Moacy!
Essa praia linda , que já frequentei, e que perguntei: Aonde fica a praia do "Futuro"? Resposta apontando com o dedo: Logo ali: Andei, desci e subi morro, finalmente peguei um taxi,
Mas valeu!
É linda mesmo e aconchegante!
Jeanne Araujo e Nina! Parabéns às duas.
Adoro esse dicionário que confesso, copio.
Um bom fim de semana!
Beijos
Mirse
belas fotos. beijos, pedrita
De acatitar os olhos o poema de Nina, já o poema da Jeanne dá vontade caquear. O verbo vai me entretendo em vagas reticências. Abraço.
da praia do futuro à nina do presente - sigo o farol!
besos
a minha praia! a minha casa! MOACY!!!! essa barraca é quase em frente a minha casa, uns mil metros só, ou nem isso...
poxa, que delícia, eu aqui, desaguando pra tudo quanto é lado, porra, camarada, hoje eu me liquefaço...
beijo, viu :)
Velho Moá, Rubens Lemos foi um grande natalense, apesar de ter nascido no município de Santana do Matos, vizinho de minha cidade de Angicos, e de ter percorrido muitos lugares do Brasil e o Chile
de Allende.Conheci Rubens na militância da Ação Popular, ao lado do jornalista Arlindo Freire e do mineiro
José Carlos da Mata Machado.Ano: l968.Anos depois José Carlos seria torturado até à morte.Samarone Lima
escreveu um livro ("Zé") contando a agonia de Zé Carlos, a partir de um depoimento de Rubens Lemos
de.Livro sincero, com alguns deslizes perdoáveis: ele não registra a passagem de José Carlos por Natal, quando era vice-diretor da UNE, cujo presidente era Travassos.O lançamento do livro "ZÉ" foi discretíssimo,aqui e no resto do país.O que não aconteceu com seu último livro (que ainda não li) sobre Cuba. A mídia direitosa adorou o livro e
o seu lançamento aqui (que não fui)
foi espetaculoso, pelo que soube.Samarone, contudo, é um bom escritor.Quando aqui esteve ( fui apresentado a ele por Roberto Monte) disse que o livro "ZÉ" daria
um grande roteiro, coisa (vejam só)
que pensei até em escrever.Pena que
o Samarone não tenha mergulhado a fundo no período daqueles anos de chumbo. Que, mais do que nunca, precisa ser lembra, a bem da verdade e da justiça.
Um abraço, velho companheiro.
Moacy, abrir este blogue no trabalho e deparar com foto tão obscena é demais!
Quero agora uma passagem para Fortaleza!
a fala linda de Natal nos anos 30...
Essa praia é uma das mais lindas que já vi na vida. E olha que vi tanta praia que já nem me lembro nos nomes de todas.
Moacy, deixei um texto sobre você e o Balaio lá no Umbigo do Sonho.
Beijo!
PRONTO! fiquei um tempão tentanbdo entender a segunda imagem: ela é vista da proafa, a favela que tem ao sul da praia (e nao ao norte como já disse uma vez), e que provavelmente a mirsuda subiu (foi ao mirante belíssimo, mirse?)... ora veja, camarada, o google earth não mostra a minha casa, a minha rua, mas a fotografia sim: sabe os dois prédios menores à esquerda e em segundo plano amarelados pelas luzes? pois, ilusão de ótica, é um prédio só O MEU, que não é meu apresar de eu ter que pagar a merd* do iptu como diz a lei do inquilinato. moro no terceirto e último andar.
as nuvens, que beleza, da minha janela dá pra ver todo dia a mesma coisa: nimbos se afunilando do alto pra o mar. é imperdível a gfama cromática do mar e do céu que se fundem: as mil luzes da praia do futuro.
a parte mais escura, à direita, ao terminar da iomagem, é a própria praia. as luzes lá no fundão são o mucuripe. lembra da música? rsrs..
sim, sobre a primeira fotografia, a barraca é da chamada "praia do futuro velha", que dizer, a melhor parte, e não só porque eu moro lá, claro, mas essas barracas não são do tipo xópim center, crocobit e vila galé, essas coisas de inglês ver, no caso, italianos.
aiai, eu liquefeita e boba... tudo é lindo... rsrsrs
Nina ei voce jarbas cambio
natal quando amanhã
cambio
fogos e pirilampos
Saudações Moacy,
Putz, que imagens, dia céu azul claro sol noite céu azul escuro lua luzes e nuvens nuvens
vontade linda expressa pela Nina Rizzi em SEGUNDA VARIAÇÃO PRA FAROL
"O que antes era cortina e aconchego
Caiu terrivelmente sobre mim"
esta frase de CANTARES - I da
Jeanne Araújo
que coisa!
uma hora a cortina, gravidade, despenca
um beijo
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