Clique na imagem
para verouvir o trêiler de
Ano passado em Marienbad
(Alain Resnais, 1961)
Um filme-escultura, um filme-enigma, um filme-labirinto, um filme-signo, um filme-invenção, um filme-música, um filme-filme: será que o vimos o ano passado em São Saruê? Para Alain Resnais, seu diretor antinarracional, provavelmente sim; para Alain Robbe-Grillet, seu criador anti-romanesco, provavelmente não. Para mim, seu leitor antiliterário, é possível que o tenhamos visto o ano passado em Jardim do Seridó. Ou terá sido em Caicó? Alguns dirão: Marienbad é um não-filme, nunca foi realizado, e sobretudo não foi exibido o ano passado em lugar nenhum do mundo. Muito menos em Marienbad.
BALAIO PORRETA 1986
n° 2981
Natal, 4 de abril de 2010
FILMES FUNDAMENTAIS DOS ANOS 60
[ 1 ]
1. A aventura (Antonioni, 1969)
2. Ano passado em Marienbad (Resnais, 1961)
3. Eclipse (Antonioni, 1962)
4. 2001: uma odisseia no espaço (Kubrick, 1968)
5. Viver a vida (Godard, 1962)
6. Crônica de Anna Madalena Bach (Straub & Huillet, 1967)
7. A tomada do poder por Luiz XIV (Rossellini, 1966)
8. Madre Joana dos Anjos (Kawalerowicz, 1961)
9. Andrei Rublev (Tarkóvski, 1966)
10. O leopardo (Visconti, 1963)
11. Simão do Deserto (Buñuel, 1965)
12. O processo (Welles, 1962)
E mais:
13. Falstaff (Welles, 1966)
14. Deus e o diabo na terra do sol (Glauber Rocha, 1964)
15. Era uma vez no Oeste (Leone, 1968)
16. Persona (Bergman, 1966)
17. Blow-up (Antonioni. 1966)
18. O Anjo Exterminador (Buñuel, 1962)
19. Vagas estrelas da Ursa (Visconti, 1963)
20. Oito e meio (Fellini, 1863)
21. Pierrot le fou (Godard, 1962)
22. A grande testemunha (Bresson, 1966)
23. Três homens em conflito (Leone, 1966)
24. O homem que matou o facínora (Ford, 1962)
25. Rocco e seus irmãos (Visconti, 1960)
26. O deserto vermelho (Antonioni, 1964)
27. O silêncio (Bergman, 1962)
28. Vidas secas (Nelson Pereira dos Santos, 1963)
29. O evangelho segundo Mateus (Pasolini, 1964)
30. Jules et Jim (Truffaut, 1962)
No próximo domingo:
Os filmes fundamentais - 2a
para verouvir o trêiler de
Ano passado em Marienbad
(Alain Resnais, 1961)
Um filme-escultura, um filme-enigma, um filme-labirinto, um filme-signo, um filme-invenção, um filme-música, um filme-filme: será que o vimos o ano passado em São Saruê? Para Alain Resnais, seu diretor antinarracional, provavelmente sim; para Alain Robbe-Grillet, seu criador anti-romanesco, provavelmente não. Para mim, seu leitor antiliterário, é possível que o tenhamos visto o ano passado em Jardim do Seridó. Ou terá sido em Caicó? Alguns dirão: Marienbad é um não-filme, nunca foi realizado, e sobretudo não foi exibido o ano passado em lugar nenhum do mundo. Muito menos em Marienbad.
BALAIO PORRETA 1986
n° 2981
Natal, 4 de abril de 2010
FILMES FUNDAMENTAIS DOS ANOS 60
[ 1 ]
1. A aventura (Antonioni, 1969)
2. Ano passado em Marienbad (Resnais, 1961)
3. Eclipse (Antonioni, 1962)
4. 2001: uma odisseia no espaço (Kubrick, 1968)
5. Viver a vida (Godard, 1962)
6. Crônica de Anna Madalena Bach (Straub & Huillet, 1967)
7. A tomada do poder por Luiz XIV (Rossellini, 1966)
8. Madre Joana dos Anjos (Kawalerowicz, 1961)
9. Andrei Rublev (Tarkóvski, 1966)
10. O leopardo (Visconti, 1963)
11. Simão do Deserto (Buñuel, 1965)
12. O processo (Welles, 1962)
E mais:
13. Falstaff (Welles, 1966)
14. Deus e o diabo na terra do sol (Glauber Rocha, 1964)
15. Era uma vez no Oeste (Leone, 1968)
16. Persona (Bergman, 1966)
17. Blow-up (Antonioni. 1966)
18. O Anjo Exterminador (Buñuel, 1962)
19. Vagas estrelas da Ursa (Visconti, 1963)
20. Oito e meio (Fellini, 1863)
21. Pierrot le fou (Godard, 1962)
22. A grande testemunha (Bresson, 1966)
23. Três homens em conflito (Leone, 1966)
24. O homem que matou o facínora (Ford, 1962)
25. Rocco e seus irmãos (Visconti, 1960)
26. O deserto vermelho (Antonioni, 1964)
27. O silêncio (Bergman, 1962)
28. Vidas secas (Nelson Pereira dos Santos, 1963)
29. O evangelho segundo Mateus (Pasolini, 1964)
30. Jules et Jim (Truffaut, 1962)
No próximo domingo:
Os filmes fundamentais - 2a
POEMA
Ada Lima
[ in Menina Guache ]
Sonhei um poema.
Ele parecia uma nuvem
esgarçada entre as candeias dos anjos
oprimidas pelos músculos da noite
retesados dos esforços para estender
Tentei tocar o poema.
A nuvem inchou e derramou palavras
que escaparam feito água entre os dedos.
Acordei muda.
Ada Lima
[ in Menina Guache ]
Sonhei um poema.
Ele parecia uma nuvem
esgarçada entre as candeias dos anjos
oprimidas pelos músculos da noite
retesados dos esforços para estender
[ seu tapete escuro sobre o mundo.
Tentei tocar o poema.
A nuvem inchou e derramou palavras
que escaparam feito água entre os dedos.
Acordei muda.
Memória
ASSIM ERA A CENSURA NA ÉPOCA DA DITADURA
A história a seguir foi contada no ENE 2007, em Natal, na mesa-redonda sobre o Pasquim. Um corte no tempo para início dos anos 70. Um general era o responsável pela censura dentro do jornal Pasquim. Acontece que um dia implicou com determinado texto, um poema de Luís Carlos Maciel. O cartunista Ziraldo não entendeu o significado da censura imposta ao colega de redação: ""Pô, general, por que vai cortar o poema do Maciel. Isso aí... isso aí é um poema que não se entende nada, não tem nem pé nem cabeça. Mas por que é que vai cortar isso?" E o General, impávido, mais sério do que nunca, assim respondeu, segundo relato do próprio Maciel: "Ah, por causa disso. Por que o Maciel fez um poema que não tem pé nem cabeça, não se entende nada? Porque ele quer dizer o seguinte: Eu não posso escrever um poema que se entenda porque tem censura no Brasil. Então eu escrevo um poema que não se entende nada. Ele tá querendo dizer que tem censura. Como não tem censura no Brasil, isso é uma mentira e eu veto". Lógica perfeita, não?
ASSIM ERA A CENSURA NA ÉPOCA DA DITADURA
A história a seguir foi contada no ENE 2007, em Natal, na mesa-redonda sobre o Pasquim. Um corte no tempo para início dos anos 70. Um general era o responsável pela censura dentro do jornal Pasquim. Acontece que um dia implicou com determinado texto, um poema de Luís Carlos Maciel. O cartunista Ziraldo não entendeu o significado da censura imposta ao colega de redação: ""Pô, general, por que vai cortar o poema do Maciel. Isso aí... isso aí é um poema que não se entende nada, não tem nem pé nem cabeça. Mas por que é que vai cortar isso?" E o General, impávido, mais sério do que nunca, assim respondeu, segundo relato do próprio Maciel: "Ah, por causa disso. Por que o Maciel fez um poema que não tem pé nem cabeça, não se entende nada? Porque ele quer dizer o seguinte: Eu não posso escrever um poema que se entenda porque tem censura no Brasil. Então eu escrevo um poema que não se entende nada. Ele tá querendo dizer que tem censura. Como não tem censura no Brasil, isso é uma mentira e eu veto". Lógica perfeita, não?
7 comentários:
belo poema de ada lima. beijos, pedrita
O ano passado ainda está na memória, foi exibido aqui perto, em terras de Benvirá. Filmes fundamentais em caixa alta. A censura é sempre a mesma merda, não importa o lugar. Abraço.
suas obaservações sobre o filme, excelente, de Resnais me evocaram outros três títulos: o robótico "em algum lugar do passado", "aconteceu naquela noite" (quebremos as muralhas de jericó!) e "Hiroshima, mon amour"... e, pensando ". e se não foi passado em lugar algum, lembro-me da personagem de Cásares: "já não estou morto. estou apaixonado".
Belo o poema de Ada. Seus cúmulos precipitam sobre mim que abro a boca: me dá poesia, santa terezinha! santa terezinha, não: santo Bandeira.
Bom domingo. Vai ter bacalhau e ovos? que mistura...
Beijos.
Pragmático, o general.
Uma pedreira, o Ano passado em Marienbad. Vi e não entendi.
***
A sra. Coelhinho passou por aqui e te deixou um presente. Mais informações amanhã, na Toca.
Um abraço.
O Ano passado em Marienbad é um filme sonhado.
Creio que você levará uns 20 domingos para relacionar os filmes fundamentais dos anos 60 rsss
Um abraço.
Engraçado: gostei mais da lista secundária ("E mais...") do que a primeira, onde destacaria "2001", "O Processo" e "O Leopardo"! Mas, enfim, Fellini, rs! Abração!
Moa,
Lendo o poema de Ada, pus o dedo em guache.
Abração.
Postar um comentário