[ foto publicada por Zé Kahango ]
in
Angola Profunda
BALAIO PORRETA 1986
n° 2983
Natal, 6 de abril de 2010
MANGA, MANGUINHA
Tomaz Jorge
[ in Angola: os Poetas ]
10 + 1 BARES PORRETAS DE NATAL
(Colaboração: Sebo Vermelho)
Bar do KU (em Lagoa Nova)
Bar de Zé Reieira (Cidade Alta)
Bar dos Doidos (Ponta Negra)
Bar das Bandeiras (Rua Chile, Ribeira)
Bar Cobra Choca (Dix-Sept Rosado)
Bardallo's (Beco da Lama, Cidade Alta)
Bar 294 (Av. Deodoro)
Caixa de Fósforos (Rua Princesa Isabel, Cidade Alta)
Bar do Lourival (Av. Deodoro)
Maria Bonita (em Petrópolis)
Menção honrosa:
Bar Petrópolis (em Petrópolis)
RECOMENDAÇÕES ATEMPORAIS
DO BALAIO
Poesia:
Era uma vez Eros,
de Nei Leandro de Castro
(Rio: Lidador, 1993, 90p.)
Reunião de três livros fesceninos (Zona erótica, Uma nova zona erótica e Era uma vez Eros), sob o signo literário de uma poesia marcada pela sensibilidade estética de seu autor. Que o diga, por exemplo, Carlos Drummond de Andrade, um dos admiradores da poesia fescenina de Nei Leandro. Na verdade, uma joia rara da textualidade nacional, ricamente ilustrada por Mem de Sá.
OÁSIS
João da Mata Costa
[ in Substantivo Plural ]
“Lê e medita. O estudo é como o sol e a reflexão é como uma bússola”.
Oásis Vol. 3, 1904
Alvíssaras. Mais um grande lançamento das edições do Sebo Vermelho capitaneada pelo obreiro e amigo Abimael Silva. Trata-se da bela edição facsimilar em 3v da revista mensal Oásis que circulou entre nós no alvorecer do século XX. Edição muito bem cuidada em papel couchê numa tiragem limitada de 100 exemplares, com impressão do Miro Neto e participação do poeta-capista Alexandre Oliveira.
Um resgate paleoliterário da maior importância para estudiosos e bibliófilos. Depois da 1ª parte (1894- 1902) editada pela histórica coleção Mossoroense, é muito bem vinda essa edição da 2ª fase que cobre o período de 1903- 1904. Agora, podemos ler novamente o que foi escrito na Belle Époque Potiguar. Poemas e prosas escritos ao arrulhar das aves em um tom fresco de uma paisagem rústica em relva verde-musgo aquarelando a manhã potiguar. De uma província que já se pensou formosa, de vanguarda e cosmopolita.
Escreve, assim, o senhor U. Cavalcanti em 1903 (Oásis X, n.3) : “Firma-se, acentua-se indubitavelmente, a preponderância intelectual do Rio Grande do Norte sobre os demais pequenos estados do Brasil “. E continua o Cavalcanti em 'Por Todos' a lembrar dos plágios que devem ser denunciados, daqueles que defendem dúbios conceitos e dos que “trabalham na afanosa arte de escrever”. Lamentando, contudo, que as obras surgidas e por surgir não possam chegar à posteridade.
Na Oásis podemos ler ainda os textos do Abel Silva, a poesia de José de Abreu, Gothardo Neto, Pedro Mello e Thomas Salustino. Textos do Raul e Sebastião Fernandes, Rolando Montebello entre outros. Podemos também ler as resenhas dos livros de Auta de Sousa e Segundo Wanderley no frescor da hora.
Tem ainda a deliciosa seção 'Notas', dando conta dos últimos lançamentos e do expediente da revista. No número 04, Ano X- 1903, lê-se em 'Notas': "O Lyrio. Recebemos o n.6 desse periódico, dedicado ao sexo feminino, que se publica na capital de Pernambuco, e é redigido por uma comissão de Exmas senhoras vantajosamente conhecidas na imprensa do paiz.
Agradecemos de coração".
13 comentários:
Amigos e amigas:
A edição fac-similar de "Oásis" é muito benvinda. Falar em "Poemas e prosas escritos ao arrulhar das aves em um tom fresco de uma paisagem rústica em relva verde-musgo aquarelando a manhã potiguar", todavia, tem certa graça apenas na retórica da época. Hoje, retomar a revista é também tarefa analítica desidealizadora do fazer literário e cultural. Enquanto as aves arrulhavam e a relva verde-musgo aquarelava, outros sons e outros tons rolavam: fábricas com gente se estafando no trabalho, barrigas roncando de fome mal atendida (havia pobreza na época, como se sabe), crianças e idosos trabalhando no pesado, violência cotidiana porque a nação potiguar não pairava acima do resto do mundo... Diante do deslumbramento, aconselha-se: menos!
Abraços a todos e todas:
Marcos Silva
Bom dia. Passeando para conhecer o seu espaço. Belíssimo post.
FOI DESSE JEITO QUE EU OUVI DIZER... deseja uma boa semana para você.
Saudações Educacionais !
Destaco sua recomendação do li-
vro "Era uma vez Eros",de Nei Leandro de Castro, um clássico da língua portuguesa;e o comentário de Marcos Silva sobre o lançamento da revista "Oásis".
Abraços, velho Moá.
Esqueci: a foto de Zé Cahango in África Profunda é bela.
aqui no Nordeste se conjuga o verbo mangar: fulano está mangando de mim. Se traduz em fazer arrelia, zombaria. A manga rosa, a espada, papo de anjo. Hoje já tem manga sem caroço e sem fiapo, aquele que fica entre os dentes. Abraço.
Caro Moa,
Eros sempre Eros que te quero Eros.
Ney é o nosso menestrel maior. Poeta de fino trato que tange as cordas de uma lira sempre afinada e Tesuda.
Acho uma tremenda sacanagem o que vem sendo feito com um escritor da estatura e envergadura de Ney Leandro de Castro. Poeta maior.
Meu amigo e conterraneo.
Minha solidariedade
Minha admiração
Amigos e amigas:
Fiquei preocupado com o post de um anônimo, falando em sacanagem que fazem com Nei Leandro. Peço maiores informações sobre isso. Nei é um escritor de qualidade e muito querido - nos planos pessoal e profissional - por todos. Qualquer sacanagem contra ele deve ser firmemente rejeitada.
Abraços:
Marcos Silva
Pobre Nina Rizzi,tão flagelado pelos versos do Sabiá da Mata.
Em matéria de poesia ruim João da Mata só ganha para Kekéu de Macau e Bené Chaves.
Acreditem se quiser, o pior poeta do Rio Grande do Norte ganhou um concurso na Universidade de Salamanca, onde faz doutorado em Direito: é o professor e advogado mossoroense David Leite.Guardem este nome.
Caro ANôNIMO:
Por que não se identificar?
Qual o problema?
Todas as opiniões aqui são e
serão respeitadas - sempre o foram -, a não ser que firam a chamada honra alheia, quando, então, serão devidamente avaliadas, depois de postadas.
Um abraço.
ainda meio tonta de chegar de ouro preto - lá as pedras falam!
lindíssima fotos moacy!
saudades do balaio e de ti.
besos
Saboreei bem o poema da manga. Acho que ela diz ao companheiro verde (sem partido, mesmo partido ao meio): -quero abaca(r)-te...
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