TEATRO
O macho espanta-se
com a minha mão
no seu sexo.
Velha peça teatral.
Estremeço com sua mão
na minha nuca,
com sua boca
na minha de puta.
Gozo ancestral.
(de JEANNE ARAÚJO [Acari, RN] )
BALAIO PORRETA 1986
nº 1974
Natal, 19 de março de 2007
Poema/Processo, 40 anos
HAI-KAIS sobre um Corpo de Mulher
de Lívio Oliveira (RN)
I - Olhos
Encontro de luzes,
expressa tensão dormente.
Da noite regressam.
II - Mãos
A seda e o leite,
abastecendo o encontro
em macios enlaces.
III - Lábios
Tateio-te a boca,
albergue de língua acesa,
moldura molhada.
IV - Pés
Movem-se, lúdicos.
Ai, impudicos artelhos:
razão de delitos!
V - Costas
Estende a costela,
exibindo a tatuagem:
fissura ilustrada.
VI - Seios
Opulência ilhada:
insulares e dúplices
presentes lácteos.
VII - Ancas
Bodas com a carne,
dança que envolve e esconde
o objeto intruso.
VIII - Púbis
Chegada doída,
suspiros de cansaço único,
exílio fálico.
PÓS-ATONALISMO
A platéia presente na Feira dos Sebos de Natal viveu um momento surrealista através de Helmut Cândido, personagem boêmio da cena literária potiguar, quando o "leitor honorário" do Sebo Vermelho, no sábado à tarde, depois de cinco lapadas de cana e três garrafas de cerveja, subiu ao palco armado na Praça André de Albuquerque para interpretar/recriar/redimensionar a voz e os sucessos de Nelson Gonçalves. Com seus agudos e graves fora de tom, para espanto e alegria do público, pode-se dizer que Helmut inaugurou entre nós o "pós-atonalismo cômico-etílico-serial". Um punk-anarquista presente ao evento delirava: "Sublime! Divino! Maravilhoso". De tão ruim, ficou ótimo. Como se fora um filme trash.
8 comentários:
Excelente o poema. Belos os hai-kais. Queria estar na praça pra ver o show do Helmut.
***
A Trincheira está inoperante por esses dias. Suspeito tratar-se de sabotagem encomendada por Marconi Leal, meu desafeto cordial, com quem estou travando um duelo titânico. Estou realizando esforços hercúleos para reativar a minha bazuca virtual.
Um abraço.
Excelente o poema. Belos os hai-kais. Queria estar na praça pra ver o show do Helmut.
***
A Trincheira está inoperante por esses dias. Suspeito tratar-se de sabotagem encomendada por Marconi Leal, meu desafeto cordial, com quem estou travando um duelo titânico. Estou realizando esforços hercúleos para reativar a minha bazuca virtual.
Um abraço.
Meu caro,
De volta ao Rio?
Os poemas de hoje estão ótimos.
No mais, desejar feliz retorno.
Forte abraço.
Grande Moacy!
Quem nunca assistiu a um show assim? Só quem não conhece os birinaites da vida. E tem gente que acha que ser abstêmio é perder só o gole...
Moacy: a trincheira do jens foi definitivamente pro pau, por problemas técnicos. Estou de casa nova: www.tocadojens.zip.net
Apareça!
Pois é, Moacy, os extremos acabam sempre se encontrando. Deve ter sido um show e tanto. Bonitos, os poemas. Um abração.
Belo poema, belos haicais. Um beijo.
Esses poemas são belos. E o comentário da feira, me deixou com mais saudade de lá. Mas, ano que vem tem mais, né? ;)
Beijo.
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