sexta-feira, 15 de junho de 2007


Gargalheiras, em Acari, cidade-magia, cidade-poesia, em pleno sertão do Rio Grande do Norte, é mais do que um açude, é mais do que uma represa: é um canto de amor às águas seridoenses de todas as emoções potiguares. [Foto de Hugo Macedo]


BALAIO PORRETA 1986
nº 2037
Rio, 15 de junho de 2007



DESMANTELO
de Lília Diniz

Desgrenhando teus cabelos
me rasgueio em poesia
e me (re)encontro
nas aldeias do teu corpo


VIRTUDES
de Bosco Sobreira

só os bichos são virtuosos:
os cães lambem suas próprias feridas
e mijam na grama
que eu não
pisei


BEBENDO VOCÊ
de Sandra Camurça

quero você na minha boca
inteiro
na minha boca
até a última gota


APRENDIZ DE FEITICEIRO
de Simão Pessoa
[ in Matou Bashô e foi ao cinema ]

Poeta não é quem transa a terra e o mangue
Poeta não é quem traça a troça e o chiste
Poeta é quem põe a terra em transe


CARTA POÉTICA VII
(Fragmento final)
de Jeanne Araújo

Os meus desejos mais secretos assustam. Já tomei atalhos demais e isso dificulta minha vida. As palavras correm por dentro como inundação, mas não escapam. Há diques e represas por todos os lados. Quero escrever, preciso escrever, mas não consigo terminar a tarefa. Essa tarefa que me dói. Amor e dor e parto. Três palavras perfeitas. Dizer em poesia. Parir as palavras. Depois refugiar-me em amor. À minha volta não há porque morrer. Você me entende? Você me compreende. Você se reconhece nas entrelinhas?...

4 comentários:

Anônimo disse...

Bela visão desse rio, caro amigo, que me faz ter saudades do pequeno rio da minha Canindé, que só enchia na época das chuvas. Um abraço.

Maria Maria disse...

Moacy, tem poema novo no espartilhodeeme. Beijos

Jeanne Araujo disse...

Me emociono cada vez que vejo minha terra, seja pessoalmente , seja por fotos. Acari é linda de qualquer ângulo.bjos

o refúgio disse...

Grata, Moacy. Ah, as imagens que publicaste da tua terra natal estão belíssimas. Parabéns! Beijo.