Gargalheiras, em Acari, cidade-magia, cidade-poesia, em pleno sertão do Rio Grande do Norte, é mais do que um açude, é mais do que uma represa: é um canto de amor às águas seridoenses de todas as emoções potiguares. [Foto de Hugo Macedo]
BALAIO PORRETA 1986
nº 2037
Rio, 15 de junho de 2007
DESMANTELO
de Lília Diniz
Desgrenhando teus cabelos
me rasgueio em poesia
e me (re)encontro
nas aldeias do teu corpo
VIRTUDES
de Bosco Sobreira
só os bichos são virtuosos:
os cães lambem suas próprias feridas
e mijam na grama
que eu não
pisei
BEBENDO VOCÊ
de Sandra Camurça
quero você na minha boca
inteiro
na minha boca
até a última gota
APRENDIZ DE FEITICEIRO
de Simão Pessoa
[ in Matou Bashô e foi ao cinema ]
Poeta não é quem transa a terra e o mangue
Poeta não é quem traça a troça e o chiste
Poeta é quem põe a terra em transe
de Simão Pessoa
[ in Matou Bashô e foi ao cinema ]
Poeta não é quem transa a terra e o mangue
Poeta não é quem traça a troça e o chiste
Poeta é quem põe a terra em transe
CARTA POÉTICA VII
(Fragmento final)
de Jeanne Araújo
Os meus desejos mais secretos assustam. Já tomei atalhos demais e isso dificulta minha vida. As palavras correm por dentro como inundação, mas não escapam. Há diques e represas por todos os lados. Quero escrever, preciso escrever, mas não consigo terminar a tarefa. Essa tarefa que me dói. Amor e dor e parto. Três palavras perfeitas. Dizer em poesia. Parir as palavras. Depois refugiar-me em amor. À minha volta não há porque morrer. Você me entende? Você me compreende. Você se reconhece nas entrelinhas?...
(Fragmento final)
de Jeanne Araújo
Os meus desejos mais secretos assustam. Já tomei atalhos demais e isso dificulta minha vida. As palavras correm por dentro como inundação, mas não escapam. Há diques e represas por todos os lados. Quero escrever, preciso escrever, mas não consigo terminar a tarefa. Essa tarefa que me dói. Amor e dor e parto. Três palavras perfeitas. Dizer em poesia. Parir as palavras. Depois refugiar-me em amor. À minha volta não há porque morrer. Você me entende? Você me compreende. Você se reconhece nas entrelinhas?...
4 comentários:
Bela visão desse rio, caro amigo, que me faz ter saudades do pequeno rio da minha Canindé, que só enchia na época das chuvas. Um abraço.
Moacy, tem poema novo no espartilhodeeme. Beijos
Me emociono cada vez que vejo minha terra, seja pessoalmente , seja por fotos. Acari é linda de qualquer ângulo.bjos
Grata, Moacy. Ah, as imagens que publicaste da tua terra natal estão belíssimas. Parabéns! Beijo.
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