Arte/Fotografia
Sonho/Surrealidade
O devaneio & O digital
por
MARIAH
[ in Olhares ]
BALAIO PORRETA 1986
nº 2121
Rio, 13 de setembro de 2007
POEMA de
Benno Assmann
[ in Noites Insones ]
Deus
não sei se existe
mas acredito
na verdade
do alpiste
e seu dom
de realizar
o milagre do vôo
dos pássaros.
ENCONTRO
de Lisbeth Lima
[ in Flor de Craibeira ]
Trouxe-me a chuva
e, depois dela,
céu aberto, anil.
Trouxe-me a noite
e, dentro dela seu corpo chuviscado,
amanhecido junto ao meu.
Dia claro, céu aberto, abril.
GOSTO
de Maria Maria
[ in Espartilho de Eme ]
Gosto mesmo do imprevisível:
dos beijos suspensos no ar,
da voz que fala em silêncio;
do olho que diz sem falar.
Gosto mesmo do olhar,
da voz e do toque,
da língua e do choque.
Gosto...
FARSA
de Isabella Benício
[ in Brumas ]
quando a ausência
anoitece açoitando
meus dedos tentam
em vão
trabalhar como se fossem
os teus
Futebol
UM POUCO DE HISTÓRIA
Na segunda metade dos anos 20, os times mais populares do Rio eram o Vasco e o América. Como assim?, perguntarão muitos. Explica-se (cf. Mario Filho e o seu excelente O negro no futebol brasileiro): Flamengo, Fluminense e Botafogo eram clubes da zona sul, que só admitiam jogadores brancos (com raríssimas exceções) e, na quase totalidade, de "boa família". Dos três, o Flamengo era o mais popular por um motivo muito simples: como não tinha espaço para treinar, nos seus primeiros anos de existência, improvisava um campo na rua, para os lados da Praia do Russell, com os jogadores tendo contato direto com a meninada e os marmanjos das redondezas. Já com o América e o Vasco a história era outra: clubes da zona norte, admitiam jogadores brancos, pretos e morenos. Assim como, antes dos dois, o suburbano Bangu. O Flamengo só atingiria uma popularidade maior, superando os demais, a partir dos anos 30, sobretudo em função de Leônidas da Silva, o Diamante Negro, verdadeiro ídolo do povão, seja pelo futebol (cantado em prosa e verso por todos os amantes do bom futebol), seja pelo comportamento pouco usual para os padrões da época. Na mesma ocasião, jogou no Flamengo outro jogador negro fantástico: Domingos da Guia. [Em tempo: Leônidas jogou no Clube da Gávea, de 1936 a 1941 (antes jogara no Bonsucesso, Peñarol, Vasco e Botafogo); Domingos da Guia, de 1936 a 1943 (antes jogara no Bangu, Vasco, Nacional e Boca Juniors).]
UM BLOGUE PORRETA
Almanaque, de Marcos Faria.
Quase um saite. Quase uma revista.
Variedades. Literatura. Variedades.
|||||||||||||||||||
Em sessão fechada o Senado brasileiro pode tomar a decisão inédita de cassar o mandato de seu presidente. [Não cassou, infelizmente.] Por trás da decisão, além das questões de quebra de decoro, está o jogo não muito limpo do que fazer com o governo Lula. Dá vontade de dizer: quem for inocente nessa história, que jogue o primeiro voto! O que, é claro, não inocenta o senador Renan. (Flávio AGUIAR. Hoje é dia de Renan, in CartaMaior, 12/9/2007)
Sonho/Surrealidade
O devaneio & O digital
por
MARIAH
[ in Olhares ]
BALAIO PORRETA 1986
nº 2121
Rio, 13 de setembro de 2007
POEMA de
Benno Assmann
[ in Noites Insones ]
Deus
não sei se existe
mas acredito
na verdade
do alpiste
e seu dom
de realizar
o milagre do vôo
dos pássaros.
ENCONTRO
de Lisbeth Lima
[ in Flor de Craibeira ]
Trouxe-me a chuva
e, depois dela,
céu aberto, anil.
Trouxe-me a noite
e, dentro dela seu corpo chuviscado,
amanhecido junto ao meu.
Dia claro, céu aberto, abril.
GOSTO
de Maria Maria
[ in Espartilho de Eme ]
Gosto mesmo do imprevisível:
dos beijos suspensos no ar,
da voz que fala em silêncio;
do olho que diz sem falar.
Gosto mesmo do olhar,
da voz e do toque,
da língua e do choque.
Gosto...
FARSA
de Isabella Benício
[ in Brumas ]
quando a ausência
anoitece açoitando
meus dedos tentam
em vão
trabalhar como se fossem
os teus
Futebol
UM POUCO DE HISTÓRIA
Na segunda metade dos anos 20, os times mais populares do Rio eram o Vasco e o América. Como assim?, perguntarão muitos. Explica-se (cf. Mario Filho e o seu excelente O negro no futebol brasileiro): Flamengo, Fluminense e Botafogo eram clubes da zona sul, que só admitiam jogadores brancos (com raríssimas exceções) e, na quase totalidade, de "boa família". Dos três, o Flamengo era o mais popular por um motivo muito simples: como não tinha espaço para treinar, nos seus primeiros anos de existência, improvisava um campo na rua, para os lados da Praia do Russell, com os jogadores tendo contato direto com a meninada e os marmanjos das redondezas. Já com o América e o Vasco a história era outra: clubes da zona norte, admitiam jogadores brancos, pretos e morenos. Assim como, antes dos dois, o suburbano Bangu. O Flamengo só atingiria uma popularidade maior, superando os demais, a partir dos anos 30, sobretudo em função de Leônidas da Silva, o Diamante Negro, verdadeiro ídolo do povão, seja pelo futebol (cantado em prosa e verso por todos os amantes do bom futebol), seja pelo comportamento pouco usual para os padrões da época. Na mesma ocasião, jogou no Flamengo outro jogador negro fantástico: Domingos da Guia. [Em tempo: Leônidas jogou no Clube da Gávea, de 1936 a 1941 (antes jogara no Bonsucesso, Peñarol, Vasco e Botafogo); Domingos da Guia, de 1936 a 1943 (antes jogara no Bangu, Vasco, Nacional e Boca Juniors).]
UM BLOGUE PORRETA
Almanaque, de Marcos Faria.
Quase um saite. Quase uma revista.
Variedades. Literatura. Variedades.
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Em sessão fechada o Senado brasileiro pode tomar a decisão inédita de cassar o mandato de seu presidente. [Não cassou, infelizmente.] Por trás da decisão, além das questões de quebra de decoro, está o jogo não muito limpo do que fazer com o governo Lula. Dá vontade de dizer: quem for inocente nessa história, que jogue o primeiro voto! O que, é claro, não inocenta o senador Renan. (Flávio AGUIAR. Hoje é dia de Renan, in CartaMaior, 12/9/2007)
13 comentários:
Ô, Moacy! Que supresa boa, menino!
Se já é bom passear por aqui, que dirá estar aqui ao lado de poemas tão bonitos e intensos. Obrigada.
Que teu dia seja tão bom quanto o meu começou. Beijo.
Lindo o milagre de realizar o vôo dos pássaros.
Tem algo no Brisa pra você e pro Bôsco.
Um abraço desde a Bahia
bonito o poema sobre deus e pássaros. bela imagem. Grande abraço seridoense...
Moacy,
é bom pousar aqui... estar aqui é estar partout...
Um abraço, Lisbeth
Porreta!
Prezado Moacy, que grande honra me proporcionou de incluir meu poema do alpiste em seu Balaio ao lado de belíssimos poemas. Obrigado mais uma vez, amigo. Pela visita e comentário em meu blog também,
Um grande abraço.
Benno
Moacy,
Obrigado pela sua visita lá no DIVERSOS AFINS. Andei visitando as linhas por aqui e apreciei muito o que li. Voltarei mais vezes.
Abraços,
Fabrício
PS: Enviei um e-mail para você em resposta a seu pedido.
Gostei muito do barquinho.
Ótimos poemas.
Um pouco da história do futebol sempre cai bem.
Quanto ao renan? Quem é esse? Tô brincando, hehe. Deplorável, deplorável.
Um beijo.
Eu juro por Ademir da Ghia que estou estupefato com a absolvição do Renan.
Caro mestre Moacy,
os poemas selecionados são pequenas jóias. Especialmente o de Benno Assman. Excelentes!
Quanto à história sobre futebol, o amigo já percebeu que eu também aprecio essas coisas. Sabe onde o Mengão jogava, em seus primórdios? Num campo que existia na esquina da Rua Paissandu com Pinheiro Machado, exatamente em frente do Palácio Guanabara (hoje, tem alguns edifícios ali). Vi certa vez uma foto deste campo. Outra coisa. O departamento de futebol do Flamengo enfrentava alguma resistência do departamento de Remo, a atividade principal e nobre do clube. Embora alguns jogadores fossem também remadores (um dia eu conto no Antigas Ternuras a verdadeira história dessa balela que dizem por aí que o Flamengo foi "criado" por jogadores do fluminense), nem todo mundo do clube via com bons olhos aquele esporte com bola. No início, o time teve, inclusive, que usar uma camisa diferente da usada pela equipe de regatas.
Bom post. Carpe Diem. Aproveite o dia e a vida.
Moacy, Alpistes, Abris, Camas... Deus! Poesia também é milagre!!! Beijos,Maria Maria
Caro MARCO: Eu sabia da existência desse campo do Flamengo; o outro devia ser para treinos-peladas, então. Quanto ao outro ponto (Fla/Flu), há controvérsias, não? Um abraço.
O Negro no Futebol Brasileiro merece o título de livro porreta. Muito bom.
***
Bela seleção de poemas.
Um abraço.
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