Dia da Consciência Negra:
A invenção do signo, I
a arte afro-brasileira
de
Gauche Marques
(Bahia)
BALAIO PORRETA 1986
n° 2168
Rio, 20 de novembro de 2007
VOZ DO SANGUE
de Agostinho Neto (Angola)
[ in Na noite grávida de punhais, 1976 ]
Palpitam-me
os sons do batuque
e os ritmos melódicos do blue
Ó negro esfarrapado do Harlem
ó dançarino de Chicago
ó negro servidor do South
Ó negro de África
negros de todo o mundo
eu junto ao vosso canto
a minha pobre voz
os meus humildes ritmos.
Eu vos acompanho
pelas emaranhadas áfricas
do nosso Rumo
Eu vos sinto
negros de todo o mundo
eu vivo a vossa Dor
meus irmãos.
de Agostinho Neto (Angola)
[ in Na noite grávida de punhais, 1976 ]
Palpitam-me
os sons do batuque
e os ritmos melódicos do blue
Ó negro esfarrapado do Harlem
ó dançarino de Chicago
ó negro servidor do South
Ó negro de África
negros de todo o mundo
eu junto ao vosso canto
a minha pobre voz
os meus humildes ritmos.
Eu vos acompanho
pelas emaranhadas áfricas
do nosso Rumo
Eu vos sinto
negros de todo o mundo
eu vivo a vossa Dor
meus irmãos.
A BIBLIOTECA DOS MEUS SONHOS
Na noite grávida de punhais; Antologia temática de poesia africana, de Mário de Andrade. Lisboa : Sá da Costa, 1976, 282p. [] Alguns poderão considerá-la por demais panfletária; outros, por demais romântica em sua pureza revolucionária; muitos, uma antologia talvez datada, talvez ultrapassada. Não importa; importa a força de seus versos, importa o sentimento de sua africanidade. Importa, antes de tudo e de todos, a poesia que assinala: "Ó minha África misteriosa, natural!/ minha virgem violentada" (Noémia de Sousa, moçambicana). Importa, de igual modo, de modo igual, a voz que berra: "A terra onde nascemos/ vem de longe/ com o tempo" (Kalungano, moçambicano). Importa, sim, sim, sim, a presença de Luandino Vieira, angolano: "A pergunta no ar/ no mar/ na boca de todos nós:/ - Luanda onde está?" Importa - por que não? - a presença de Agostinho Neto, líder político revolucionário de Angola. Assim como importam e se destacam os versos de Ovídio Martins, caboverdiano: "Dos olhos do poeta/ rolam lágrimas/ cor de sangue". E no mesmo poema (Emigração), um pouco antes: "E há perigos e ameaças/ na noite/ grávida de punhais".
Na noite grávida de punhais; Antologia temática de poesia africana, de Mário de Andrade. Lisboa : Sá da Costa, 1976, 282p. [] Alguns poderão considerá-la por demais panfletária; outros, por demais romântica em sua pureza revolucionária; muitos, uma antologia talvez datada, talvez ultrapassada. Não importa; importa a força de seus versos, importa o sentimento de sua africanidade. Importa, antes de tudo e de todos, a poesia que assinala: "Ó minha África misteriosa, natural!/ minha virgem violentada" (Noémia de Sousa, moçambicana). Importa, de igual modo, de modo igual, a voz que berra: "A terra onde nascemos/ vem de longe/ com o tempo" (Kalungano, moçambicano). Importa, sim, sim, sim, a presença de Luandino Vieira, angolano: "A pergunta no ar/ no mar/ na boca de todos nós:/ - Luanda onde está?" Importa - por que não? - a presença de Agostinho Neto, líder político revolucionário de Angola. Assim como importam e se destacam os versos de Ovídio Martins, caboverdiano: "Dos olhos do poeta/ rolam lágrimas/ cor de sangue". E no mesmo poema (Emigração), um pouco antes: "E há perigos e ameaças/ na noite/ grávida de punhais".
6 comentários:
Que bom chegar até aqui e encontrar Agostinho Neto!
No mais, te desejar uma semana proveitosa.
Não conhecia Agostinho Neto! Ótima dica.
"Noite grávida de punhais", belíssima imagem!
Abraço!
Parabéns pra Guache Marques, pra Agostinho, sobretudo pra você!
Muito bom aqui, tudo muito bom.
Por gentileza me manda o seu email, o meu é: caodanado567@yahoo.com.br
Abração, muita luz e saúde.
Grande bela África!
Bela arte, belo poema, bela homenagem. Um beijo.
Moacyr,
Meu caro me informe seu email depois por favor.
Tem novidades no meu blog, um poema que fiz pro mendigo que vi no Rio em janeiro escrevendo uma poesia:
http://cassioamaral.blogspot.com
Abração e muita luz.
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