A mulher como puta miragem
A mulher como pura linguagem
A mulher como lunáguaviagem
A mulher como pura linguagem
A mulher como lunáguaviagem
BALAIO PORRETA 1986
n° 2163
Rio, 13 de novembro de 2007
POEMA
de Flávio Boaventura (MG)
[ in Dimensão, n° 30, 2000 ]
giro não sei por onde
deliro não sei por quase
transpiro um sangue metálico
a cada bala perdida
tenho uma fome por dentro
um gatilho apertado no peito
uma alma que se lava
a cada chuva ácida
O BALAIO E SEUS VARIADOS LEITORES
Há aqueles que, amigos, conhecidos ou simples curiosos, visitam o Balaio. São visitas que recebemos com prazer e procuramos retribui-las na medida do possível. Há também as visitas aleatórias. Esperamos que, gostando de nossa proposta, voltem. O Balaio sempre foi uma cesta básica de informações, as mais diversas, as mais inesperadas. Ou, ao menos, assim acreditamos.
Mas há, de igual modo, os leitores que aparecem - movidos por um tipo de curiosidade muito específico, ou muito especial - e, decerto, aqui não encontram as respostas desejadas. São leitores que investem nos espaços de busca e pesquisa à procura de questões que, decididamente, não são metafísicas. Ao contrário, são concretas, demasiadamente concretas.
Um deles chegou ao Balaio a partir da seguinte questão, assim formulada: "pegadas fortes nas bucetas das atrizes". Não sabemos exatamente o que o leitor pretendia com tanta ênfase, mas, como resposta, o Google indicou-lhe, entre outras opções, um número da nossa folha porreta que destacava a importância de Gloria Swanson em Crepúsculo dos deuses. Já imaginaram a decepção do pobre sujeito ao verificar que a Gloria Swanson não seria o modelo de atriz erótico-sexualizada que ele provavelmente estava à procura? Bem... digamos que estejamos equivocados. De repente...
Outro exemplo: alguém sapecou um indiscutível "mulheres enlouquecedoras". Aqui, reconhecemos, o Google foi generoso com o Balaio: em 262 opções, aparecíamos em primeiríssimo lugar. Só não sabíamos que as eventuais fotos de mulheres que publicamos, belas porém discretas, seriam capazes de enlouquecer quem quer que seja. Pensando melhor: a plasticidade de certos "momentos fotográficos" (como a foto de de Michel Chaufoureau, hoje) talvez seja mesmo enlouquecedor enquanto signo gráfico, pontuado, às vezes, por um toque de inegável sensualidade.
Um outro foi mais preciso: queria saber de "garotas de programa em Estreito - Florianópolis". A indicação do Google levou-nos a uma boa gaitada: a crônica do fotógrafo Hugo Macedo, no livro Beco estreito, que envolve a figura popular de Mané Bonitim - e aqui publicada. Numa certa ocasião, encontrando-se em Acari, em pleno Seridó norte-rio-grandense (longe pra danado de Santa Catarina), Mané Bonitim aprontou numa bodega da cidade para, espertamente, tomar sem pagar uma lapada da água-que-passarinho-não-bebe. Essa história merece ser reeditada. Mais cedo ou mais tarde. Enquanto isso, Hugo Macedo precisa saber que o seu Beco estreito pode ser o caminho mais curto para "garotas de programa" na distante Floripa.
Há aqueles que, amigos, conhecidos ou simples curiosos, visitam o Balaio. São visitas que recebemos com prazer e procuramos retribui-las na medida do possível. Há também as visitas aleatórias. Esperamos que, gostando de nossa proposta, voltem. O Balaio sempre foi uma cesta básica de informações, as mais diversas, as mais inesperadas. Ou, ao menos, assim acreditamos.
Mas há, de igual modo, os leitores que aparecem - movidos por um tipo de curiosidade muito específico, ou muito especial - e, decerto, aqui não encontram as respostas desejadas. São leitores que investem nos espaços de busca e pesquisa à procura de questões que, decididamente, não são metafísicas. Ao contrário, são concretas, demasiadamente concretas.
Um deles chegou ao Balaio a partir da seguinte questão, assim formulada: "pegadas fortes nas bucetas das atrizes". Não sabemos exatamente o que o leitor pretendia com tanta ênfase, mas, como resposta, o Google indicou-lhe, entre outras opções, um número da nossa folha porreta que destacava a importância de Gloria Swanson em Crepúsculo dos deuses. Já imaginaram a decepção do pobre sujeito ao verificar que a Gloria Swanson não seria o modelo de atriz erótico-sexualizada que ele provavelmente estava à procura? Bem... digamos que estejamos equivocados. De repente...
Outro exemplo: alguém sapecou um indiscutível "mulheres enlouquecedoras". Aqui, reconhecemos, o Google foi generoso com o Balaio: em 262 opções, aparecíamos em primeiríssimo lugar. Só não sabíamos que as eventuais fotos de mulheres que publicamos, belas porém discretas, seriam capazes de enlouquecer quem quer que seja. Pensando melhor: a plasticidade de certos "momentos fotográficos" (como a foto de de Michel Chaufoureau, hoje) talvez seja mesmo enlouquecedor enquanto signo gráfico, pontuado, às vezes, por um toque de inegável sensualidade.
Um outro foi mais preciso: queria saber de "garotas de programa em Estreito - Florianópolis". A indicação do Google levou-nos a uma boa gaitada: a crônica do fotógrafo Hugo Macedo, no livro Beco estreito, que envolve a figura popular de Mané Bonitim - e aqui publicada. Numa certa ocasião, encontrando-se em Acari, em pleno Seridó norte-rio-grandense (longe pra danado de Santa Catarina), Mané Bonitim aprontou numa bodega da cidade para, espertamente, tomar sem pagar uma lapada da água-que-passarinho-não-bebe. Essa história merece ser reeditada. Mais cedo ou mais tarde. Enquanto isso, Hugo Macedo precisa saber que o seu Beco estreito pode ser o caminho mais curto para "garotas de programa" na distante Floripa.
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O diabo não é páreo para Deus. Trata-se de uma criatura ainda muito humanizada. Em termos de mal absoluto, aposto mais nos vilões de telenovela. (in O subpensamento vivo de Marconi Leal)
O diabo não é páreo para Deus. Trata-se de uma criatura ainda muito humanizada. Em termos de mal absoluto, aposto mais nos vilões de telenovela. (in O subpensamento vivo de Marconi Leal)
13 comentários:
não dá p negar, moacy, q "pegadas fortes nas bucetas das atrizes" é um título realmente sonoro, capaz até de desbancar nas estantes comerciais outros, estilo a menina q roubava livros, livreiro de cabul, quando nietzsche chorou, sorriu, peidou, enfim...
Pertinente, Moacy, esse seu comentário sobre alguns visitantes. Para minha sorte, nunca peguei gente desse tipo e as pessoas que até agora visitaram o meu blogue são, além de talentosas e inteligentes, gentis e educadas. Problema, problema mesmo, só tive um, mas nem vale a pena citar o nome da pessoa. Agora, há uma coisa que me aborrece e você já sabe disso. É quando visito pela primeira vez um blogue, comento e o editor, demonstrando uma falta de educação (ou se achando o rei da cocada preta) não retribui a visita. E eu nem peço isso. Enfim, educação não é o forte de alguns blogueiros. E de algumas blogueiras também. Felizmente, não são muitos. Um abraço.
Moacy: excelente pesquisa sobre os seus 'melhores diretores' na postagem anterior. E que foto, hein?! Como tb o texto da atual sobre os variados leitores. E mais outra bela foto! Parabéns pela contextura!
Olha: como eu pego fotos mais no 'Google', o mesmo não disponibiliza dizendo qual o autor da imagem. Raramente isso acontece. Exceção daquela que vc perguntou e eu tive de pesquisar no 'endereço eletrônico'. Ou será que não estou sabendo procurá-las?
Mas, de qualquer maneira, procurarei agora, na medida do possível, identificar a autoria.
Um abraço...
hahaha!
ai que eu adorei essa última parte do post.
confesso, ando exacerbadamente feminina, por isso, não raro, gosto do que enalte a mulher.
Abraço, Moacy.
Olá Moacy,
muito bom, é aprendizado visitar o Balaio.
Grande abraço
Obrigada por sua visita porreta aos Versos de Fal�pio. As mulheres s�o puta miragens.
Mestre Cirne, vale a caminhada nas terras do Balaio e simplesmente pegar um pouco do que dentro dele tem e aprender!
Bjão Mestree!
Casti
Moacy, rapaz, por essa eu não esperava: meus avós maternos moravam no Beco Estreito, matéria de crônica do conterrâneo Hugo Macedo. Eu mesmo, de recém-nascido até uns quatro anos de idade, morei lá com meus pais, na mesma casa dos meus avós. Só depois é que a gente se mudou para a "rua do cemitério". E agora, o que fazer? A gente dá um cacete no google ou no internauta impaciente?
Beleza de foto, beleza de poema.
Eu também medivirto com as frases e palavras-chave que trazem leitores ao meu blog. Embora a mais comum seja "causos", já houve quem chegasse lá através da frase grandes homens que na sua epoca foram considerados ridiculos da historia, e que melhoraram o mundo.
rsrsrsrs.
quem entende o google? ninguém merece mesmo!
E o subpensamento de Marconi Leal?
muito bom.
Eu acrescento: em termos de mal e bem absolutos (anjos e demônios) prefiro os das telenovelas.
;)
beijos Moacy.
Dá para entender o Google? Hahaha.
Foto e poema encantadores.
Moacy:
deliciosa a crônica sobre os leitores eventuais do Balaio. Imagino o sujeito chegando sôfrego em busca de sacanagem e se deparando com imagens femininas, poemas sensuais, comentários sobre literatura e cinema - tudo material da mais alta qualidade. Decepção para os espíritos mais toscos.
Falando em imagens, pesquei a foto deste post e defini como papel de parede. Ficou do c...
Um abraço e bom feriado.
Gugleiros, gugleiros... Estão sempre procurando uma boa foto de mulher pelada.
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