O Apocalipse de Angers:
a série, constituída de vários tapetes,
considerada a mais antiga tapeçaria bíblica,
foi tecida entre 1377 e 1382, por Nicolas Bataille
BALAIO PORRETA 1986
n° 2242
Rio, 24 de feverero de 2008
A BIBLIOTECA DOS MEUS SONHOS
La tapisserie des origens à nos jours, de Madeleine Jarry. Paris: Hachette, 1968, 360p. [] Um álbum bastante ilustrado (incluindo reproduções coloridas): a história da tapeçaria narrada com inegável competência e esmerado cuidado documental. Sendo uma arte milenar (em seu apogeu, na Europa Medieval, trabalhada em lã, seda, ouro e prata), há que apontar, nestas páginas, o espaço dedicado ao Apocalipse de Angers, série encomendada pelo duque Louis d'Anjou e executada pelo ateliê de Nicolas Bataille (p.30-34); o papel criador desempenhado, no século XV, pelos ateliês de Arras e Tournais (p.51-94), com destaque para a reprodução d'A tomada de Jerusalém (p.66-67); a beleza plástica do tapete (um deles) que focaliza Os trabalhos de Hércules, produzido na segunda metade dp século XVI. Há que destacar também a tapeçaria do século XX: é o caso de Le chant du Monde, fabricado pelo ateliê Tabard, em 1965 (p.319). E assim por diante. Enfim, um livro maravilhoso.
Memória 1978
A CENSURA NA ÉPOCA DA DITADURA NO BRASIL / 8
[ in Memória da censura no Cinema Brasileiro ]
Fragmentos do longo parecer sobre
Crônica de um industrial, de Luiz Rosemberg Filho
São Paulo, 6 de junho de 1978
É um filme perigoso capaz de atingir a dois tipos de público, portador que é de mensagens altamente destrutivas. Vejamos:
1. Para PÚBLICO COMUM ADULTO (embora maior de 18 anos).
Este filme apresenta componentes suficientes para DESENCADEAR processos NEUROTIZANTES, uma vez que todas as sequências mostram abertamente CENAS DEMORADAS de relações sexuais (com ambos os protagonistas inteiramente despidos), onde o prazer sexual só existe com a presença simultânea de SOFRIMENTO e SANGUE (escorrendo à vontade, de vários ferimentos), além de GRITOS DE DOR. Comprova a evidência de AUTO-SATISFAÇÃO sadomasoquista. Ou seja, a relação sexual deixa de ser um ato normal para transforma-se em ABERRAÇÃO/PERVERSÃO proibido a público comum e, só justificando como estudo para consultórios psiquiátricos.
2. Para PÚBLIC O-ALVO (de Cinematecas) (Estudantes Universitários) (filme político de teor subversivo).
No caso presente, dirigido predominantemente à juventude universitária que frequenta CINEMATECAS. É um filme que podemos rotular sob certo alcance, de HERMÉTICO (coficado), uma vez que está recheado de SIMBOLISMO TÉCNICOS que os estudantes SABEM como decodificar. É, por assim dizer, UMA CARTILHA SUBVERSIVA [...].
...
O filme é uma reprodução fiel de RECURSOS TPECNICOS criados pela inteligência ímpar do cineasta que PROFETIZOU a deflagração da EXPLOSÃO ESTUDANTIL de maio de 1968 na Universidade de Nanterre (Paris, FRANÇA) quando produziu o filme "A CHINESA" (La Chinoise), em março de 1967 (JEAN-LUC GODARD).
...
Volto a confirmar: se este filme "CRÔNICA DE UM INDUSTRIAL" for apenas proibido a menores de 18 anos e exibido para PÚBLICO COOMUM ADULTO (sem considerar os jovens universitários entre 19 e 30 anos, no mínimo) só irão constatar uma fita ERÓTICO-PORNOGRÁFICA, sem nada COMPREENDER (pois o simbolismo inserido só pode ser entendido por jóvens que já viram filmes de GODARD, LOUIS MALLE, PASOLINI, PETRI, ANTONIONI, JOSEPH LOSEY, BO WIBERG e outros tantos.
...
Além de recursos técnicos aqui citaados (de teor cinematográfico (simbolismos identificados) o Sr. Rosemberg (Luís Rosemberg Filho) deve ter recebido a ASSESSORIA de sociólogos de esquerda, para a laboração do roteiro. É nítida a interrelação da sociologia de esquerda com as diretrizes predominantes na temática.
IMPORTANTE: Este filme, se for liberado, poderá vir a constituir-se na pedra de RELANÇAMENTO DO CINEMA POLÍTICO entre nós.
...
Informação adicional:
Hoje, o cineasta GODARD continúa sua realização de filmes altamente SUBVERSIVOS (a serviço de sindicatos de esquerda) (na França) para TELEVISÃO. E neles, predominam enfoques na LUTA DE CLASSES a DISPUTAS SINDICAIS dos trabalhadores franceses.
Respeitosamente
[Rubrica (Incompreensível)]
Nota:
Encerramos, aqui, a nossa série dedicada à censura ao cinema brasileiro na época da ditadura militar (1964-1985). São dezenas e dezenas de filmes proibidos, em parte ou parcialmente (através de cortes quase sempre absurdos). O sítio por nós consultado - e sempre relacionado -, patrocinado por órgãos do Governo Federal, encontra-se aberto a qualquer pesquisa. Vale a pena conferir.
La tapisserie des origens à nos jours, de Madeleine Jarry. Paris: Hachette, 1968, 360p. [] Um álbum bastante ilustrado (incluindo reproduções coloridas): a história da tapeçaria narrada com inegável competência e esmerado cuidado documental. Sendo uma arte milenar (em seu apogeu, na Europa Medieval, trabalhada em lã, seda, ouro e prata), há que apontar, nestas páginas, o espaço dedicado ao Apocalipse de Angers, série encomendada pelo duque Louis d'Anjou e executada pelo ateliê de Nicolas Bataille (p.30-34); o papel criador desempenhado, no século XV, pelos ateliês de Arras e Tournais (p.51-94), com destaque para a reprodução d'A tomada de Jerusalém (p.66-67); a beleza plástica do tapete (um deles) que focaliza Os trabalhos de Hércules, produzido na segunda metade dp século XVI. Há que destacar também a tapeçaria do século XX: é o caso de Le chant du Monde, fabricado pelo ateliê Tabard, em 1965 (p.319). E assim por diante. Enfim, um livro maravilhoso.
Memória 1978
A CENSURA NA ÉPOCA DA DITADURA NO BRASIL / 8
[ in Memória da censura no Cinema Brasileiro ]
Fragmentos do longo parecer sobre
Crônica de um industrial, de Luiz Rosemberg Filho
São Paulo, 6 de junho de 1978
É um filme perigoso capaz de atingir a dois tipos de público, portador que é de mensagens altamente destrutivas. Vejamos:
1. Para PÚBLICO COMUM ADULTO (embora maior de 18 anos).
Este filme apresenta componentes suficientes para DESENCADEAR processos NEUROTIZANTES, uma vez que todas as sequências mostram abertamente CENAS DEMORADAS de relações sexuais (com ambos os protagonistas inteiramente despidos), onde o prazer sexual só existe com a presença simultânea de SOFRIMENTO e SANGUE (escorrendo à vontade, de vários ferimentos), além de GRITOS DE DOR. Comprova a evidência de AUTO-SATISFAÇÃO sadomasoquista. Ou seja, a relação sexual deixa de ser um ato normal para transforma-se em ABERRAÇÃO/PERVERSÃO proibido a público comum e, só justificando como estudo para consultórios psiquiátricos.
2. Para PÚBLIC O-ALVO (de Cinematecas) (Estudantes Universitários) (filme político de teor subversivo).
No caso presente, dirigido predominantemente à juventude universitária que frequenta CINEMATECAS. É um filme que podemos rotular sob certo alcance, de HERMÉTICO (coficado), uma vez que está recheado de SIMBOLISMO TÉCNICOS que os estudantes SABEM como decodificar. É, por assim dizer, UMA CARTILHA SUBVERSIVA [...].
...
O filme é uma reprodução fiel de RECURSOS TPECNICOS criados pela inteligência ímpar do cineasta que PROFETIZOU a deflagração da EXPLOSÃO ESTUDANTIL de maio de 1968 na Universidade de Nanterre (Paris, FRANÇA) quando produziu o filme "A CHINESA" (La Chinoise), em março de 1967 (JEAN-LUC GODARD).
...
Volto a confirmar: se este filme "CRÔNICA DE UM INDUSTRIAL" for apenas proibido a menores de 18 anos e exibido para PÚBLICO COOMUM ADULTO (sem considerar os jovens universitários entre 19 e 30 anos, no mínimo) só irão constatar uma fita ERÓTICO-PORNOGRÁFICA, sem nada COMPREENDER (pois o simbolismo inserido só pode ser entendido por jóvens que já viram filmes de GODARD, LOUIS MALLE, PASOLINI, PETRI, ANTONIONI, JOSEPH LOSEY, BO WIBERG e outros tantos.
...
Além de recursos técnicos aqui citaados (de teor cinematográfico (simbolismos identificados) o Sr. Rosemberg (Luís Rosemberg Filho) deve ter recebido a ASSESSORIA de sociólogos de esquerda, para a laboração do roteiro. É nítida a interrelação da sociologia de esquerda com as diretrizes predominantes na temática.
IMPORTANTE: Este filme, se for liberado, poderá vir a constituir-se na pedra de RELANÇAMENTO DO CINEMA POLÍTICO entre nós.
...
Informação adicional:
Hoje, o cineasta GODARD continúa sua realização de filmes altamente SUBVERSIVOS (a serviço de sindicatos de esquerda) (na França) para TELEVISÃO. E neles, predominam enfoques na LUTA DE CLASSES a DISPUTAS SINDICAIS dos trabalhadores franceses.
Respeitosamente
[Rubrica (Incompreensível)]
Nota:
Encerramos, aqui, a nossa série dedicada à censura ao cinema brasileiro na época da ditadura militar (1964-1985). São dezenas e dezenas de filmes proibidos, em parte ou parcialmente (através de cortes quase sempre absurdos). O sítio por nós consultado - e sempre relacionado -, patrocinado por órgãos do Governo Federal, encontra-se aberto a qualquer pesquisa. Vale a pena conferir.
[][][][][][][]
Entre o Oscar e Oscarito,
prefiro Oscarito.
Entre o Oscar e Oscarito,
prefiro Oscarito.
Um comentário:
Bom, também não sei onde comentei, costumo visitar vários blogs, e como gosto de fazer listas, estou fazendo uma dos meus preferidos geralmente de poesias, crônicas, etc bem pessoais..e como você pode ver tentando ser blogueira, o seu me pareceu um misto de crítica de cinema e arte ,algo do tipo, sinto não entender muito, mas parece bem educativo. Acho que vou voltar assim, não me sinto tão ignorante rsrr . Gostei da sua visita, volte...
Postar um comentário