Meu caro desconhecido da Copacabana boliviana,
o que afinal fizestes com a doce María?
Aliás, quem é María?
Conheço virtualmente uma
Maria Maria curraisnovense,
mas, decerto, trata-se de outra.
Também será uma bela Maria poeta?
Ou será uma cangaceira como Maria Bonita?
Ou, então, simplesmente, será uma Maria Joana?
Mas, sejas homem, não te escondas!
[ Clique aqui para ver de onde "pesquei" a foto ]
BALAIO PORRETA 1986
nº 2318
Rio, 18 de maio de 2008
Percebe-se a solidão que tem as pequenas cidades.
E nesses dias em que os mortos andam pelas ruas,
com trépidas conversas, o reencontro
com alguns fantasmas é inevitável.
(Jeanne Araújo)
A OUTRA FACE
Márcia Maia
[ in Tábua de Marés ]
se o fogo fere o amor
a alma e o corpo
o corpo ainda assim vez
por outra regozija
a mágoa ata
e o ódio nada é que o amor
visto do avesso do espelho
MEU CORAÇÃO ESCONDE
Carmen Vasconcelos
[ in Chuva ácida. Natal, 2000 ]
Meu coração esconde,
a palavra escapa,
a palavra que preciso cuspir.
Mas não é porque me cobre
a túnica do silêncio,
que estarei despida de poesia
ou perecerá,
sobre o branco impecável desta página,
o meu reflexo.
Márcia Maia
[ in Tábua de Marés ]
se o fogo fere o amor
a alma e o corpo
o corpo ainda assim vez
por outra regozija
a mágoa ata
e o ódio nada é que o amor
visto do avesso do espelho
MEU CORAÇÃO ESCONDE
Carmen Vasconcelos
[ in Chuva ácida. Natal, 2000 ]
Meu coração esconde,
a palavra escapa,
a palavra que preciso cuspir.
Mas não é porque me cobre
a túnica do silêncio,
que estarei despida de poesia
ou perecerá,
sobre o branco impecável desta página,
o meu reflexo.
A BIBLIOTECA DOS MEUS SONHOS
A cultura brasileira [1943], de Fernando Azevedo. São Paulo : Melhoramentos, 1964, 804p. [Livro adquirido em Natal, na Universitária, em 64-65] Sim, é verdade, Fernando Azevedo é um conservador. Mas o seu panorama da realidade cultural brasileira, sob o Estado Novo, é no mínimo interessante. "O tom geral da obra é otimista, equilibrado, incorporando em sua concepção de cultura as manifestações dos vários campos do saber e, nesses campos, as diversas tendências. Não há antagonismos aparentes entre as várias 'escolas' apresentadas. A plasticidade do conceito de cultura empregado garante a harmonia entre as diferentes posições" (Carlos Guilherme Mota, in Ideologia da cultura brasileira, p.75). Como, de resto, em outros dois grandes e brilhantes conservadores: Gilberto Freyre e Luís da Câmara Cascudo. O painel ensaístico-historiográfico compreendido por F. de Azevedo abrange o trabalho urbano, as formações urbanas, a vida intelectual, as profissões liberais, a cultura científica, a cultura artística, e assim por diante. Pode causar estranheza (conceitual, ideológica, histórica) em alguns momentos, mas, sem dúvida, é um livro importante. Mesmo quando dele discordamos.
RECOMENDAMOS ESPECIALMENTE
A chinesa (1967), de Godard, amanhã na Maison, às 18hs.
Em homenagem ao Maio Francês.
A cultura brasileira [1943], de Fernando Azevedo. São Paulo : Melhoramentos, 1964, 804p. [Livro adquirido em Natal, na Universitária, em 64-65] Sim, é verdade, Fernando Azevedo é um conservador. Mas o seu panorama da realidade cultural brasileira, sob o Estado Novo, é no mínimo interessante. "O tom geral da obra é otimista, equilibrado, incorporando em sua concepção de cultura as manifestações dos vários campos do saber e, nesses campos, as diversas tendências. Não há antagonismos aparentes entre as várias 'escolas' apresentadas. A plasticidade do conceito de cultura empregado garante a harmonia entre as diferentes posições" (Carlos Guilherme Mota, in Ideologia da cultura brasileira, p.75). Como, de resto, em outros dois grandes e brilhantes conservadores: Gilberto Freyre e Luís da Câmara Cascudo. O painel ensaístico-historiográfico compreendido por F. de Azevedo abrange o trabalho urbano, as formações urbanas, a vida intelectual, as profissões liberais, a cultura científica, a cultura artística, e assim por diante. Pode causar estranheza (conceitual, ideológica, histórica) em alguns momentos, mas, sem dúvida, é um livro importante. Mesmo quando dele discordamos.
RECOMENDAMOS ESPECIALMENTE
A chinesa (1967), de Godard, amanhã na Maison, às 18hs.
Em homenagem ao Maio Francês.
2 comentários:
Ô, Moacy, que meigo!!! Obrigada pela menção, viu? Estou virtual por necessidade, um dia nos encontraremos no mundo real. Beijos de Maria Doce Maria
Só coisa boa aqui Moacy, tudo de alto nível e na pegada.
Abração.
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