sábado, 26 de julho de 2008

A grande ilusão
(1937),
com Jean Gabin, Pierre Fresnay
e Erich von Stroheim,
uma das obras-primas de
Jean Renoir


BALAIO PORRETA 1986
n° 2380
Rio, 26 de julho de 2008

Porque sou pacifista, realizei La grande illusion. Para mim, um francês, um americano e um alemão autênticos são verdadeiros pacifistas. ... La grande illusion é a história de pessoas como você e como eu, perdidas na pungente aventura que se chama guerra.
(Jean Renoir. Escritos sobre cinema, 1926-1971)


OS MELHORES FILMES DE GUERRA
segundo edição especial da revista
Aventuras na História
(São Paulo: Abril, 2008)

1. Apocalypse now (Coppola, 1979)
2. Sem novidade no front (Milestone, 1930)
3. Glória feita de sangue (Kubrick, 1957)
4. Cartas de Iwo Jima (Eastwood, 2006)
5. Tempo de glória (Zwick, 1989)
6. O resgate do soldado Ryan (Spielberg, 1998)
7. Além da linha vermelha (Malick, 1998)
8. A lista de Schindler (Spielberg, 1993)
9. A cruz de ferro (Peckinpah, 1977)
10. Waterloo (Bondarchuk, 1970)

Elaborada a partir de listas individuais de dois críticos (Marcelo Janot e Rubens Ewald Filho), cinco jornalistas da Abril, quatro historiador e um músico (João Barone, baterista), 100 filmes foram seleckionados. Claro, lista é lista. As lacunas são inevitáveis, mas não dá para desculpar, por exemplo - entre os 100 Mais - as ausências de Guerra e humanidade (Kobayashi, 1959-61) e Cinzas e diamantes (Wajda, 1958). Dá para ignorar, igualmente, Tempo de guerra (Godard, 1963)?

A título de curiosidade, eis os nossos (provisórios) 10 Mais, e a sua respectiva colocação em Aventuras na História: Grandes Guerras:

1. A grande ilusão (Renoir, 1937, em 11° lugar)
2. Hiroshima, meu amor (Resnais, 1959, em 71°)
3. Apocalypse now (Coppola, 1979, em 1°)
4. Agonia e glória (Fuller, 1980, em 13°)
5. Glória feita de sangue (Kubrick, 1957, em 3°)
6. Guerra e humanidade (Kobayashi, 1959-61, ausente)
7. Roma, cidade aberta (Rossellini, 1945, em 16º)
8. Vá e veja (Klimov, 1985, em 14°)
9. Além da linha vermelha (Malick, 1998, em 7°)
10. Johnny vai à guerra (Trumbo, 1971, em 100° lugar)

Mas é preciso dizer: gostaríamos de rever certos títulos, como Sem novidade no front (o 2º da revista; um filme muito apreciado por nosso amigo blogueiro Bené Chaves, de Natal), A ponte do Rio Kwai (Lean, 1957, em 20° lugar na revista), Kanal (Wajda, 1957, em 34°). E ainda não vimos, por incrível que pareça, A glória de um covarde (Huston, 1951, em 39° lugar). Outra coisa: ao elaborarmos, provisoriamente, os nossos 10 Mais Filmes de Guerra não levamos em consideração apenas suas possíveis qualidades estéticas. Se assim fosse, Cinzas e diamantes figuraria entre os primeiros. Também ficamos em dúvida se Dr. Fantástico (Kubrick, 1964, em 62°), A General (Keaton & Bruckman, 1927, em 63°) e O grande ditador (Chaplin, 1940, em 69°) seriam basicamente filmes de guerra. Pensando bem: Hiroshima, meu amor, o nosso 2°, extrapola o gênero. Mais uma consideração: Quando voam as cegonhas (Kalatozov, 1957, ausente) parece-nos melhor do que A balada do soldado (Tchucrai, 1959, em 28°). Os dois, soviéticos, são lembrados aqui porque fizeram (relativo) sucesso de público e crítica na mesma época, inclusive no Brasil.

6 comentários:

benechaves disse...

Moacy: gostei muito de 'Sem novidades no Front' quando o vi faz um tempinho já. Gostaria igualmente de revê-lo.
E da lista da tal revista só nao conheço 'Waterloo'.

Um abraço...

Francisco Sobreira disse...

Moacy,
Permita-me discordar de você quanto à inclusão de "Hiroshima". Sobretudo uma história de amor, o filme de Resnais faz uma crítica à guerra (especificamente no bombardeio a Hiroshima), não se enquadrando, a meu juízo, em um "filme de guerra", segundo os parâmetros que regem o gênero. Um abraço.

Moacy Cirne disse...

Caro SOBREIRA: Se você teve tempo de ler a postagem mpor inteiro, deve ter visto a minha observação: "Pensando bem: Hiroshima, meu amor, o nosso 2°, extrapola o gênero". Ou seja, também fiquei na dúvida. Dúvida essa que não teve os editores da revista, ao colocá-lo numa modesta 71ª colocação. Para mim, a rigor, é um drama que envolve algumas dicotomias significantes: amor/memória, guerra/paz, história/política. A "guerra", assim, é um de seus elementos ficcionais. Um abraço.

Moacy Cirne disse...

Ah, sim, para completar, caro SOBREIRA: não me parece que, no elemento "guerra", o filme de Resnais se restrinja especificamente à crítica ao bombardeio a Hiroshima: há toda uma situação dramática que se relaciona com a presença alemã em Nevers, durante a II Guerra. Outro abraço.

Marcelo F. Carvalho disse...

Apocalypse now, do Coppola, é uma das coisas mais perturbadoras que já vi em cinema. Obra-prima incondicional. Mas Coppola, antes da preguiça e dos muitos vinhos, foi um excelente profissional.
______________________
Abraço forte!

Alex de Souza disse...

Professor,

Sinta-se à vontade para pegar (emprestado, claro) minha cópia de A Glória de um Covarde, que por sinal não acho essas coisas todas, quando vier por Natal. É um houston menor. Gostei da lembrança de Fuller. Além da Linha Vermelha é um dos meus filmes preferidos, em qualquer gênero. Abração.