Rio: Maio de 1968
Foto:
Pedro de Moraes
BALAIO PORRETA 1986
n° 2384
Rio, 30 de julho de 2008
Os escritores e suas obras estabelecem relações curiosas aos olhos de seus leitores. Há livros que, com escrita inspirada, fazem surgir um personagem tão vivo que se sobrepõe a quem quer que tenha sido o verdadeiro autor. Dom Quixote e Cervantes, Hamlet e Shakespeare são casos típicos.
(Alberto Manguel. Ilíada e Odisséia de Homero - Uma biografia, 2007)
CEDRO
Lisbeth Lima
[ in Flor de Craibeira ]
Lisbeth Lima
[ in Flor de Craibeira ]
As flores secas, de cedro, abrem-se ao sol.
E as sementes, nômades lâminas amarronzadas, voam.
Depois de pousadas no chão, criam pés.
Pés de cedro.
Árvores que se reproduzem ao gosto do vento.
Na flor que perdura, o cheiro amadeirado, a árvore.
ALGUMAS GÍRIAS CARIOCAS DOS ANOS 60 (1/3)
[ Fonte: Stanislaw Ponte Preta, 1964 ]
Atochar : Enfiar.
Bagulho : Mulher feia. Coisa que não presta.
Bagunçar o coreto : Acabar com a festa.
Bicharoca : Bicha; homossexual.
Boazuda : Mulher bonita, de formas atraentes.
Boca de siri : Segredo que não pode ser revelado.
Chave-de-cadeia : Mulher perigosa.
Dar bode : Causar complicação.
Dedo duro : Delator.
Enfeitar o pavão : Burilar um relato sem importância.
Facão : Velha feia.
Fuleiro : Ordinário.
[ in O Rio de Janeiro em prosa e verso, 1965 ]
Atochar : Enfiar.
Bagulho : Mulher feia. Coisa que não presta.
Bagunçar o coreto : Acabar com a festa.
Bicharoca : Bicha; homossexual.
Boazuda : Mulher bonita, de formas atraentes.
Boca de siri : Segredo que não pode ser revelado.
Chave-de-cadeia : Mulher perigosa.
Dar bode : Causar complicação.
Dedo duro : Delator.
Enfeitar o pavão : Burilar um relato sem importância.
Facão : Velha feia.
Fuleiro : Ordinário.
[ in O Rio de Janeiro em prosa e verso, 1965 ]
3 comentários:
Caro Moacy,
Pra começo de conversa, comentei o seu comentário no meu blogue. Seguindo: embora Dom Quixote e Hamlet tenham se tornado personagens imortais, acho,no mínimo, discutível a tese de que eles tenham se sobreposto aos seus criadores. Quanto à lista de gírias cariocas, já ouvi, por aqui, ser usado "atochar", com o mesmo sentido. Teria sido importado? Quem sabe? Um abraço.
Moacy,
cá estou outra vez no seu balaio!!! Fiz uma fotos no Rio que gostaria de mandar para você. Meu e-mail é: lisbethlima@hotmail.com. Escreva para mim enviando-me o seu endereço eletrõnico. Obrigada. Um abraço, Lisbeth
Você está coberto de razão, caro mestre Moacy. A gente cria vínculo com livros, autores e personagens. Teve livro que li que quando eu largava, continuava pensando na história.
Maravilhoso esse seu resgate das gírias antigas. Carpe Diem. Aproveite o dia e a vida.
Postar um comentário