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para ver o curta de animação tcheco
Mídia,
de Pavel Koutský,
realizado em 2000,
exibido no Anima Mundi 2001:
uma violenta sátira,
com elementos grotescos,
ao universo da mídia
Ilustração:
plano de um outro curta de Koutský
(Curriculum vitae, 1986)
BALAIO PORRETA 1986
n° 2398
Rio, 13 de agosto de 2008
[A minha] É uma poesia de crítica e denúncia permanentes,
a partir da ternura pela vida e, especialmente,
pelos seres que, ao contrário de nós, vivem aquém da opção
e da consciência ativa.
(Mauro GAMA, in Rio Movediço, 05/08/2008)
DRÁCULA
Mauro Gama
[ in Zoozona, 2008 ]
Abre. Retira as trancas as réstias de
alho ou de luz os olhos a cruz e
abre abre-te toda a mim e ao mundo
da noite. Quero-te a polpa bem nua
trago-te os lírios da lua e os dentes os
meus carentes caninos : sou o vampiro - já
sabes - moro na gruta do luto vôo em
meu manto de encanto e chego cego de
amor. Ou dor? Estou morto há séculos e
séculos só do teu sangue ainda vivo
teu doce sangue de seda teu
sangue que hoje me seda no
negro vôo no crivo da minha
sede noturna. Tens de só ser para
mim na força que ora te enfurna
nas minhas ganas nas minhas
membranas na minha urna sem
nada teu que não seja entrega
sem nada em troca exigir : só
prazer meu do teu deus que só em
ouvir tem seu rumo que só em
ferir tem seu sumo. Mas isso não por
favor : não te assumas Ah! Não amor
desamor por que me atacas assim? Não
tens piedade ou preceito? Que fazes com
a claridade? E com essa estaca em meu peito?
Nota:
Zoozona (São Paulo: A Girafa, 2008),
um dos grandes livros de poesia do ano,
será lançado, amanhã, na Travessa de Ipanema,
a partir de 19:30h.
POEMA
de Moacy Cirne
o cheiro suculento da pinha
infância que se memória
abre-se para o canto das pedras
sob as chuvas de fevereiro e caicó.
fruticorpo orgasmo,
a pinha
se oferece à boca lenta e atenta
com seu aroma raro
seu aroma claro
e um branco de auroras arrependidas,
assim: a pinha.
[ in Balaio Incomun 1178,
de 7 de agosto de 1999 ]
de Moacy Cirne
o cheiro suculento da pinha
infância que se memória
abre-se para o canto das pedras
sob as chuvas de fevereiro e caicó.
fruticorpo orgasmo,
a pinha
se oferece à boca lenta e atenta
com seu aroma raro
seu aroma claro
e um branco de auroras arrependidas,
assim: a pinha.
[ in Balaio Incomun 1178,
de 7 de agosto de 1999 ]
POEMA
de Hildeberto Barbosa Filho
Odisséia
Só um poeta
é capaz de atravessar
desertos
em busca de um oásis
de palavras.
[ in Eros no Aquário. João Pessoa, 2002 ]
de Hildeberto Barbosa Filho
Odisséia
Só um poeta
é capaz de atravessar
desertos
em busca de um oásis
de palavras.
[ in Eros no Aquário. João Pessoa, 2002 ]
15 comentários:
É de fato árdua a odisséia do poeta, Moacy...
Fico encantada com tuas postagens.
abç
marilia
Belo poema, o seu, Moacy!
Belíssimo!
Abraços!
Belo poema, o seu, Moacy!
Belíssimo!
Abraços!
Poesia em alta.
Parabéns, Moacy.
[!]
Linda composição.
Beijo grande
Hj eu só queria ser pinha! :)
Beijos meus
Lindo, o teu poema, Moacy!
Parabéns, querido! Beijos.
vou te dizer que não sou nem chegado em fruta e nunca passei perto de uma pinha. Mas depois deste teu poema, vou ter que experimentar. perfeito! é um poema assim que eu quero fazer quando eu crescer.
Moacy,
o poema da pinha é lindo...pelo gosto lembro daquelas pinhas que são vendidas perto do Posto da Polícia Rodoviária na estrada que vai para Jardim... são deliciosas! Elas nunca me escapam!
Um abraço, Lisbeth
Bom ler o Moacy poeta. Pena você publicar tão pouco.
Forte abraço.
adorei os poemas. amanhã começa a bienal do livro. estou ansiosa. beijos, pedrita
A pinha,
que tanto sabor tinha
que vinha na lancheirinha
que mainha insistia em mandar.
Me dava água na boca molhada, criada pelo doce, que teimava em jorrar.
Trazia cheiro de correr no terreiro de comer o dia inteiro e poder se lambuzar.
...........
Comentário, em poesia, pra mostrar o fruto , ( sem trocadilhos) que vc docemente plantou.
Abr,
Délia
Moacy, amore, coloquei no meu blog um trechinho do espetáculo musical "Esquina do Mundo" que eu vou publicar em breve!!!!!!
Passa lá... O meu blog não tem a menor graça sem os seus comentários!!!!!!
Beijão com gosto de pinha!
Pensei comentar solitário da beleza de seu poema. Já são muitos os elogios. Poema bom, pra mim, é o que cria identificação com o leitor; quando trava um diálogo quase místico, confidente, em que a compreensão parece única. Não comerei mais pinha, Moacy. Talvez só a cheire pra lembrar desse poema.
eu vou gozar, eu vou gritar!
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