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para ver
a rumbeira cubana
María Antonieta Pons
(1922-2004),
a atriz preferida de
Chico Doido de Caicó
em filmes mexicanos como Mi reino por un torero (1943),
La insaciable (1946), Angel o demonio (1947)
e La reina del mambo (1950),
assim como no brasileiro Carnaval Atlântida (1952)
e, muito antes, no cubano Siboney (1938)
BALAIO PORRETA 1986
n° 2480
Rio, 15 de novembro de 2008
Segundo a ótica bastante particular encontrada na maioria dessas comédias, há uma articulação inevitável da oposição entre "popular" e "cultura de elite". Aqui [em Carnaval Atlântida], o presente e o passado são identificados como pertencentes, o primeiro, à cultura popular e, o segundo, à cultura de elite. À luz dessa lógica, explica-se a trajetória do professor Xenofontes (Oscarito), que abandona suas aulas de filosofia grega, no Colégio Atenas, para cair nos braços do "Furacão de Cuba" [María Antonieta Pons], o estereótipo da mulher latina, cuja sensualidade perturba os homens. O professor, sob o rebolado dela, aprende a rumba, cai no samba e no Carnaval
e se mete com cinema.
(João Luiz VIEIRA. A chanchada e o cinema carioca,
in História do cinema brasileiro, 1987)
POEMA de
Chico Doido de Caicó
Tenho um segredo pra contar:
Muita gente pensa que eu comi
Maria Antonieta Pons,
A devassa do Cinema Pax,
Na Festa de Santana do ano passado.
Não é verdade:
Champrar mesmo pra valer
Eu champrei a pretinha Jurema
Em noites de muitas águas
Em águas de muitos sonhos
E em sonhos de muitas sombras
Às margens do Seridó, rio e mar
Do sertão do meu Caicó.
Arre, me lembrei agora.
Sesyom era poeta dos bons
Peidava como ninguém (1)
Lá pra bandas de Açu
Seu traque era tão forte
Que se escutava em Jaquerucu (2).
O ano passado eu morri
Mas esse ano eu não morro (3)
Nem que Zé Limeira me faça
Plagiá-lo como um zé-ninguém.
Tenho um segredo pra contar
Mas esse ano eu não conto.
Notas:
(1) Referência a uma das glosas mais famosas de Moysés Sesyom.
(2) Possível referência à cidade de Jucurutu, entre Caicó e Açu.
(3) Apropriação de conhecidos versos do poeta popular Zé Limeira.
Em tempo: Já a minha rumbeira preferida era Ninon Sevilla,
que me fascinou com o filme Pecadora (Morales, 1947),
que devo ter visto no Pax de "seu" Clóvis por volta de 1951.
Chico Doido de Caicó
Tenho um segredo pra contar:
Muita gente pensa que eu comi
Maria Antonieta Pons,
A devassa do Cinema Pax,
Na Festa de Santana do ano passado.
Não é verdade:
Champrar mesmo pra valer
Eu champrei a pretinha Jurema
Em noites de muitas águas
Em águas de muitos sonhos
E em sonhos de muitas sombras
Às margens do Seridó, rio e mar
Do sertão do meu Caicó.
Arre, me lembrei agora.
Sesyom era poeta dos bons
Peidava como ninguém (1)
Lá pra bandas de Açu
Seu traque era tão forte
Que se escutava em Jaquerucu (2).
O ano passado eu morri
Mas esse ano eu não morro (3)
Nem que Zé Limeira me faça
Plagiá-lo como um zé-ninguém.
Tenho um segredo pra contar
Mas esse ano eu não conto.
Notas:
(1) Referência a uma das glosas mais famosas de Moysés Sesyom.
(2) Possível referência à cidade de Jucurutu, entre Caicó e Açu.
(3) Apropriação de conhecidos versos do poeta popular Zé Limeira.
Em tempo: Já a minha rumbeira preferida era Ninon Sevilla,
que me fascinou com o filme Pecadora (Morales, 1947),
que devo ter visto no Pax de "seu" Clóvis por volta de 1951.
BALAIO 2500
Lançado no dia 8 de setembro de 1986, em Niterói, no IACS/UFF, o Balaio, 22 anos depois, aproxima-se do seu número 2500, a ser comemorado em Natal no próximo mês. Decerto, não haverá nenhuma Balaiada (leia-se: cachaçada, com distribuição de livros, discos, revistas e camisinhas, quando atingíamos marcas/datas especiais). Para lembrar o fato, publicaremos, aqui, e nos números seguintes, alguns momentos de nossa história "balaiográfica".
Em 21 de fevereiro de 2003, no Balaio 1528:
DEZ MELODRAMAS INESQUECÍVEIS DO CINEMA
segundo o historiador Marcos Silva, da USP
1. Na estrada da vida (Fellini)
2. Rocco e seus irmãos (Visconti)
3. O grito (Antonioni)
4. Os companheiros (Monicelli)
5. Luzes da cidade (Chaplin)
6. Vidas amargas (Kazan)
7. Aquele que deve morrer (Dassin)
8. Imitação da vida (Sirk)
9. A hora do amor (Bergman)
10. Chuvas de verão (Cacá Diegues)
Lançado no dia 8 de setembro de 1986, em Niterói, no IACS/UFF, o Balaio, 22 anos depois, aproxima-se do seu número 2500, a ser comemorado em Natal no próximo mês. Decerto, não haverá nenhuma Balaiada (leia-se: cachaçada, com distribuição de livros, discos, revistas e camisinhas, quando atingíamos marcas/datas especiais). Para lembrar o fato, publicaremos, aqui, e nos números seguintes, alguns momentos de nossa história "balaiográfica".
Em 21 de fevereiro de 2003, no Balaio 1528:
DEZ MELODRAMAS INESQUECÍVEIS DO CINEMA
segundo o historiador Marcos Silva, da USP
1. Na estrada da vida (Fellini)
2. Rocco e seus irmãos (Visconti)
3. O grito (Antonioni)
4. Os companheiros (Monicelli)
5. Luzes da cidade (Chaplin)
6. Vidas amargas (Kazan)
7. Aquele que deve morrer (Dassin)
8. Imitação da vida (Sirk)
9. A hora do amor (Bergman)
10. Chuvas de verão (Cacá Diegues)
8 comentários:
Pois é, Moacy, Maria Antonieta Pons. Devo ter visto algum desses filmes mexicanos que você citou. Me lembro bem do Carnaval Atlântida. Ela fez grande sucesso, assim como Ninon Sevilha. Uma das duas (acho que foi Ninon) esteve em Natal nos anos 1950, exibindo-se no Rio Grande. Assim me contou o nosso Paulocha. Bom você relembrà-la. Abraço.
Ô Moacy, começar o sabadão lendo,o CDC é tudo de bom.
***
"Em noites de muitas águas
Em águas de muitos sonhos
E em sonhos de muitas sombras
Às margens do Seridó, rio e mar
Do sertão do meu Caicó."
PQP! Duca!
Moacy: excelente 'pot-pourri' da rumbeira Pons! Que beleza de mulher, que requebros, hein?
Sobre a lista de Marcos, vejo com reserva o "Na estrada da vida', que considero um Fellini menor. E não gosto de 'Imitação da vida', nem de 'A hora do amor'.
Um abraço...
Moacy, adorei este post.
Nossa, Maria Antonieta simplesmente arrasa!
Trago uns versos na minha cabeça e já tentei descobrir de quem são e não consigo. Será que vc sabe?
Mais ou menos assim:
Zé Limeira na caatinga//come, dorme e bebe pinga....mas que falta de respeito//ir passando as mãos nos peitos...
Escutei na adolescência, e não sei bem porquê nunca esqueci.
bjo
Martha
.como diz o comentário aí de cima, Chico Doido é Duca!
.não vai ser a primeira vez que reconheço a importância e influência do Balaio nas minhas experiências impressas e blogueiras: referências e citações, modelo de postagem, dicas etc, tudo isso vem do Balaio. Que continue! No momento certo uma comemoração virtual do número 2500.
Saudações Moacy,
vou também na concordância de que o Chico Doido é duca.
Tô agarrada na história balaiográfica
beijo procê
Eita, que a moça mexia bem, mexia gostoso... Chico Doido teve toda razão de ficar caído pela rumbeira...
Parabéns pelos 2500 balaios. Peguei a trajetória pelo caminho, mas me tornei fã. Longa vida ao balaio!
(Acabei de ver três filmes hoje: recomendo todos: Vicky Cristina Barcelona, Orquestra de Meninos e Última Parada 174)
Carpe Diem. Aproveite o dia e a vida.
adoro o Chico Doido...rsrs
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