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(Gonzagão, por IQUE)
para verouvir
um vídeo sobre
Asa branca,
provavelmente uma das três maiores
músicas do cancioneiro popular brasileiro
BALAIO PORRETA 1986
n° 2481
Rio, 16 de novembro de 2008
Pela milésima vez, ontem, pude sentir toda a magia do Maraca. Digo mais: conhecer o Rio sem ir ao velho estádio, em dia de jogo importante, não é conhecer o Rio. A empolgação da torcida, com seus cantos e suas bandeiras, é um espetáculo memorável. Que o digam tricolores, rubro-negros,
alvi-negros e cruz-maltinos.
(Moacy Cirne)
APREÇO
Pavitra
[ in Metamorfraseando ]
tem sido um esforço caro
libertar a poesia:
da minha própria essência
torno-me cativa
DRUMMOND REVISITADO
Francisco Sobreira
[ in Luzes da Cidade, em 5/5/2006 ]
Ah, este choro de Pixinguinha,
esta cerveja mofada de gelo,
me deixam comovido como o diabo.
E eu nem preciso olhar a lua.
Repeteco
ERUDIÇÃO BURRA
Nada mais irritante, no mundo da literatura, do que a erudição burra, a erudição pela erudição, pura e tolamente, sem qualquer relação com o saber e o fazer. E o que é um erudito burro? É o sujeito que muito lê, de forma quase compulsiva, e nada apreende, nada assimila, nada (re)cria, alimentando-se, muitas vezes, de reflexões (no melhor dos casos) e citações descontextualizadas.
É verdade que certos livros, certos textos, certos filmes, certos quadrinhos, levam inevitavelmente a conhecimentos inócuos ou mesmo a nenhuma espécie de consciência crítica e/ou criativa. São obras descartáveis, dignas, por exemplo, de um Big Bosta Brazil. Já outras, por melhores que sejam, quando atraem leitores preguiçosos, meros colecionadores de palavras vazias, implicam - sempre e sempre - simples leituras inertes (cf. Bachelard). E da leitura inerte à erudição burra o passo é muito pequeno.
Armazenar informação não significa necessariamente produzir cultura. Escrever difícil, isto é, hermeticamente, não significa escrever em profundidade. Ao contrário. Marx e Nietzsche, e outros, já nos disseram. Citar por citar também não quer dizer nada. A verdade é que, por mais que nos interessemos por filosofia, antropologia, história, política, psicanálise e/ou criação literária, honestamente ou não, a leitura de um só livro, dependendo do livro, dependendo do autor, pode ser mais importante do que o consumo (desvairado?) de 100 ou mais livros, mesmo que alguns deles sejam expressivos. Ou interessantes.
Decerto, um só livro, quando pretendemos aprofundar determinados assuntos, dificilmente será suficiente para nossas descobertas e necessidades intelectuais e/ou vivenciais. Mas uma bagagem (multi)cultural não se constrói da noite para o dia. Pode levar anos de leituras e reflexões consistentes. Só assim será produtiva. Na medida do possível. E do impossível. (MC)
ERUDIÇÃO BURRA
Nada mais irritante, no mundo da literatura, do que a erudição burra, a erudição pela erudição, pura e tolamente, sem qualquer relação com o saber e o fazer. E o que é um erudito burro? É o sujeito que muito lê, de forma quase compulsiva, e nada apreende, nada assimila, nada (re)cria, alimentando-se, muitas vezes, de reflexões (no melhor dos casos) e citações descontextualizadas.
É verdade que certos livros, certos textos, certos filmes, certos quadrinhos, levam inevitavelmente a conhecimentos inócuos ou mesmo a nenhuma espécie de consciência crítica e/ou criativa. São obras descartáveis, dignas, por exemplo, de um Big Bosta Brazil. Já outras, por melhores que sejam, quando atraem leitores preguiçosos, meros colecionadores de palavras vazias, implicam - sempre e sempre - simples leituras inertes (cf. Bachelard). E da leitura inerte à erudição burra o passo é muito pequeno.
Armazenar informação não significa necessariamente produzir cultura. Escrever difícil, isto é, hermeticamente, não significa escrever em profundidade. Ao contrário. Marx e Nietzsche, e outros, já nos disseram. Citar por citar também não quer dizer nada. A verdade é que, por mais que nos interessemos por filosofia, antropologia, história, política, psicanálise e/ou criação literária, honestamente ou não, a leitura de um só livro, dependendo do livro, dependendo do autor, pode ser mais importante do que o consumo (desvairado?) de 100 ou mais livros, mesmo que alguns deles sejam expressivos. Ou interessantes.
Decerto, um só livro, quando pretendemos aprofundar determinados assuntos, dificilmente será suficiente para nossas descobertas e necessidades intelectuais e/ou vivenciais. Mas uma bagagem (multi)cultural não se constrói da noite para o dia. Pode levar anos de leituras e reflexões consistentes. Só assim será produtiva. Na medida do possível. E do impossível. (MC)
BALAIO 2500
Em 19 de dezembro de 1988, no Balaio 133
OS GRANDES CLÁSSICOS DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA
Dezessete professores da Comunicação [da Universidade Federal Fluminense, em Niterói] apontaram, levados por motivos críticos e/ou puramente emocionais, os maiores clássicos da nossa música popular de consumo. O resultado final ficou sendo:
1. Com oito citações:
Asa branca (Luiz Gonzaga/Humbberto teixeira, 1947)
2. Seis citações:
Carinhoso (Pixinguinha, 1928)
Três apitos (Noel Rosa, anos 30)
Alegria, alegria (Caetano Veloso, 1967)
As rosas não falam (Cartola, 1976)
3. Cinco citações:
Travessia (Milton Nascimento/Fernando Brant, 1967)
Tropicália (Caetano Veloso, 1968)
Foi um rio que passsou em minha vida (Paulinho da Viola, 1970)
Águas de março (Tom Jobim, 1972)
O mundo é um moinho (Cartola, 1976)
Sampa (Caetano Veloso, 1978)
4. Quatro citações:
Serra da boa esperança (Lamartine Babo, 1937)
Chão de estrelas (Orestes Barbosa/Sílvio Caldas, 1937)
Últiimo desejo (Noel Rosa, 1938)
Vingança (Lupicínio Rodrigues, 1951)
Manhã de carnaval (Luís Bonfá/Antônio Maria, 1959)
A noite de meu bem (Dolores Duran, 1950)
Ronda (Paulo Vanzolini, 1967)
Caminhando/Pra não dizer que não falei de flores
(Geraldo Vandré, 1968)
Aquele abraço (Gilberto Gil, 1969)
Em 13 de abril de 2000, no Balaio 1268
330 leitores e/ou amigos do nosso jornalzine, entre os quais professores, estudantes, poetas e profissionais liberais, apontam
O MELHOR DA MÚSICA BRASILEIRA DO SÉCULO XX
1. Asa branca
(Luiz Gonzaga & Humberto Teixeira, 1947), 139 votos
2. Carinhoso
(Pixinguinha, 1928), 138
3. As rosas não falam
(Cartola, 1976), 102
4. Eu sei que vou te amar
(Tom Jobim & Vinicius de Moraes, 1959), 81
5. Construção
(Chico Buarque, 1971), 77
6. Águas de março
(Tom Jobim, 1972), 74
7. Aquarela do Brasil (Ary Barroso, 1939), 73
8. Chega de saudade (Tom Jobim & V. de Moraes, 1958), 65
9. Travessia (Milton Nascimento & Fernando Brant, 1967), 63
10. Lamentos (Pixinguinha, 1928),
Trem das onze (Adoniran Barbosa, 1965),
Foi um rio que passou em minha vida
(Paulinho da Viola, 1970), 60 citações
E mais:
O mundo é um moinho (Cartola, 1976), 59 votos
Brasileirinho (Waldir Azevedo, 1944), 58
Nervos de aço (Lupicínio Rodrigues, 1947), 55
Rosa (Pixinguinha, 1917), 54
Feitio de oração (Noel Rosa & Vadico, 1933), 53
Luar do sertão (João Pernambucano
& Catulo da Paixão Cearense, 1914), 52
Sampa (Caetano Veloso, 1978), 49
Odeon (Ernesto Nazareth, 1910)
e Domingo no parque (Gilberto Gil, 1967), 47 citações
Em 19 de dezembro de 1988, no Balaio 133
OS GRANDES CLÁSSICOS DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA
Dezessete professores da Comunicação [da Universidade Federal Fluminense, em Niterói] apontaram, levados por motivos críticos e/ou puramente emocionais, os maiores clássicos da nossa música popular de consumo. O resultado final ficou sendo:
1. Com oito citações:
Asa branca (Luiz Gonzaga/Humbberto teixeira, 1947)
2. Seis citações:
Carinhoso (Pixinguinha, 1928)
Três apitos (Noel Rosa, anos 30)
Alegria, alegria (Caetano Veloso, 1967)
As rosas não falam (Cartola, 1976)
3. Cinco citações:
Travessia (Milton Nascimento/Fernando Brant, 1967)
Tropicália (Caetano Veloso, 1968)
Foi um rio que passsou em minha vida (Paulinho da Viola, 1970)
Águas de março (Tom Jobim, 1972)
O mundo é um moinho (Cartola, 1976)
Sampa (Caetano Veloso, 1978)
4. Quatro citações:
Serra da boa esperança (Lamartine Babo, 1937)
Chão de estrelas (Orestes Barbosa/Sílvio Caldas, 1937)
Últiimo desejo (Noel Rosa, 1938)
Vingança (Lupicínio Rodrigues, 1951)
Manhã de carnaval (Luís Bonfá/Antônio Maria, 1959)
A noite de meu bem (Dolores Duran, 1950)
Ronda (Paulo Vanzolini, 1967)
Caminhando/Pra não dizer que não falei de flores
(Geraldo Vandré, 1968)
Aquele abraço (Gilberto Gil, 1969)
Em 13 de abril de 2000, no Balaio 1268
330 leitores e/ou amigos do nosso jornalzine, entre os quais professores, estudantes, poetas e profissionais liberais, apontam
O MELHOR DA MÚSICA BRASILEIRA DO SÉCULO XX
1. Asa branca
(Luiz Gonzaga & Humberto Teixeira, 1947), 139 votos
2. Carinhoso
(Pixinguinha, 1928), 138
3. As rosas não falam
(Cartola, 1976), 102
4. Eu sei que vou te amar
(Tom Jobim & Vinicius de Moraes, 1959), 81
5. Construção
(Chico Buarque, 1971), 77
6. Águas de março
(Tom Jobim, 1972), 74
7. Aquarela do Brasil (Ary Barroso, 1939), 73
8. Chega de saudade (Tom Jobim & V. de Moraes, 1958), 65
9. Travessia (Milton Nascimento & Fernando Brant, 1967), 63
10. Lamentos (Pixinguinha, 1928),
Trem das onze (Adoniran Barbosa, 1965),
Foi um rio que passou em minha vida
(Paulinho da Viola, 1970), 60 citações
E mais:
O mundo é um moinho (Cartola, 1976), 59 votos
Brasileirinho (Waldir Azevedo, 1944), 58
Nervos de aço (Lupicínio Rodrigues, 1947), 55
Rosa (Pixinguinha, 1917), 54
Feitio de oração (Noel Rosa & Vadico, 1933), 53
Luar do sertão (João Pernambucano
& Catulo da Paixão Cearense, 1914), 52
Sampa (Caetano Veloso, 1978), 49
Odeon (Ernesto Nazareth, 1910)
e Domingo no parque (Gilberto Gil, 1967), 47 citações
13 comentários:
Moacy, esse menino, daqui do mar verde-que-não-podia-ser-mais de sua terra, passando pra deixar um beijo e agradecer o carinho ;) Até breve.
oi, moacy!
ave maria no morro, de herivelto martins merece ser lembrada, principalmente se for na voz do nosso grande joao gilberto.
um abraço,
amiga caicoense
moacy:
em música se pode fazer listagens até o final dos tempos.onde colocar
os afro-sambas do vinícius e do
baden?
romério
reclamação:o chico doido não deu
as caras por aqui.
oi, moacy!
cheguei de viagem e já tive essa surpresa (do meu poema por aqui) e um deleite..
um só, não: tudo nesse post está ótimo!
vou falar do maraca. gosto de futebol, para a surpresa de uns e desgosto de outros: o que eu gosto mesmo é de gol! (não importa muito quem faça, desde que o flamengo não esteja jogando, pq sou rubro-negra... rs
e sentir a vibração dos torcedores, ver os jogadores em campo sem aqueles comentaristas (eu não entendo nadica de nada no rádio) e os gritos das torcidas, ah, isso é mesmo fantástico!
(ah, e leve em conta que sou uma mulher falando de futebol) rsrs
erudição burra. eu diria que vc deu na cabeça de um monte de gente por aí com livro de pelica... ehehe
adorei esse texto!
e as músicas escolhidas em 1988 e 2000 ainda são eleitas hoje como as melhores... eu sou pianista, curto música pra valer e tenho esperança para o nosso cenário musical atual, com o chorinho e o samba ganhando mais espaço e mais admiração... precisamos resgatar o que é bom.
e por falar em chorinho, gostei muito do drummond revisitado.
fiquei meio surpresa, pq tbm escrevi sobre pixinguinha essa semana... nem sei se vou postar... rs
obrigada, moacy!
beijos!
Moacy, há um poema no espartilho dedicado a você a Nei leandro. Um beijo de cá.
Obrigado, Moacy, por colocar o meu poema. No resultado da lista de professores da UFF, estranhei não ter uma só música do Chico. POr fim, gostei muito de Contos de Tóquio e pouco menos de Ervas Flutuantes. Pretendo ver hoje Arca Russa. Abraço.
SOBREIRA: O que aconteceu foi o seguinte: Chico teve várias músicas com três votos ('Construção', uma delas). Ou seja, foi um dos autores mais citados, mas nenhuma de suas músicas se destacou de forma acentuada. Um abraço.
Mestre,
minha exposição inicia dia 29/11. Sei que será dificil vc comparecer, mas eu gostaria que me desse um endereço seu, para lhe enviar o convite. Podes guardar de recordação. Quem sabe um dia fico famosa...rs
Podes mandar pelo meu e-mail se quiseres:
betitimm@gmail.com
1.vamos lá! Moacy, concordo plenamente com você quando critica a "erudição burra". É terrível e só nos empobrece. Mas confesso que muitas das vezes eu me sinto agindo desta forma. Acho que uma formação escolar que "interpreta" textos ou elabora trabalhos copiando parágrafos inteiros é em parte responsável por esse emprobrecimento da criatividade. Não foram poucas às vezes que senti que faltava-me a originalidade. Não é autêntico porque segue um modelo já conhecido. Na faculdade também - em muitos dos casos - impera este tipo de atitude, a leitura passiva, com o único propósito de fazer uma citação mais adiante.
Desconheço muitas coisas e a descoberta é diária. Na ânsia de querer fazer/mostrar muitas das vezes o resultado pode soar artificial, porque ancorado em leituras e experiências de nomes reconhecidos de todos. é preciso fazer algo inteligente. sempre busco isso, mas não é uma tarefa fácil. bom, comecei a escrever aqui..meio confuso, mas vou deixar assim mesmo.!
abração!
Se existir um melhor que luiz gonzaga, deve ser nordestino. rsrs
Caro Moacy,
Como já calculava gostei muito do que aqui encontrei, não só do que você me sugeriu. Este seu blog é um manancial de informação,cultura da mais eclética!Parabéns!
E agora vou passar ao post posterior...
Um abraço e um cheiro
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