Jangada potiguar
redimensionada
por
Moacy Cirne
a partir
de foto (acima) de
Hugo Macedo
BALAIO PORRETA 1986
n° 2491
Rio, 26 de novembro de 2008
A chegada a Natal, para quem vinha do sertão, era absolutamente inesquecível. Atravessava-se o vale de Ceará-Mirim, que comportava todas as tonalidades de verde, e chegava-se a Igapó (antiga Vila Velha) ... De um lado, o rio [Potengi] continuava seguindo rumo à cidade de Macaíba; do outro, o rio se perdia na imensidão do mar. Por isso, conta-se na cidade [Natal] que um poeta nostálgico e bêbado teve de ser segurado porque queria nadar até a África.
(Maria Conceição Pinto de GÓES.
A aposta de Luiz Ignácio Maranhão Filho, 1999)
O POETA, O MAR E A ÁFRICA
Carrego na imaginação: nos anos 20 ou 30 do século passado, quem, em Natal, poeta ou não, pensou em chegar à África enfrentando as ondas dionisíacas do Atlântico? Garanto que não fui eu: só conheci a fúria amorosa do mar em dezembro de 1952. Se não fui eu, quem terá sido? Camões? Não, não foi. Shakespeare? Também não. Câmara Cascudo? Othoniel Menezes? Jorge Fernandes? Bocage? Aretino?
QUADRINHAS POPULARES DO RIO GRANDE DO SUL
[ Fonte: Sílvio Romero, 1883 ]
[ Fonte: Sílvio Romero, 1883 ]
Não te encostes na parede,
Que a parede larga pó;
Encosta-te nos meus braços,
Que esta noite dormi só.
Que a parede larga pó;
Encosta-te nos meus braços,
Que esta noite dormi só.
Menina dos olhos grandes,
Olhos grandes como o mar,
Não me olhes com teus olhos
Para eu não me afogar.
Olhos grandes como o mar,
Não me olhes com teus olhos
Para eu não me afogar.
Adeus, querida das flores,
Adeus das flores querida,
Não quero dizer teu nome
Pra não seres conhecida.
Adeus das flores querida,
Não quero dizer teu nome
Pra não seres conhecida.
BALAIO 2500
Em 30 de julho de 1992, no Balaio 393
Considerando que
o presidente collor de mello está promovendo
uma recessão econômica de custo social extremamente perverso,
considerando que
o presidente collor de mello está destruindo
a universidade pública brasileira,
considerando que
o presidente collor de mello está destruindo
a pesquisa científica e tecnológica do país,
considerando que
o presidente collor de mello está acabando
com a saúde pública do país,
considerando que
o presidente collor de mello procurou
destruir a produção cultural brasileira,
considerando que
o presidente collor de mello está promovendo
a privatização indevida de estatais potencialmente lucrativas
---
considerando, enfim, que
o presidente collor de mello não tem mais condições
políticas e e morais para governar o país,
o Balaio,
no uso de suas atribuições mágico-esporrento-delirantes,
com base legal nas decisões revolucionárias
do Tribunal Popular de Causas Mirabolantes dos Municípios de Caicó
e Jardim do Seridó, Rio Grande do Norte Maravilha,
República Utópica do Nordeste Brasileiro,
decreta
o IMPEACHMENT alegórico-metafórico-simbólico-fabulário
do sr. fernando collor de mello da presidência da República Brasileira,
para alegria de todos nós, passando o mesmo a ser tratado
por este jornalzind da gota serena, a partir de agora,
simplesmente como ex-presidente;
Pelo Balaio,
com firma oniricamente reconhecida nas cidades de Caicó, Jardim do Seridó, Natal, São Saruê, Olinda, Camila dos Encantos Proibidos, Caiçara do Rio dos Ventos, Campina Grande, Santa Priquita da Bunda Rasgada, Niterói, Brasília do Crepúsculo Arretado de Bonito
e Rio de Janeiro,
Moacy Cirne,
nordestino e cangaceiro,
poemista e cabra da peste,
em 30 de julho de 1992,
ano 25 do poema/processo.
Nota 2008
O processo de abertura do "impedimento" do então presidente collor de mello foi votado pela Câmara dos Deputados, em Brasília, no dia 29 de setembro de 1992. Na ocasião, o Balaio lançou duas edições extras comemorando o fato: a primeira (n° 414), no IACS, a partir de 18:48h, segundos após o voto decisivo a favor da instauração do processo; a segunda (n° 415), no Bar da Sogra, na mesma rua do IACS, a partir de 19:33h. A primeira destacava: Começou a cair o governo da crapulice e da pseudo-modernidade. A segunda apontava: Caiu o reino da podridão escrotonojentosa!
Em 30 de julho de 1992, no Balaio 393
Considerando que
o presidente collor de mello está promovendo
uma recessão econômica de custo social extremamente perverso,
considerando que
o presidente collor de mello está destruindo
a universidade pública brasileira,
considerando que
o presidente collor de mello está destruindo
a pesquisa científica e tecnológica do país,
considerando que
o presidente collor de mello está acabando
com a saúde pública do país,
considerando que
o presidente collor de mello procurou
destruir a produção cultural brasileira,
considerando que
o presidente collor de mello está promovendo
a privatização indevida de estatais potencialmente lucrativas
---
considerando, enfim, que
o presidente collor de mello não tem mais condições
políticas e e morais para governar o país,
o Balaio,
no uso de suas atribuições mágico-esporrento-delirantes,
com base legal nas decisões revolucionárias
do Tribunal Popular de Causas Mirabolantes dos Municípios de Caicó
e Jardim do Seridó, Rio Grande do Norte Maravilha,
República Utópica do Nordeste Brasileiro,
decreta
o IMPEACHMENT alegórico-metafórico-simbólico-fabulário
do sr. fernando collor de mello da presidência da República Brasileira,
para alegria de todos nós, passando o mesmo a ser tratado
por este jornalzind da gota serena, a partir de agora,
simplesmente como ex-presidente;
Pelo Balaio,
com firma oniricamente reconhecida nas cidades de Caicó, Jardim do Seridó, Natal, São Saruê, Olinda, Camila dos Encantos Proibidos, Caiçara do Rio dos Ventos, Campina Grande, Santa Priquita da Bunda Rasgada, Niterói, Brasília do Crepúsculo Arretado de Bonito
e Rio de Janeiro,
Moacy Cirne,
nordestino e cangaceiro,
poemista e cabra da peste,
em 30 de julho de 1992,
ano 25 do poema/processo.
Nota 2008
O processo de abertura do "impedimento" do então presidente collor de mello foi votado pela Câmara dos Deputados, em Brasília, no dia 29 de setembro de 1992. Na ocasião, o Balaio lançou duas edições extras comemorando o fato: a primeira (n° 414), no IACS, a partir de 18:48h, segundos após o voto decisivo a favor da instauração do processo; a segunda (n° 415), no Bar da Sogra, na mesma rua do IACS, a partir de 19:33h. A primeira destacava: Começou a cair o governo da crapulice e da pseudo-modernidade. A segunda apontava: Caiu o reino da podridão escrotonojentosa!
4 comentários:
Beleza essas quadrinhas gaúchas, Moacy. Um abraço.
olá, moacy... êta menino e vem pra estas bandas é, essa semana?! adoraria participar do "ene", mas infelizmente não será possível, no entanto te desejo um bom encontro...
beijos na alma
com sabor de "e diga se poesia não é tomar sopa quando tá chovendo?"
luciana
luma
lua
e eu fui cara-pintada!
então foi o balaio que incendiou o movimento?
eu tava no meio do balaio e nem sabia! rsrs
beijão, moacy!
hahahahaha... eu adorei o decreto do Balaio!
isso aqui é bom demais, Moacy =)
beijos
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