segunda-feira, 24 de novembro de 2008


Praia de Zumbi, em Rio do Fogo (RN),
ao norte de Natal

Foto de
Alex Uchoa


BALAIO PORRETA 1986
n° 2489
Natal, 24 de novembro de 2008


Quando o poema/processo surgiu, em fins de 1967, no Rio de Janeiro e em Natal, o que estava em questão, para nós, era uma intervenção semiótica no interior da antiliteratura então vigente, seja a brasileira, seja a internacional. O impulso criativo da poesia concreta chegara ao fim; depois da limpeza sígnica proporcionada pelo concretismo (e, posteriormente, pelo neoconcretismo), vivíamos um verdadeiro marasmo na área experimental.

(Moacy Cirne, in Balaio n° 821, de 14/05/1996)


ANÁFORAS DE MINHA CARTOLA
Altino Caixeta de Castro, MG / 1980
[ in Palimpsesto, n° 65. João Pessoa, 30/10/1996 ]

Você tirou o pombo de meu adejo
Você tirou a face de minha aurora
Você tirou a ganga de minha lavra
Você tirou o umbigo de meu beijo
Você tirou o gume de minha espora
Você tirou a boca de minha palavra

Você tirou o punho de meu ensejo
Você tirou a face de minha estória
Você tirou o galo de minha garganta
Você tirou o trigo de meu despejo
Você tirou o lume de minha glória
Você tirou a boca de meu espanto.

BALAIO 2500

Em 17 de dezembro de 1992, no Balaio 445

O 'RECADO AMOROSO' MAIS CRIATIVO

Os profs. Ana Maria Lopes. José Maurício Alvarez e Rosa Maria Vilela, ontem no IACS, apontaram o 'Recado Amoroso' mais inteligente e/ou criativo publicado pelo Balaio nas últimas semanas. O vencedor foi Ranieri Brito, pseudônimo de um aluno do 4° período de Jornalismo, que mandou o seguinte "recado" para 'Grace' Bel:

"E se então se vencem as fraquezas; embarco numa montanha russa de seios e ventres, e te rumino cada olhar e gemido. Devoro tua boca, te chamo de amada e me maravilho com o mistério de tuas entranhas sedentas. E quando vem o descanso, um descuido e teus olhos me incendeiam num fogo que me queima entre as pernas. E tudo começa de novo".

Solicitamos a Ranieri Brito que nos procure de imediato para que possamos providenciar com a máxima urgência a entrega dos 69 brindes: muitos livros, algumas revistas de HQ, muitas camisinhas...".

Nota 2008:

O Balaio promovia, periodicamente, concursos para os alunos do IACS, sempre com boa participação. Em tempo: não temos mais a menor idéia de quem possa ter sido Ranieri Brito.

5 comentários:

Jens disse...

Oi Moacy.
Agora já posso revelar. É o seguinte: sabendo do teu amor desmedido pelo Fluminense e, diante da situação periclitante da equipe no Brasilerão, ontem fui ao Estádio Beira-Rio, contrariando meus hábitos monásticos. Não fui assistir ao jogo, mas sim usar minha influência junto aos próceres do Glorioso dos Pampas a fim de obter um favor especial. Em reforço ao atendimento do meu pedido, relembrei que o pai contribuiu para a construção do Beira-Rio com a doação de 1 dúzia de tijolos, nos anos 60. O resultado da minha intervenção pode ser observado ontem no jogo em que o Colosso das Laranjeiras venceu o Inter por 2 X 0. Não precisa agradecer; amigo é pra essas coisas.
Um abraço.

Dilberto L. Rosa disse...

Salve, Moacy: você e suas praias, seu neoconcretismo exato e seus Ranieris Britos... Abração! E parabéns à imaginação desse cara...

Moacy Cirne disse...

De qualquer maneira, agradeço, meu caro. Bem que achei que era você mesmo sorrindo discretamente nas arquibancadas do Beira-Rio, ontem, nos gols do Nense, ao ser focalizado pelas câmeras de TV. Enquanto isso, sou Inter desde criancinha na final da Sul-Americana. E viva o Inter! Um abraço.

Adrianna Coelho disse...


oi, moacy!

uma das coisas que me amarram aqui é saber do poema processo e imaginar essa vida de criações sob seu olhar...

"você tirou a boca de meu espanto" - achei isso lindo!!

e os prêmios!!! ahahahaa
muito bom!

beijos!

Cosmunicando disse...

palmas pro Ranieri =)

e o poema/processo atravessando gerações sob a tua batuta, Moacy... que máximo!

beijos