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do
Retroatelier
BALAIO PORRETA 1986
n° 2550
Rio, 27 de janeiro de 2009
Quando a natureza excede a cultura, temos o rústico.
Quando a cultura excede a natureza, temos o pedante.
(CONFÚCIO [552-470 ac], in Analecta)
DAS CONTAS
Ademir Antonio Bacca
[ in O relógio de Alice ]
Sei
da vida
que me foge
aos poucos
todas as noites
sempre acordo
com a sensação
de que esta está me faltando
um dia.
Ademir Antonio Bacca
[ in O relógio de Alice ]
Sei
da vida
que me foge
aos poucos
todas as noites
sempre acordo
com a sensação
de que esta está me faltando
um dia.
ALBERI
Celso da Silveira
[ in Tempo de rir, 1984 ]
Quando perguntaram a Alberi, jogador do ABC [Natal], se ele aceitava uma proposta para se transferir para o América,
ele respondeu:
- Pode ser, pode não ser, quanto mais principalmente.
Memória das eleições passadas,
em Parnamirim, ao lado de Natal.
Mas a Dona Lurdí Jipão não se elegeu...
Celso da Silveira
[ in Tempo de rir, 1984 ]
Quando perguntaram a Alberi, jogador do ABC [Natal], se ele aceitava uma proposta para se transferir para o América,
ele respondeu:
- Pode ser, pode não ser, quanto mais principalmente.
Memória das eleições passadas,
em Parnamirim, ao lado de Natal.
Mas a Dona Lurdí Jipão não se elegeu...
ALMANAQUE
Raimundo Nonato, em Figuras e tradições do Nordeste (1958, p.18), em carta para o natalense Veríssimo de Melo, relaciona alguns remédios caseiros que merecem ser lembrados, seja por simples curiosidade, seja porque são frutos da mais pura sabedoria popular, como, por exemplo:
[] Chá de lagartixa, para dor de garganta;
[] Banha de urubu, para erisipela;
[] Água de chocalho, para menino aprender a falar;
[] Mistura de vinagre, cachaça e goma, para dor de barriga;
[] Garapa de açúcar preto, para estancar o sangue;
[] Pó de caroço de pião, para dor de cabeça;
[] Café com pimenta malagueta, contra gripe;
[] Chá de grilo, para menino ficar falador.
14 comentários:
Chá de grilo e café com pimenta... chá de lagartixa... vixe, má que luxo... acho que vou atualizar as minhas "chapoeiradas" por aqui.
Pena mesmo que a dona Lurdí não se elegeu... com um currículo desses, mercecia
Sorte e saúde pra todos!
moacy:
a lurdi jipão é a eleita.já!
romério
Que mulher, meu caro, que mulher! Muito interessante esse receituário. Um abraço.
bem, primeiro eu fiquei um bom minuto só a contemplar a vênus contemporânea. isso me deu um pouco de trabalho pra concentrar depois no poema. pulei pra piada. a lurdi é das minhas, hein. e voltando ao poema... falta noite em meus dias. horas em meus dias. falta ale-gria...
inda bem que vim dar, ops, parar no nordeste...
au amo isso aqui :)
O NASCIMENTO DE CHICO DOIDO DE CAICÓ SEGUNDO ANÔNIMO!
Escondida na noite safada, uma jovem garota que vinha da roça - uma pérola de olhos verdes, cabelos pretos, corpo magro e delicado, era o colírio dos bebados que andavam caídos no beco da quarentena - estava consumindo bebidas alcoólicas pela primeira vez. Estava com seus amigos, recem criados, e cada um contava a moça suas pelejas pelo Nordeste, que para ela parecia uma Europa. Um falava das farras nos carnavais em Olinda, outro contava histórias de sua vida de cowboy em caicó, outro jurava ter encontrado uma cachoeira lá em Igapó, outro dizia ter caçado tubarões lá no rio potengi.... Entre tantas lorotas, estava lá um rapaz calado, jovem, nem bigode tinha. Mirava na garota e dali tirava os olhos nem para por mais cana no copo. Era um garoto tímido demais para falar suas aventuras simples, diante dos outros. Os rapazes cada vez mais perdiam a voz e a mente na branquinha. Perguntavam a si mesmos se era noite ou madrugada.
Quando todos os rapazes caíram no sono brabo nas calçadas de um beco qualquer, o jovem rapaz, que vinha de caicó, se aproximou da garota, e num calango alheio champrou-a. E ali nascera um novo homem. Tão atrevido e safado que só a morte conseguiu dar fim. Nascia um poeta vagabundo, que pintava em todo cabaré em busca de xíbiu para o seu fodecu. Ali nascia/nasceu Chico Doido de Caicó, entre devaneios e alvoradas de um ponto underground de Natal.
foi mal...não resisti.
Das beldades a Lurdí
estamos
a viver a cada dia - 1.
Nemastê
como teria dito um marketeiro político qualquer: "vote Lurdi Jipão: se é pra foder com o povo, deixe pra uma profissional com muitos e muitos e muitos anos de experiência".
abraço!
Moacy, estou com um blog novo, filiado ao espartilho. O endereço é www.floresdoserido.blogspot.com
Espero sua visita, tá? Beijos
eita!!!
até os comentários aqui estão porretas! até o nascimento do chico doido! ahahaa
e adorei saber do blog do bacca!
beijos, moa!
não adiantou ela ir a tantos cabarés. adorei a foto e enviei para o 007. ele adora fotos de gente verdadeira. ele nao curte muito as excessivas intervenções cirúrgicas que dizem ser para embelezar. eu tb não curto. beijos, pedrita
Caro Moacy, és genial por misturar todas essas quintessências e deixar tudo com um jeitão despachado e nordestino! Desde pensamentos orientais a fotos magistrais, eis que quase me acabo de rir com o seguinte "A Torre de Caicó, vulgarmente conhecida como
A Torre de Babel, segundo os delírios de Pieter Bruegel, em 1563"! Parabéns! Em tempo> emocionei-me com o poema "Das Contas"! Abraço!
Mas como a Dona Lurdi não se elegeu com um currículo desse, caro mestre Moacy? Tem muita injustiça nesse mundo mesmo... Quanto aos remédios caseiros, se o cabra não morre deles, é porque eles curam mesmo. Carpe Diem. Aproveite o dia e a vida.
pois é... dona Lurdí merecia a eleição! e os chás devem ser porretas.
beijos Moacy
Vi várias vezes, de longe, D. Loudes desfilar nas ruas de Parnamirim. Sempre tive uma grande vontade de conversar sobre política e amenidades com aquela cidadã de tão gloriosos préstimos ao município. Pena que não surgiu (ou eu não criei) nenhuma oportunidade.
Fiquei comovido pelo falecimento de D. Loudes no final do segundo semestre do ano passado. Parnamirim perdeu uma figura folclórica e muito mais importante do que os que se dizem importantes (acho eu!).
Abraço forte!
José Correia Torres Neto
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