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RetroAtelier
BALAIO PORRETA 1986
nº 2569
Rio, 15 de fevereiro de 2009
A felicidade é salutar para o corpo,
mas só a dor enrijece o espírito.
(Marcel PROUST, in O tempo redescoberto)
RetroAtelier
BALAIO PORRETA 1986
nº 2569
Rio, 15 de fevereiro de 2009
A felicidade é salutar para o corpo,
mas só a dor enrijece o espírito.
(Marcel PROUST, in O tempo redescoberto)
DOIS POEMAS de
Lou Vilela
[ in Nudez Poética ]
Declaração
Declaro-me tua
até que a morte nos iguale.
Excitam-me as diferenças.
Confissão
Prescindo de vigário!
(escancaro)
A minha confissão
está neste olhar
que lhe serve como espelho.
A LÍNGUA É MINHA
Maria Maria
[ in Espartilho de Eme ]
A língua é minha!
Não importa onde ela passe.
Eu posso dizer o que penso
E fazê-lo, também.
A língua é sábia,
Libidinosa,
Perigosa.
A língua dá água na boca
E fala a língua da louca.
A língua míngua
Um desejo,
Um beijo...
A língua desliza
Por todos os continentes
E passa e cospe e brinca
Com os “esses” e “ais” que
Ela provoca.
A língua é o reflexo do
Desejo e goza dos outros.
A língua é doce.
A língua enrola e dobra
No bolso.
A língua ginga e pinga
E grita e diz como quer.
A língua é verso, é livre
Como o livro.
É língua sem linguagem
É órgão ou imagem.
Seja a língua o que quiser!
Lou Vilela
[ in Nudez Poética ]
Declaração
Declaro-me tua
até que a morte nos iguale.
Excitam-me as diferenças.
Confissão
Prescindo de vigário!
(escancaro)
A minha confissão
está neste olhar
que lhe serve como espelho.
A LÍNGUA É MINHA
Maria Maria
[ in Espartilho de Eme ]
A língua é minha!
Não importa onde ela passe.
Eu posso dizer o que penso
E fazê-lo, também.
A língua é sábia,
Libidinosa,
Perigosa.
A língua dá água na boca
E fala a língua da louca.
A língua míngua
Um desejo,
Um beijo...
A língua desliza
Por todos os continentes
E passa e cospe e brinca
Com os “esses” e “ais” que
Ela provoca.
A língua é o reflexo do
Desejo e goza dos outros.
A língua é doce.
A língua enrola e dobra
No bolso.
A língua ginga e pinga
E grita e diz como quer.
A língua é verso, é livre
Como o livro.
É língua sem linguagem
É órgão ou imagem.
Seja a língua o que quiser!
DOIS POEMAS de
Carito
[ in Os Poetas Elétricos ]
quando o vento passa
morro de vontade
de ir junto com ele...
coisa de momento, do calor das emoções...
[][][]
se não chove
mulher
na praia
antes o sol
que o mar
acompanhado.
POEMA
Mariana Botelho
[ in Suave Coisa ]
a casa nunca esteve em
ordem
eu abro a
janela
deixo entrar o
pó
e agarro-me à
culpa de manter todas
as torneiras
abertas
Carito
[ in Os Poetas Elétricos ]
quando o vento passa
morro de vontade
de ir junto com ele...
coisa de momento, do calor das emoções...
[][][]
se não chove
mulher
na praia
antes o sol
que o mar
acompanhado.
POEMA
Mariana Botelho
[ in Suave Coisa ]
a casa nunca esteve em
ordem
eu abro a
janela
deixo entrar o
pó
e agarro-me à
culpa de manter todas
as torneiras
abertas
MEMÓRIA
Mario Quintana
[ in Caderno H, 1973 ]
O mais triste que existe na memória são essas marchinhas
dos carnavais distantes...
Mario Quintana
[ in Caderno H, 1973 ]
O mais triste que existe na memória são essas marchinhas
dos carnavais distantes...
Humor potiguar
AVALIE TEMPERADO
Armando Negreiros
[ in Viva a verve!, 2000 ]
Consultando uma mulher que tinha vindo do interior,
ela foi logo adiantando:
- Doutor, eu tô com umas coceiras aqui nas partes e uns escorrimentos e já usei tudo que me ensinaram: alho, manjericão, coentro, folhas disso e daquilo... - e relatou outras mesinhas de que havia feito uso.
Dr. Carlos Mesquita, imperturbável, vira-se para o estudante e a atendente e comenta, sério:
- Isso ao natural já é bom, avalie temperado...
AVALIE TEMPERADO
Armando Negreiros
[ in Viva a verve!, 2000 ]
Consultando uma mulher que tinha vindo do interior,
ela foi logo adiantando:
- Doutor, eu tô com umas coceiras aqui nas partes e uns escorrimentos e já usei tudo que me ensinaram: alho, manjericão, coentro, folhas disso e daquilo... - e relatou outras mesinhas de que havia feito uso.
Dr. Carlos Mesquita, imperturbável, vira-se para o estudante e a atendente e comenta, sério:
- Isso ao natural já é bom, avalie temperado...
12 comentários:
é estranho, mas marchinhas de carnaval, músicas de carnaval. não me trazem lembranças. beijos, pedrita
Moacy,
É uma grande satisfação saber que "caí" no balaio. Obrigada, meu caro! Seu gesto me deixou lisonjeada.
Abraços,
Lou
* uma pequena retificação: no poema confissão, gentileza substituir "nesse" por "neste"
A Língua é minha, Maria Maria é magnífico. Fiz um bem mais fraquinho , porém nele busco brincar com a língua. Chama-se Interlíngua e está no Compulsão e no Poema Dia.
Gostei do Balaio.
Mais ainda: interessou-me seus visitantes. E todo seu universo. Seu modo de blogar. Esta Feira de Blogues. Muito interessante tudo aqui.
Voltarei, frequentarei que frequenta.
tudo muito belo
por assim dizer poetico
"até que a morte nos iguale"
que a saudade não nos cale!
Oi Moacy.
Poesia e bom humor já de manhã cedo. À tarde, futebol. O domingão promete.
Um abraço.
Obrigada pela postagemn da língua!!!Beijos
Eita, como é bom estacionar no Balaio!
Inda mais perto do belo poema da Maria Maria, da minha queridíssima Lou, do incrível Carito e do meu ídolo Quintana.
O humor potiguar é inigualável.
beijoca.
o pior da memória são as manchinhas...rs
Bons poemas, pra variar.
Boa semana, Moacy.
Um abraço.
juntar tudo assim - lou, maria maria, nana - e de quebra um quintana - isso é o paraíso!
besos
ah... e o humor potiguar! esse balaio ao natural já é bom, imagina assim, temperado!!!
(não resisti!) rsrsrs
Obrigado pelo espaço Moacy... É sempre uma grande honra um desmaio no Balaio... E estamos lhe esperando para o nosso encontro extra-virtual... Abraços!
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