sábado, 25 de abril de 2009

FILMES QUE MARCARAM ÉPOCA
NA CAICÓ DOS ANOS 50
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duas sequências de
Paraíso proibido
(Dieterle, 1950)


BALAIO PORRETA 1986
n° 2639
Rio, 25 de abril de 2009

Exibido em Caicó por volta de 1954, Paraíso proibido - romântico entre os românticos - era o filme preferido do cinéfilo Aldo Medeiros, ex-prefeito da cidade seridoense nos anos 30 e, antes do Seu Clóvis, proprietário do próprio Cinema Pax. Paraíso proibido - a história de um amor avassalador construída, em plena Itália, a partir de uma tragédia - também se notabilizou por seu tema musical: 'A canção de setembro', que seria gravada por Frank Sinatra nos anos 60. [Da filmoteca particular do Sr. Aldo Medeiros, em 16mm, constavam, entre outros títulos, os clássicos A General (Keaton & Bruckman, 1927), Napoelão (Gance, 1927), Os bandeirantes (Cruze, 1923), Órfãs da tempestade (Griffith, 1922) e o primeiro Tarzan da história do cinema, de 1918.]


10 POETAS POTIGUARES
Candinha Bezerra

Newton Navarro
Zila Mamede
Jorge Fernandes
Moacy Cirne
Iracema Macedo
Dácio Galvão
Xexéu
Marize Castro
Diva Cunha
Onésimo Maia

10 POETAS POTIGUARES
Inês Mota

Diva Cunha
Ferreira Itajubá
Nei Leandro de Castro
Homero Homem
Dailor Varela
Nivaldete Ferreira
Thiago Leite
Theo G. Alves
Adriano de Sousa
Moacy Cirne


TESTAMENTO
Luís Carlos Guimarães
[ in O fruto maduro, 1996 ]

Tenho duas pontes de safena
por onde passo e fico em cena.
Agora vou sob juramento
declarar meu testamento.
Excluo a solidão como bem
que se transmita a alguém.
Nem arrolo a contragosto
o que na vida foi desgosto.
Meu quinhão de esperança
não transmito como herança.
O que resta do sonho
em nenhuma partilha ponho.
Da dor não faço legado
para ser de mim apartado.
E o amor? Recuso amor
a quem não estima seu valor.
São os bens que vão comigo
quando a morte me der abrigo.
O corpo entregarei à terra
de onde vim e que me enterra
em túmulo à sombra de uma árvore,
sem inscrição e lousa de mármore.


10 POETAS POTIGUARES
Gildete Moura

Zila Mamede
Jarbas Martins
Othoniel Menezes
Jorge Fernandes
Auta de Sousa
Newton Navarro
Jota Medeiros
Berilo Wanderley
Luís Carlos Guimarães
Antônio Pinto de Medeiros

10 POETAS POTIGUARES
David de Medeiros Leite
[ in Substantivo Plural ]

Paulo de Tarso Correia de Melo
João Lins Caldas
Diva Cunha
Carmen Vasconcelos
Aécio Cândido
Crispiniano Neto
Antônio Francisco
Martins de Vasconcelos
Clauder Arcanjo
Marcos Ferreira


O MORTO
Newton Navarro
[ in Subúrbio do silêncio, 1953 ]

Despido de azul e de paisagem
O morto está.
Silenciosa semente de carne
Aguardando as raízes.

Sem pai, sem mãe,
Sem casa,
Sem sono.
Até sem mortos
O morto está.

Não lhe resta lembrança alguma,
Ignora a tarde e as flores
Que o cobrem
E a escura casaca
Com que o vestiram um dia.

Não tem pranto nos olhos.
Não tem olhos,
Nem saudade,
Nem lembrança.

Nem ele mesmo se possui
Nem mesmo alma.

Apodrecida semente
Que espera raízes,
Assim o morto está:
Incompleto, inconseqüente
E só.

Sem presença
Sem confiança de que será terra,
Infinito,
Assim o morto está.

Os sinos da cidade
Não o despertarão nunca.
Por que, então, o vosso pranto, Senhora?


POEMA
Moacy Cirne

Qual a cor da Liberdade?
25 de Abril...
Qual a cor da Esperança?
25 de Abril...
Qual a cor de Portugal?
25 de Abril...

8 comentários:

Unknown disse...

Bom Dia, Moacy!

No níver da Hercília, fomos todos presenteados com esse filmaço. Já adicionei aos meus favoritos no You Tube, para ver sempre. Gratias!
O amor, visto assim parece tão bonito! Será que existiu apenas na ficção?

Poemas: Luis Carlos é um talento realmente! Muito bom o Testamento!


O Morto de Newton Navarro, surpreende em beleza e visão poética! Principalmente no último verso: Porque então o vosso pranto, Senhora?

Maravilhoso!

Aqui nesse Balaio se encontra a cultura propriemente dita, o humor, o regionalismo, enfim Tudo de bom!

Como diz a Nina: TUDUS!

Beijos, amigo!

Mirse

Ines Mota disse...

Olá, meu querido Moacy.
O "Morto" de Navarro é de fato um belo poema. (Gosto também de sua pintura)
"Não tem pranto nos olhos.
Não tem olhos,
Nem saudade,
Nem lembrança."

Seria a liberdade?
O pranto da senhora ...celebração à verdadeira liberdade...

Parabéns pelo poema minimalista. E viva Portugal!

Obrigada pela divulgação da minha lista e pela visita ao meu blogue.
Um grande beijo

Francisco Sobreira disse...

Caro Moacy,
Não conheço esse filme de Dieterle, um diretor que fez coisas boas. Talvez esse seja um bom filme. A dupla de atores é muito boa. E bons os poemas de Luís e de Newton. Um abraço. P.S. Chegou a ver os vídeos que apresentam o trailer de 2 filmes de Mizoguchi, da década de 1940, divulgados nó blogue do crítico Inácio Araújo? Lhe falei sobre eles já faz alguns dias.

Lívio Oliveira disse...

Xexeu e Onésimo Maia??? Huumm!?!?

Bené Chaves disse...

Moacy: 'Paraíso Proibido' eu assisti aqui em Natal no dia 27 de agosto de 1958, no cine Rio Grande, de saudosa memória. Na época achei um filme razoável.

Um abraço...

Unknown disse...

Moacy,

Voltei porque passei o dia com seu poma na cabeça.

Mimha memória é excelente, o que é bom e ruim.

Bem Linda a homezagem à Portugal!

A cor da Liberdade
da esperança e de Portugal

à 25 de abril, na guerra dos cravos!

Poeta, você é genial!

Esta é realmente a cor da DEMOCRACIA.

Porque cravos, vermelhos...são de cor instável e mutável em suas variantes!

Parabéns!

Beijos

Mirse

Fernanda Paixão disse...

aaa mas o meu endereço não mudou auto amticamente no seu link?
bom, beijos e ainda bem que vc achou...
naum sei porque, mas queria mudar...

Beti Timm disse...

Querido Mestre,

vi o vídeo, e quero comentar a expressão da "mocinha",(era assim, que meu pai se referia as protagonistas dos filmes, então até hj uso! Brinco sempre perguntando: esse é mocinho ou bandido...rs),uma pureza, algo lúdico, parecia ter uma luz resplandecente, vindo do interior, os olhos brilham e a doçura é nítida. Algo que não ocorre nos filmes atuais, sem contar a magia do branco e preto! Lindo, magnífico!

Beijos carinhosos