OBRAS-PRIMAS DO CINEMA
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para verouvir
uma das sequências de
Madre Joana dos Anjos
(Jerzy Kawalerowicz, 1961)
BALAIO PORRETA 1986
n° 2713
Rio, 5 de julho de 2009
Nunca, antes ou mesmo depois, o tema da possessão histérico-demoníaca adquiriu tanta força plástica e místico-religiosa na história do cinema quanto no admirável Madre Joana dos Anjos, apaixonante adaptação de um caso histórico ocorrido na França em pleno séc. XVII, num convento de freiras. A fotografia de Jerzy Wojcik é excepcional, como excepcionais são as interpretações de Lucyna Winnicka e Mieczyslaw Voit, e a direção de Jerzy Kawalerowicz: provavelmente (em nosso entendimento), o melhor filme polonês realizado até hoje. [Há cópia disponível em dvd.]
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uma das sequências de
Madre Joana dos Anjos
(Jerzy Kawalerowicz, 1961)
BALAIO PORRETA 1986
n° 2713
Rio, 5 de julho de 2009
Nunca, antes ou mesmo depois, o tema da possessão histérico-demoníaca adquiriu tanta força plástica e místico-religiosa na história do cinema quanto no admirável Madre Joana dos Anjos, apaixonante adaptação de um caso histórico ocorrido na França em pleno séc. XVII, num convento de freiras. A fotografia de Jerzy Wojcik é excepcional, como excepcionais são as interpretações de Lucyna Winnicka e Mieczyslaw Voit, e a direção de Jerzy Kawalerowicz: provavelmente (em nosso entendimento), o melhor filme polonês realizado até hoje. [Há cópia disponível em dvd.]
DOMINGO
Mário Ivo Cavalcanti
[ in Cidade dos Reis ]
Me empresta um silêncio pra passear. Me empresta um ruído estereofônico. À direita do meu ombro – velocidade e asfalto. Deixa a esquerda, livre, pro ciciar de pássaros, pro latido dos cães, pro chute na bola. À minha frente deixa somente teus olhos, um lampejo cristalino bulindo, fazendo cócegas, fagulhando. Às minhas costas, às minhas costas – não, não deixa nada; deixa apenas sua sombra marcando para sempre a minha parede e as fotos ancestrais.
Sobre mim deita o silêncio, nosso silêncio, a nudez das palavras, dos corpos.
Mas, quando sair, não esquece de trancar a porta, tá? Não quero que a ilusão saia, nem que eu saia por aí, sozinho, perdido nesse domingo sem fim.
PUTAPERFUME
Erica Maria
[ in Íntimo & Poético ]
De dia sou Maria, de noite sou vadia.
De dia lavanda, de noite putaperfume.
De dia vestido, de noite roupa nenhuma.
De dia sou Maria. De noite estou de quatro.
Sem buracos, com a alma cheia de sensações.
De dia sou Maria, a vadia eu escondo.
De noite sou quem quero ser.
Maria.
Vadia.
Puta de cabelo emaranhado, com dedos de macho na nuca plantados.
De dia a Maria, vadia.
De noite a vadia, Maria.
Planto estrelas no dia, faço a noite descer.
Nela sou quem quero ser.
Mário Ivo Cavalcanti
[ in Cidade dos Reis ]
Me empresta um silêncio pra passear. Me empresta um ruído estereofônico. À direita do meu ombro – velocidade e asfalto. Deixa a esquerda, livre, pro ciciar de pássaros, pro latido dos cães, pro chute na bola. À minha frente deixa somente teus olhos, um lampejo cristalino bulindo, fazendo cócegas, fagulhando. Às minhas costas, às minhas costas – não, não deixa nada; deixa apenas sua sombra marcando para sempre a minha parede e as fotos ancestrais.
Sobre mim deita o silêncio, nosso silêncio, a nudez das palavras, dos corpos.
Mas, quando sair, não esquece de trancar a porta, tá? Não quero que a ilusão saia, nem que eu saia por aí, sozinho, perdido nesse domingo sem fim.
PUTAPERFUME
Erica Maria
[ in Íntimo & Poético ]
De dia sou Maria, de noite sou vadia.
De dia lavanda, de noite putaperfume.
De dia vestido, de noite roupa nenhuma.
De dia sou Maria. De noite estou de quatro.
Sem buracos, com a alma cheia de sensações.
De dia sou Maria, a vadia eu escondo.
De noite sou quem quero ser.
Maria.
Vadia.
Puta de cabelo emaranhado, com dedos de macho na nuca plantados.
De dia a Maria, vadia.
De noite a vadia, Maria.
Planto estrelas no dia, faço a noite descer.
Nela sou quem quero ser.
36 GRANDES FILMES DOS ANOS 60
Moacy Cirne
1. A aventura (Antonioni, 1960)
2. Persona (Bergman, 1966)
3. Ano passado em Marienbad (Resnais, 1961)
4. Eclipse (Antonioni, 1962)
5. Crônica de Ana Madalena Bach (Straub & Huillet, 1967)
6. Andrei Rublev (Tarkóvski, 1966)
7. 2001: uma odisséia no espaço (Kubrick, 1968)
8. Viver a vida (Godard, 1962)
9. Deus e o diabo na terra do sol (Glauber Rocha, 1964)
10. Madre Joana dos Anjos (Kawalerowicz, 1961)
11. Vagas estrelas da Ursa (Visconti, 1963)
12. Era uma vez no Oeste (Leone, 1968)
13. Simão do Deserto (Buñuel, 1966)
14. Falstaff (Welles, 1966)
15. O leopardo (Visconti, 1963)
16. O homem que matou o facínora (Ford, 1962)
17. Othon (Straub & Huillet, 1969)
18. Pierrot le fou (Godard, 1965)
19. Vidas secas (Nelson Pereira dos Santos, 1963)
20. Blow-up (Antonioni, 1966)
21. Faces (Cassavetes, 1968)
22. Oito e meio (Fellini, 1963)
23. A grande testemunha (Bresson, 1966)
24. Jules et Jim (Truffaut, 1962)
25. Minha noite com ela (Rohmer, 1969)
26. O deserto vermelho (Antonioni, 1964)
27. O processo (Welles, 1962)
28. Memórias do subdesebvolvimento (Alea, 1968)
29. Três homens em conflito (Leone, 1966)
30. Amor, sublime amor (Wise & Robbins, 1961)
31. Rocco e seus irmãos (Visconti, 196o)
32. O evangelho segundo Mateus (Pasolini, 1964)
33. O processo de Joana d'Arc (Bresson, 1962)
34. O desprezo (Godard, 1963)
35. Diaries, notes and sketches (Mekas, 1969)
36. Dois destinos (Zurlini, 1962)
Atenção:
Lista sujeita a revisões,
chuvas, trovoadas e cajaranas.
A rigor, a partir do 13° ou 14°,
os filmes praticamente se equivalem
em termos qualitativos.
Dentro de duas ou três semanas,
a ordem já poderá ser outra.
Assim como, dentro de três ou quatro semanas, poderão figurar, substituindo alguns dos últimos, os filmes A Noite (Antonioni, 1960), O silêncio (Bergman, 1962), Muriel (Resnais, 1962), O anjo exterminador (Buñuel, 1962), Porto das Caixas (Paulo César Saraceni, 1962), O criado (Losey, 1963), Gertrud (Dreyer, 1964), Dr. Fantástico (Kubrick, 1964), Por alguns dólares a mais (Leone, 1965), Duas ou três coisas que sei dela (Godard, 1966), A religiosa (Rivete, 1966), Terra em transe (Glauber Rocha, 1967), Week-end (Godard, 1967), One plus one (Godard, 1968), La hora de los hornos (Solanas, 1968), A cor da romã (Paradjanov, 1969) ou o curta La jetée (Marker, 1963).
Moacy Cirne
1. A aventura (Antonioni, 1960)
2. Persona (Bergman, 1966)
3. Ano passado em Marienbad (Resnais, 1961)
4. Eclipse (Antonioni, 1962)
5. Crônica de Ana Madalena Bach (Straub & Huillet, 1967)
6. Andrei Rublev (Tarkóvski, 1966)
7. 2001: uma odisséia no espaço (Kubrick, 1968)
8. Viver a vida (Godard, 1962)
9. Deus e o diabo na terra do sol (Glauber Rocha, 1964)
10. Madre Joana dos Anjos (Kawalerowicz, 1961)
11. Vagas estrelas da Ursa (Visconti, 1963)
12. Era uma vez no Oeste (Leone, 1968)
13. Simão do Deserto (Buñuel, 1966)
14. Falstaff (Welles, 1966)
15. O leopardo (Visconti, 1963)
16. O homem que matou o facínora (Ford, 1962)
17. Othon (Straub & Huillet, 1969)
18. Pierrot le fou (Godard, 1965)
19. Vidas secas (Nelson Pereira dos Santos, 1963)
20. Blow-up (Antonioni, 1966)
21. Faces (Cassavetes, 1968)
22. Oito e meio (Fellini, 1963)
23. A grande testemunha (Bresson, 1966)
24. Jules et Jim (Truffaut, 1962)
25. Minha noite com ela (Rohmer, 1969)
26. O deserto vermelho (Antonioni, 1964)
27. O processo (Welles, 1962)
28. Memórias do subdesebvolvimento (Alea, 1968)
29. Três homens em conflito (Leone, 1966)
30. Amor, sublime amor (Wise & Robbins, 1961)
31. Rocco e seus irmãos (Visconti, 196o)
32. O evangelho segundo Mateus (Pasolini, 1964)
33. O processo de Joana d'Arc (Bresson, 1962)
34. O desprezo (Godard, 1963)
35. Diaries, notes and sketches (Mekas, 1969)
36. Dois destinos (Zurlini, 1962)
Atenção:
Lista sujeita a revisões,
chuvas, trovoadas e cajaranas.
A rigor, a partir do 13° ou 14°,
os filmes praticamente se equivalem
em termos qualitativos.
Dentro de duas ou três semanas,
a ordem já poderá ser outra.
Assim como, dentro de três ou quatro semanas, poderão figurar, substituindo alguns dos últimos, os filmes A Noite (Antonioni, 1960), O silêncio (Bergman, 1962), Muriel (Resnais, 1962), O anjo exterminador (Buñuel, 1962), Porto das Caixas (Paulo César Saraceni, 1962), O criado (Losey, 1963), Gertrud (Dreyer, 1964), Dr. Fantástico (Kubrick, 1964), Por alguns dólares a mais (Leone, 1965), Duas ou três coisas que sei dela (Godard, 1966), A religiosa (Rivete, 1966), Terra em transe (Glauber Rocha, 1967), Week-end (Godard, 1967), One plus one (Godard, 1968), La hora de los hornos (Solanas, 1968), A cor da romã (Paradjanov, 1969) ou o curta La jetée (Marker, 1963).
17 comentários:
Moacy: não conheço 6 dos filmes citados. E senti a ausência de 'O anjo exterminador'. Poderia também incluir 'O criado", do Losey. Concordo com você: 'Madre Joana do Anjos' é uma obra-prima.
Precisaria também rever alguns da sua relação.
Um abraço...
moa - esse da madre joana dos anjos - preciso vê-lo - vou buscar o dvd!
quanto ao número de poemas, quem me acompanha não é cristão! risos
onde arranjo tempo?? é só isso que faço. escrevo, reescrevo, apago, acendo - sei lá!
besos
Filme forte e triste!
Esses caras fantasiados de padre, esquecem que nasceram do ventre de u'ma mulher. E que foi o exorcismo , o achar que o demônio incorpora principalmente mulheres, seres mais frágeis, que gerou uma espécie de nazismo na igreja.
No mais, tudo perfeito. O filme também, é que me revolto com essas coisas.
Bom domingo, Moa
Beijos
Mirse
Mário Ivo! Sua poesia sempre me encanta!
Parabéns, poeta!
Beijos
Mirse
Muito bom.
Como Bené também senti falta de O Anjo Exterminador. Mas está ali por baixo. Tá valendo.
É sempre uma aula diária as visitas nesta vizinhança.
Valeu, Moacy!
blow-up é mesmo otimo! vontade de trilha sonora regada a the yardbirds! adorei a lista! preciso mergulhar mais nos classicos!!! E vou levar tua lista cmg pra conhecer os dos 60!
obrigada pela visita la em meu cantinho!! apareca sempre que tiver vontade!! daqui, fico com tudo que brilha os olhos! arte pura! purissima!
Beijo meu
Putapoema da EM.
Também adoro "Madre Joana dos Anjos". O cinema polonês dos anos 50 e 60 está repleto de obras-primas.
Da sua lista não vi 5. Muitos grandes filmes, mas acho que a minha lista seria bem diferente da sua.
Um abraço!
Moa, que maravilha teu adendo à lista dos filmes: é sempre tão bom poder mudar de idéia, alterar, remexer e rever!
e esse putapoema de Erica é dez... assim como o filme polonês.
mas vou "roubar" e levar comigo o domingo de Mário Ivo, porque também quero um silêncio pra passear.
beijo
prostituta e o nome que se lhe da a mulher que a vida nao lhe ensiou a se amar
Olá...lindo tudo isso aqui!!!
Já te linkei lá e estou feliz de ver palavras minhas impressas aqui!!!
Espero que este seja o inicio de uma amizade poética e proveitosa!!
Bjos e uma ótima semana!
Olá!
Muito obrigada pela ajuda com as dicas de filmes nacionais. Como fui esquecer de Lavoura Arcaica?
Maravilhosa essa lista. Vou anotar vários que ainda não vi.
Belo Blog e ótimo gosto em postar tão linda poesia de minha amiga Érica !! Menina de talento ... E dos bons !
Estou te seguindo, com o maior prazer!
Helô
Este filme parece ser bem interessante. Não o vi. Por conta disso, meu polonês favorito ainda é 'Faca na Água', de Roman Polanski.
Carpe Diem.
"Planto estrelas no dia, faço a noite descer. Nela sou quem quero ser."
sensacional isso. forte, místico!
Uma bela lista de filmes.
Tem tanta coisa boa para ser vista. Preciso ver "Madre Joana dos Anjos" o mais rápido possível.
Um grande abraço.
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